Exposição "Desnudo" coloca em debate a questão da nudez em diferentes olhares e técnicas

O trabalho de curadoria é de Vânia Leal e a mostra reúne 131 obras de mais de 90 artistas de 15 estados brasileiros e 11 países

Bruna Lima
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O tema da nudez como ato político, de representatividade e também de tabu constrói a exposição de arte "Desnudo", do colecionador paraense Eduardo Vasconcelos. A exposição ficará aberta na galeria Benedito Nunes para visitação gratuita de 21 de maio a 1º de julho, de segunda a sexta, das 10h às 17h. O trabalho de curadoria é de Vânia Leal e a mostra reúne 131 obras de mais de 90 artistas de 15 estados brasileiros e 11 países.

Eduardo tem uma coleção de aproximadamente 800 obras de arte ao longo de 11 anos. No ano passado, ao montar sua primeira exposição, percebeu a existência desse novo trabalho. "Nós percebemos um grande acervo com a presença do tema nudez em diferentes técnicas. E, ao notar isso, já pensamos em realizar esta nova exposição", explica o colecionador.

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A partir disso, o colecionador se inscreveu no edital Prêmio Branco de Melo, da Fundação Cultural do Estado do Pará, e foi contemplado. Eduardo explica que a exposição reflete ainda como a nudez na arte permeia a produção artística, onde os temas do corpo passam por transformações, manifestando formas de romper e transgredir padrões estabelecidos. 

“As formas de representação da nudez ainda são um tabu em nossa cultura. Nesse potente recorte curatorial, mostramos artistas geograficamente distantes, mas que atravessam essa temática, utilizando poéticas e suportes diversos, perfazendo 50 anos de arte”, avalia o colecionador. 

image Vânia Leal e Eduardo Vasconcelos preparam os detalhes do vernissage da exposição (Walda Marques)

 

Nudez na arte

 

Ainda sobre a questão nudez, o colecionador destaca que, desde os primórdios da humanidade, a representação do corpo nu se faz presente. Em esculturas pré-históricas, passando pela antiguidade e Idade Média, até chegar ao período contemporâneo. "A nudez nunca passou incólume e incógnita. Grandes artistas, como Leonardo Da Vinci, Michelangelo e Picasso exploraram o tema em diversos contextos, criando obras atemporais, que atraem a atenção até os dias atuais. A partir dos anos 60 a nudez teve papel fundamental na contestação de padrões sociais, gerando debates sobre a dominação masculina, o empoderamento feminino e as desigualdades sociais”, esclarece. 

A curadora Vânia Leal se debruçou sobre o vasto acervo do colecionador para catalogar as obras e dividiu a mostra em três núcleos: “Corpo e Ativismo”, “Corpo Desnudo” e “Fantasias e Fetichismo”.

Segundo ela, a sexualidade e as questões de gênero estão presentes na coleção, por isso, elas ganharam destaque enquanto recorte. “Esse recorte que fala de sexualidade tem, inclusive, uma representação interessante na vida e na história da arte”, explica.

A curadora destaca que o recorte é precioso e antecipador ao fazer uma reparação histórica. “É antecipador porque, quando o colecionador adquiriu lá atrás esse acervo que perpassa pela diversidade (corpos trans, corpos pretos e corpos de mulheres), ele já estava pensando nesse rompimento de padrões que hoje os movimentos LGBTQI+ e as mulheres ‘arte-vistas’ estão fortemente buscando. O apagamento desse público sempre existiu, mas a arte sempre tratou dessa questão de forma antecipadora”, explica a curadora. 

image Obra "Crepúsculo", de Décio Soncini (Acrílica e carvão sobre tela, 2014) 

O grande acervo do colecionador de arte

 

Eduardo Vasconcelos tem um acervo de aproximadamente 800 obras entre pinturas, esculturas, fotografias, desenhos e objetos. E ele explica que sabe que como colecionador tem um papel social de fomentar e divulgar a arte e os artistas. Por isso, além da exposição, ainda vai trazer ações educativas como forma de contribuir com a divulgação dos trabalhos dos artistas. A mostra tem apoio do Studio Tintas, Maxcolor e revista Design.com.

Serviço:

Exposição “Desnudo”, contemplada pelo edital Prêmio Branco de Melo, da Fundação Cultural do Estado do Pará.

Local: Galeria Benedito Nunes, na Fundação Cultural do Pará (Avenida Gentil Bittencourt, 650, esquina com a Avenida Rui Barbosa - Nazaré, Belém). 

Data: Vernissage dia 20 de maio de 2022. Visitação do público de 21 de maio a 1º de julho de 2022.

Hora: Vernissage às 19h. Visitação do público de segunda a sexta, das 10h às 18h.

Instagram: @colecaoeduardovasconcelos / @design.comrevista.

 

Exposição "Desnudo" coloca em debate a questão da nudez em diferentes olhares e técnicas

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