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Gaby Amarantos: a voz do Norte e da Amazônia também é do Brasil

Cantora falou sobre referências e projetos em um bate papo exclusivo

Bruna Dias
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2022 foi da Gaby Amarantos. Ao lembrarmos de tantostrabalhos dela que ganharam notoriedade, temos uma multiartista fora dequalquer definição. Ela produz, canta e atua, além disso, dá voz a tantas lutas e comunica só com a sua presença.

Antes de se despedir de 2022, Gaby bateu um papo exclusivo com o O Liberal e fez uma avaliação sobre a sua trajetória. Confira!

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Vamos começar falar sobre a liberação das músicas do“TecnoShow” e o vinil do Treme. Dois trabalhos incríveis seus e que o públicosimplesmente ama e tem uma conexão muito afetiva.

Nossa eu estou muito feliz porque o Treme está completando dez anos, esse vinil é em comemoração. E o Tecnoshow, a gente estáhá muito tempo batalhando para conseguir as autorizações das músicas. Isso éporque faz parte do nosso mercado do melody, do brega, pegar as músicas internacionais e gravar sem autorização. Pela primeira vez uma artista paraense do movimento consegue as autorizações dos autores originais para gravar. Foi uma negociação de muitos anos, já tinha o desejo de gravar o Tecnoshow e agora a gente está tornando esse desejo realidade. É o meu presente para todo  essa galera que já me acompanha há muito tempo.

Quem passa pelas redes sociais da Gaby encontra umamulher que comunica através da música, da interpretação, da moda. Como é falartantas línguas na artes.

Acho que a gente está num momento tão crucial dessa retomada da cultura, da gente entender a importância da maior riqueza, uma das maiores que o Brasil tem que é a sua cultura. Sempre me entendi multiartista. Eu ouvia das pessoas: ‘ah mas será que o público brasileiro vai entender? Tu fazes muitas coisas, tens que focar em uma coisa só’. E eu falava: ‘não, não vou deixar ninguém me colocar em uma caixinha. Eu vou ser quem eu sou’. E sempre fui várias! Agora, as pessoas através da técnica do The Voice Brasil, entendem melhor a o figurino, através da atriz, entendem melhor a Gaby que expressa opinião. Todas elas se complementam nesse grande combo que representa um pouco do potencial que são os artistas da Amazônia, nós mulheres da Amazônia, que somos tão talentosas, que temos que fazer tudo, produzir, dirigir, que temos que praticamente chutar bola e fazer o gol. Acho que a galera vai entender mais também da nossa arte a partir de toda essa multiculturalidade que sempre me permitir ser.

Tu és uma referência do Norte, da Amazônia. Lutas pelafloresta em pé e tens uma voz importante. O Purakê fala dessa questão dafloresta também. Conta um pouco dessa figura Amazônica forte que és.

O Purakê está vivíssimo! Acho que a gente está nessemomento de retomada do nosso entendimento enquanto a Amazônia, não só como um bioma, mas como a nossa vida, a nossa filosofia, o ar que a gente respira. A Amazônia é cultura. Todo o meu trabalho eu me entendo como uma missionária da Amazônia, de trazer sempre um holofote para gente, para os nossos artistas, para o nosso movimento e mostrar que não é só música ou um estilo musical, a gente é muito, a gente é muita coisa junto. É muito bom poder estar em um evento que vou fazer parte, que é a posse do presidente Lula, representando o Norte, representando a Amazônia, já sinalizando para o Brasil que nós vamos ser incluídos nesse mapa. A gente não pode falar de cultura brasileira sem o Norte,sem a Amazônia. Eu quero sempre trazer esse olhar para gente com amor, com representatividades, fazendo com que as pessoas entendam que olhar para o Norte, para a Amazônia é olhar pro Brasil inteiro.

Hoje tu passeias por um público com diversas faixas, agalera que te acompanha desde o Tecnoshow, que te ouvia nas aparelhagens, e aspessoas que te conheceram agora com os teus trabalhos nacionais. Como tem sidoencontrar rostos de gerações diferentes na tua caminhada?

Égua! Mana, fico doidinha porque eu olho para as eu falo:‘caramba, tem uma galera que já me acompanha há um tempo, mas como tem uma galera jovem, galera muito jovem, que é de todas as classes sociais também e é colorida’. Você vê que tem um público que que é LGBTQIA+, que é negro, que é periférico, mas aí tem uma galera nova, é uma grande mistureba e é isso que sempre quis, poder fazer com que tribos diferentes possam estar, conviver e curtir essa música, curtir essa artista, essa proposta. Tem gente que nunca viu um show da Tecnoshow e me manda mensagem: ‘ah, a minha mãe ouvia e eu comecei aescutar Tecnoshow’. E tem também quem diga: ‘sou fã de Tecnoshow, fui em todos os shows que tu fazia na Pororoca’. Mas tem também uma galera dos streamings que me conhece das plataformas digitais. Acho que é bem esse Brasil que é plural, que é essa mistura e que está precisando se misturar.

De onde vem a tua escola musical? O público tem acompanhado a tua segurança como técnica no The Voice, como foi sua preparaçãopara assumir essa cadeira?

Estou muito feliz de estar fazendo o The Voice, é um programa assim que eu digo, caramba é a fábrica de sonhos, é brincar de poderrealizar sonhos com muita responsabilidade, porque a gente faz aquele programacom muito amor, nossa. A minha caminhada na música sempre foi a realidade demuita gente nesse país, eu nunca tive condições de fazer um conservatório, uma escola de música, nunca estudei a partir dos privilégios dos meus pais porque euvenho de uma família que é do Jurunas. Mas é uma família é muito musical e omeu bairro me deu muita música. Acho que por eu ser jurunense sempre cresciouvindo muita coisa, desde os movimentos do brega, tecnobrega, carimbó, de tudo que é nosso, mas eu tinha uns vizinhos na rua de casa que ouvia rock. Fui uma criança que ouvia vinil, e amo por isso, e também por esse motivo que lancei o vinil do Treme. Nossos encontros de família sempre tinha roda de samba ou de carimbó, ou em um treme. Ouvi muita música brasileira porque o meu pai sempre amou muita música negra, de Milton Nascimento a todos os artistas do movimentodos Doces Bárbaros. Quando comecei a cantar em barzinhos, antes do Tecnoshow, recebia um bilhetinho pedindo para cantar Belchior ou Elis Regina. Nas redessociais tem gente que manda: ‘Nossa, a Gaby Amarantos sabe cantar todas asmúsicas’. Eu falo: ‘Gente, de verdade sei’. Porque o meu repertório vem desse movimento e toda da escola da música paraense, que é um dos movimentos mais incríveis de música do Brasil me dá essa segurança.

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