Espetáculo musical inspirado em brega de Ivan Peter volta à cena com drama, comédia e música

Vagner Mendes e Sidiane Nunes comentam a maturidade e os desafios de interpretar os protagonistas Arthur e Cecília

Amanda Martins
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Com músicas paraenses que marcaram gerações, o espetáculo Tchau Tchau Amor - Uma Comédia Romântica Musical” retorna aos palcos de Belém, trazendo novidades e novos personagens. As apresentações serão realizadas neste sábado (24), às 19h, e domingo (25), às 18h e 20h, no Teatro Experimental Waldemar Henrique. Os ingressos podem ser adquiridos pelo site Sympla.com.

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Produzido pela Cia Discrepantes de Teatro Musical, o projeto estreou em 2019 e conta a história de Arthur e Cecília, casal que enfrenta o divórcio após sete anos de casamento. O enredo mistura drama e humor, mostrando encontros, desentendimentos e confusões do cotidiano enquanto eles tentam compreender como seguir suas vidas sem apagar o que viveram juntos.

Para o diretor e produtor André Launé, o retorno do espetáculo exigiu adaptações. “O que era atual em 2019 não é mais atual hoje. Precisamos atualizar o enredo para refletir o momento atual, trazendo novos detalhes da vida cotidiana e criando uma forma diferente de contar a mesma história”, disse.

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Segundo ele, o musical que antes durava 45 minutos agora tem uma hora de apresentação, com cenas mais enxutas e novas situações que aproximam ainda mais a narrativa do público.

O título faz alusão ao famoso brega de Ivan Peter, e simboliza a despedida do casal protagonista. “A história acompanha Arthur e Cecília durante a separação, mas também mostra o que acontece ao redor deles: como a mãe do Arthur reage, como a irmã da Cecília lida com a situação. É uma visão do cotidiano que acontece enquanto a vida continua”, explica Launé.

Ouça a canção:

A montagem segue o estilo “jukebox”, no qual a narrativa é construída a partir de canções já existentes. “Primeiro selecionamos as músicas, depois desenvolvemos a história dos protagonistas e, por fim, atribuímos aos personagens secundários canções que dialogassem com suas trajetórias. É um processo em que texto e música conversam”, detalha.

Sem dar muitos detalhes para manter a surpresa dos espectadores, diretor revelou que o espetáculo inclui músicas que o público paraense já conhece, como “Solidão”, da Banda Sayonara e “Xirley”, de Gaby Amarantos.

O elenco também compartilha a experiência de revisitar o universo musical paraense. Vagner Mendes, que interpreta Arthur, participou da primeira temporada e retorna com mais maturidade. “Quando fiz o papel pela primeira vez, tinha 19 anos e pouca experiência. Hoje, com 26, consigo trazer mais seriedade, entender as camadas emocionais do Arthur e transmitir minhas próprias vivências amorosas. O público pode esperar uma entrega maior, mais sincera e próxima da realidade”, afirma o ator e cantor.

Ele comenta sobre a entrega que o público pode esperar. “Agora eu trago uma entrega maior, porque já vivenciei amores que me doeram ao dizer ‘tchau’. Isso me permite entregar ao público uma história mais sincera, honesta, sobre o que é um término de relacionamento. Espero que o público perceba essas pequenas camadas, que podem emocionar ou até fazer chorar, refletindo sobre amores na nossa região, amores que vivem no cotidiano, ouvindo bregas marcantes, dançando carimbó”, acrescenta o artista.

Vagner ainda ressalta o equilíbrio entre drama e comédia na peça. “Temos cenas cômicas que fazem a plateia rir muito. É interessante ver o público se identificar, comparando personagens com vizinhos, amigos e conhecidos. Essa relação com o cotidiano e com histórias íntimas cria uma experiência única para quem assiste”, afirmou.

A atriz e cantora Sidiane Nunes, de Mocajuba, assume a protagonista Cecília pela primeira vez. Ela descreve a construção da personagem como um equilíbrio entre atuação e técnica vocal. “Cecília representa o prazer de amar sem máscaras, aceitar o sofrimento como parte do processo e encontrar cura na superação. O desafio foi integrar o canto com a narrativa, respeitando os tempos das músicas, que não podem ser alterados”, explica.

Sobre a preparação, ela explica que precisou equilibrar condicionamento físico e técnica vocal. “Levamos o corpo à exaustão e depois retornamos ao equilíbrio várias vezes durante o processo. Já participei de outras produções, como ‘Estação 0’, também de André Launé, mas cada espetáculo tem suas novidades. Misturar atuação e canto foi inicialmente confuso”, confessa.

Para Sidiane, o espetáculo também representa a oportunidade de levar o teatro musical para além da capital. “Esse um espetáculo me permitiu propagar o teatro na minha cidade e incentivar por lá a valorização da cultura popular de nosso estado. Circular com esse espetáculo é abrir possibilidades de criação dentro do teatro musical e de reconhecimento regional, com as nossas músicas que contam nossas histórias”, afirmou.

O elenco também conta com nomes como, Alinne Pimentel, Isaac Machado, Vanessa Lisboa, Emy Gonçalvez, de Natalia Nanci, Lia Amaral e Jam Bil.

SESSÕES GRATUITAS

Além da capital, o musical fará duas apresentações gratuitas em Soure, no Marajó, no dia 30 de agosto, às 18h e 20h, no Auditório Carlos Augusto Nunes Gouvea.

Os artistas que compõe a cia também irão ministrar oficinas para os alunos da rede pública de Soure, nos dias 26, 27 e 28 de agosto. As atividades serão totalmente gratuitas e têm como objetivo compartilhar as técnicas do teatro musical, que envolve dança, canto e teatro.

SERVIÇO

Espetáculo ‘Tchau Tchau, Amor’

  • Datas e horários: sábado, 23 e, domingo, 24 de agosto, às 19h, e 18h e 20h;
  • Local: Teatro Experimental Waldemar Henrique, em Belém;
  • Ingressos antecipados por R$ 20,00 via Sympla (link na bio) ou pelo WhatsApp (91) 98148-4171.
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