Morre Tonny Brasil: Artistas lembram legado deixado por cantor e compositor paraense
Tonny Brasil acrescentou batidas eletrônicas no ritmo paraense.

O legado deixado pelo cantor e compositor Tonny Brasil na música paraense tem sido lembrado por artistas e admiradores. Ele faleceu no último domingo (02), após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e ser internado no Hospital Regional Dr. Abelardo Santos.
Tonny Brasil foi o pioneiro do tecnobrega no Pará, ele que adicionou batidas eletrônicas no ritmo paraense nos anos 90.
“Tem duas coisas que eu queria destacar, além de diversas outras coisas, ele é um dos maiores compositores de música popular, que toca na periferia. O Tonny faz parte da paisagem sonora da cidade de Belém e do interior, cantando músicas de amor e que retratam a realidade dos bairros e das cidades ribeirinhas. Têm composições dele que ganharam o mundo assim na voz de artistas como Joelma, Fruto Sensual, Nelsinho Rodrigues, dentre outros. Que fazem parte do cancioneiro popular paraense, que dão o Norte a identidade sonora do nosso povo.
Na periferia as pessoas se identificam muito com as composições do Tonny”, pontua o DJ e produtor cultural Zek Picoteiro.
O artista destaca que Tonny Brasil é um dos principais responsáveis pela experimentação eletrônica do brega junto com outros produtores musicais, artistas e compositores, que deram a base do que virou o tecnobrega. “Ele sequenciou os instrumentos de estúdio, como bateria baixo, guitarra, percussão e sopro para tocar tudo no teclado, isso deu um salto na produção. Ele direcionou uma nova forma de produzir música, disco e de tornar mais acessível e democrático para que mais artistas pudessem ter condições de produzir seus álbuns. Isso possibilitou, que logo depois as aparelhagens começassem a tocar, porque com o brega eletrônico, o tecnobrega, isso ajudou a reforçar a identidade sonora das festas, das aparelhagens. E isso virou uma nova febre, isso determinou as próximas décadas”, acrescenta Zek.
VEJA MAIS
Tudo o que foi citado pelos artistas foi lembrado por demais cantores e intérpretes durante o velório de Tonny Brasil. Muitos admiradores destacavam o talento e a naturalidade que ele fazia suas composições e produções.
“Para mim, não só como amigo há mais de 20 anos, é uma perda irreparável. O Tonny é considerado um gênio do nosso segmento, do tecnobrega, do Calypso. O legado ficou, mas como amigo é uma perda irreparável”, disse Chyco Salles. O cantor revelou que tem algumas músicas inéditas de composição de Tonny Brasil que serão lançadas em breve.
Bastante emocionado, o cantor Sandro Aragão relembrou não só as parcerias de produções músicas, mas também o show que ele realizava ao lado do amigo. “É muito difícil, não só para mim, mas também para os artistas paraenses, para o Estado que conhece o trabalho do meu irmãozinho. Nós éramos amigos muito próximos, família de frequentarmos um a casa do outro. Vou sentir muito, porque as minhas manhãs eram com o Tonny Brasil. Eu devo parte da minha vida a ele”, diz Sandro.
“A música perde um gênio, o cara da criação. O Tonny criou o estilo e evoluiu, lá atrás ele conseguiu estudar a sonoridade”, acrescenta.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA