Nudez como ato político gera reflexão na exposição 'Desnudo'
A mostra com 131 obras está na galeria Benedito Nunes para visitação gratuita até 1º de julho.
Continua aberta ao público a exposição "Desnudo", que além de colocar em debate nu na arte e como ato político, ela também faz um convite às pessoas para que se desnudem de preconceitos. A mostra com 131 obras está na galeria Benedito Nunes para visitação gratuita até 1º de julho. A visitação é de segunda a sexta, das 10h às 17h.
A exposição é do colecionador paraense Eduardo Vasconcelos. Ela foi contemplada com o prêmio Branco de Melo e se trata de um recorte sobre o nu dentro da arte. Ele explica que a exposição apresenta 60 anos de arte, pois a obra mais antiga é de 1962 até a mais atual, que é deste ano, de artistas locais, brasileiros e estrangeiros.
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A intenção é mostrar de como esse processo do nu vem atravessando a história da arte e passando por questões das mais diversas como gênero, sexualidade e entre outros temas. "A gente começou a proposta da exposição na montagem para desmistificar a questão daquele nu no formato mais clássico. Então, a gente trouxe obras que quebram com essa forma clássica de pintura", explica o colecionador.
O trabalho de curadoria é de Vânia Leal, que explica que durante quase dois meses trabalhou na montagem das obras. Ela explica que o trabalho de curadoria é de justamente estabelecer diálogo entre as peças. "O Eduardo tem um acervo muito significativo e que não se trata apenas de pintura, tem gravura, escultura, objetos e entre outras linguagens. Então, essa conversa foi no ir e vir e fomos selecionando até criar determinados núcleos. Desnudo foi o nome que demos, mas além de falar de nudez é uma forma de convidar as pessoas a se despirem de preconceito e também entenderem que o nu na arte sempre existiu e que é necessário trazer estas questões ao público", explicou.
O primeiro núcleo da exposição trata da questão do ato de se despir, o segundo núcleo coloca em debate questões de erotismo e o terceiro núcleo foca mais no nu como ato político.
Uma das peças da exposição é da artista Sanchris Santos com a tela "Antropomórficos" que faz parte de uma série da artista. A obra trabalha a questão da figura humana em seus processos de metamorfose, que faz uma mistura de homem, mulher e animal. "Essa ideia é de muito do que estamos vivendo, pois observo uma disparidade de violência do sujeito com ele mesmo e com os outros em um processo de ignorância social", destaca a artista.
Acervo do colecionador Eduardo Vasconcelos
Eduardo Vasconcelos tem um acervo de aproximadamente 800 obras entre pinturas, esculturas, fotografias, desenhos e objetos. E ele explica que sabe que como colecionador tem um papel social de fomentar e divulgar a arte e os artistas. Por isso, além da exposição, ainda vai trazer ações educativas como forma de contribuir com a divulgação dos trabalhos dos artistas. A mostra tem apoio do Studio Tintas, Maxcolor e revista Design.com.
Serviço:
Exposição “Desnudo”, contemplada pelo edital Prêmio Branco de Melo, da Fundação Cultural do Estado do Pará.
Local: Galeria Benedito Nunes, na Fundação Cultural do Pará (Avenida Gentil Bittencourt, 650, esquina com a Avenida Rui Barbosa - Nazaré, Belém).
Data: Visitação do público até 1º de julho de 2022.
Hora: Vernissage às 19h. Visitação do público de segunda a sexta, das 10h às 18h.
Instagram: @colecaoeduardovasconcelos / @design.comrevista.
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