Foliãs relembram com saudades os anos de ouro do carnaval em Mosqueiro

Nos anos 1990 a Ilha do Amor recebia brincantes de todos os cantos do estado em uma das maiores festas de carnaval do Brasil na época

Gabriela Gutierrez | Especial para O Liberal

O carnaval nas ruas da ilha de Mosqueiro deixou muita saudade nos corações dos foliões paraenses. Nos anos de 1990, nessa época do ano, Belém ficava vazia com muita gente viajando para o interior do Estado e para a bucólica, claro, que tinha uma programação intensa de Carnaval.

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Nessa época, a ilha tinha programação que só acabava na quarta-feira de cinzas e era referência no Brasil todo, chegava a ser comparado com o carnaval de Recife.

Quem foi jovem naquela época deve ter lembranças e guarda saudades das músicas da época, das altas aventuras e modas que faziam sucesso entre a garotada.

“Ah, o carnaval em Mosqueiro foi a minha vida, foi a minha história. Tenho uma história de amor com Mosqueiro. Ia todos os finais de semana atrás do trio elétrico”. Esse é o relato de Adriana Almeida, uma das tantas foliãs dos anos de ouro da quadra do Rei Momo na bucólica.

Adriana relembra que ia sempre acompanhada de muitos amigos na época. Sempre em grupos curtindo a festa pelas ruas da Ilha. “ Sou muito saudosa”, disse.

O ritmo que predominava as festas e nos blocos daquele tempo também são uma marca do carnaval de Mosqueiro. Fruta Quente e Marco Monteiro envolveram os corações dos foliões que, até hoje, associam suas vozes aos dias de carnaval na ilha do amor.

“Acho que o mais fantástico da minha história com Mosqueiro é que não tem como lembrar desse tempo e não lembrar das músicas do Marco Monteiro. Eu era apaixonada pelas músicas, não só dele, mas também do Fruta Quente, que eu também adorava”, relembra Adriana.

Marília Araújo, também viveu intensamente os anos de outro do carnaval da ilha e completa a lembrança: "Recordo as músicas do Marco Monteiro, que na época era Marquinho e Banda, "Ô ô ô Mosqueiro é a ilha do amor!”

Marília conta que Mosqueiro era o melhor de todos os lugares, vivia muitas aventuras e fazia de tudo pra estar na rua junto com o trio. “Nos anos 1995, mais ou menos nessa época, eu tinha 17 anos. Na época, o Carnaval de Mosqueiro bombava. Os trios elétricos passavam na principal avenida e cortavam várias praias como Murubira, Ariramba, ia pelo farol e, algumas vezes, chegavam na vila”, explicou.

A foliã reforça o quanto era divertido e valia a pena curtir os dias de festa em fevereiro na Ilha do Mosqueiro. E mesmo sendo menor de idade e sem a autorização da mãe, Marília não media esforços, estaria na avenida, nem que precisasse ‘fugir’. “ Ter um local para ficar na ilha era muito difícil. Então, uma amiga da minha mãe disse que eu poderia ir para lá sem problemas, porém com restrições de saída. Marquei com uma prima minha, fingi que ia dormir. Quando deu o horário que marcamos abri a janela, de mansinho e fui para a vila”, conta Marília.

“Pulei, brinquei, namorei e voltei sem que ninguém descobrisse nada. Outra vez, fiquei na delegacia hospedada junto com minha prima, pois não tínhamos onde ficar. Permitiram que tomássemos banho lá. Já dormi em casa de chão batido, no chão mesmo, porque não tínhamos onde ficar. Enfim, fazia de tudo para estar lá”, disse a eterna apaixonada pelo carnaval da Ilha. 

Ao compartilhar essas histórias, Marília diz que sente saudade dessa festa e afirma que são dias que ela jamais vai esquecer. “Realmente valia a pena. A diversão era genuína, e não havia muita preocupação com a violência. Podíamos caminhar do farol até Murubira, às vezes tarde da noite, para chegar ao palco da Liberal, ou sair de lá tarde e ir para o farol, e nada acontecia, pois a questão da violência não era tão grave. Por isso, fazíamos essas coisas de qualquer maneira, porque valia muito a pena. Muito mesmo”, finalizou Marília.

Adriana também conta com saudade da época da festa de carnaval em Mosqueiro e carrega essas memórias até no profissional: “Além de jornalista, sou produtora cultural. Dirigi e assinei a direção geral de uma gravação do DVD do Marco Monteiro, "As Portas do Meu Coração". E eu nunca, nem nos meus maiores sonhos, imaginei que aquela menina que era fã, que seguia o trio e era apaixonada pelas músicas, iria virar produtora. Eu acho isso uma coisa muito, muito legal mesmo”, concluiu.

 
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