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Viviane Batidão lança ‘É Sal’ e exalta o poder do tecnomelody e da cultura paraense

A cantora paraense mistura tradição, inovação e identidade no lançamento, ela reafirma o protagonismo das mulheres com parcerias nacionais

Bruna Dias Merabet
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A cantora Viviane Batidão chegou com tudo na cena musical! Esta semana, ela lançou seu primeiro álbum de estúdio em todas as plataformas de música. Com nove faixas disponíveis no projeto, incluindo participações de Pocah, Priscilla Senna, Suanny Batidão e Japinha, a obra reafirma as raízes da cantora por meio da sonoridade paraense.

“O álbum ‘É Sal’ já chega com esse nome muito forte. Eu quis colocar esse título justamente para levantar essa pauta. O ‘é sal’ faz parte do movimento, da magia, da cultura da periferia e das aparelhagens. Eu não quis um nome qualquer! Tenho oito faixas em tecnomelody e uma em raga eletrônico, mas ela tem elementos do tecnomelody. Priorizei muito ter a minha sonoridade. Quando estávamos ouvindo nessa reta final, eu e minha produção decidimos firmar mais uma vez a minha identidade musical”, explica a cantora.

Viviane Batidão abriu as portas de sua casa para o Grupo Liberal e, em um bate-papo intimista, ela falou sobre esse lançamento, sua trajetória musical e suas perspectivas.

Com essa identidade e estética bastante definidas, a cantora chega com o processo de nacionalização de sua música, que vem ganhando cada vez mais espaço pelo país, mas sempre apresentando sua essência paraense, nortista e amazônica.

“Hoje tenho um show autoral, da minha cultura. Eu faço isso nas minhas músicas, mas sempre bebi na fonte do brega desde que nasci, foi isso que me alimentou: lambada, cúmbia, merengue. Isso era o que eu ouvia, tinha uma aparelhagem próxima à minha casa. Hoje estamos em um momento de ressignificação musical, porque há muitos anos eu percebia que, para sermos aceitos, precisávamos flutuar por outros ritmos dentro dos shows. Mas hoje, não. Meu show é completamente do nosso Estado, com brega, tecnobrega, bregoso, bregão, marcantes, tecnomelody e rock doido. Permaneço muito firme e fiel ao meu ritmo. Estou muito feliz com esse momento que o nosso Estado está passando, em que nossa cultura está sendo elevada e começou a ser vista e ouvida”, pontua Vivi.

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O rock doido citado pela cantora tem ganhado o Brasil, misturando música, dança e identidade. Surgido nas periferias, o movimento cultural paraense chamou a atenção de vários artistas que passam pela capital, incluindo Anitta e Pedro Sampaio.

“Nós somos muito potentes, nossa cultura é muito latente e forte. No todo, a maneira como a gente fala, se veste, a nossa música e culinária, o Brasil está olhando agora para isso com muito carinho”, acrescenta.

Mesmo com uma agenda de shows recheada pelo país, Viviane Batidão não deixa o Pará. Nascida em Santa Izabel do Pará, ela está há quase 20 anos na cena musical. Em 2007, lançou ‘Vem Meu Amor’, que virou hit em pouco tempo.

Como citado por ela, a paraense não abre mão de seu show autoral, é essa turnê que leva para todo o Brasil. Este ano, ela participou da Virada Cultural de São Paulo e dos “Ensaios da Anitta”, em São Luís, entre outros.

Viviane Batidão (Fotos: Wagner Santana)

“Confesso que eu ia com um pouco de receio para esses shows que fiz fora do Pará. Ficava pensando que, ao tocar minhas músicas, as pessoas não iam conhecer, e não foi assim. Tive uma grata surpresa! Este ano, na Virada Cultural, atrasou um pouco e entramos já pela manhã, clareando. Fiz um show nosso, autoral e com as minhas músicas. A galera cantou de ponta a ponta. Foi lindo, amanhecemos juntos. Não aguentei e chorei”, relembra.

Viviane Batidão e Ivete Sangalo se apresentaram juntas no evento Amazônia Live, em Belém, que foi beneficente para a causa ambiental. Ela também foi vencedora do Prêmio Multishow na categoria “Brasil”, em 2024.

As décadas musicais vividas pela artista fizeram com que ela experimentasse intensamente a noite do Pará, incluindo o movimento das aparelhagens, que sempre abraçaram os artistas da terra. Nas periferias da cidade, onde o movimento nasceu, uma nova mobilização ocorria: eram nesses ambientes que as músicas dos artistas locais eram tocadas e se tornavam conhecidas; depois disso, passavam a tocar nas rádios locais.

“Os artistas fizeram seus próprios movimentos. O meio de reverberar nossa música, fazer sucesso e ter a nossa arte reconhecida eram as aparelhagens. Fazíamos as músicas, levávamos para eles e os DJs tocavam. Aí começamos a fazer músicas para eles e para as equipes (grupos presentes nas festas). Mas agora estamos vivendo esse momento de ressignificação cultural. Está todo mundo entendendo que o brega é a nossa raiz cultural, a música que veio do povo trabalhador”, explica Viviane Batidão.

Por falar em brega, o Norte e o Nordeste vivem a ‘disputa’ de quem é o dono do ritmo. De um lado, está Belém, que é a Capital Mundial do Brega — título reconhecido pela Organização das Nações Unidas para o Turismo. Do outro, Recife, que é a Capital Nacional do Brega. A cantora paraense prefere deixar a polêmica de lado e valorizar a música.

Na faixa ‘Veneza’, que faz parte de ‘É Sal’, ela trouxe Priscilla Senna, a cantora pernambucana conhecida por cantar brega.

“Sou muito fã dela, desde quando comecei a cantar. Quando iniciei minha carreira, a Priscilla já era estourada. Cheguei até a regravar uma música dela. Temos essa igualdade e amor pelo brega, assim como em Recife. Não levo esse assunto para o lado da disputa, porque acho que é muito mais sobre união. A gente quer mais é que o brega se expanda pelo Brasil”, finaliza Viviane Batidão.

 

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