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Após Seu Jorge, Afonso Cappelo revela que também sofreu racismo em show em Belém

O cantor afirma que um homem mandou que ele deixasse o local e quase foi agredido: 'Não queria estar no mesmo ambiente que eu'.

Enize Vidigal
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O crime de racismo sofrido pelo cantor, compositor e ator Seu Jorge, no Rio Grande do Sul, no último dia 14, segue chocando o Brasil e chamando a atenção para casos semelhantes de agressão a pessoas negras por motivo da cor da pele. O cantor e compositor paraense Afonso Cappelo (ex-The Voice Brasil) revela que, há alguns meses, em Belém, um homem tentou expulsá-lo do ambiente comercial para o qual havia sido contratado para se apresentar: “Ele não queria estar no mesmo ambiente que eu”, conta o artista.

Afonso Cappelo contou que estava preparando os equipamentos para começar a tocar, quando um homem desconhecido, que estava acompanhado da família, disse que queria que ele fosse embora, do contrário, não iria mais consumir no estabelecimento. “Eu comecei a tocar e a situação piorou. Chegou até o momento da pessoa levantar pra me agredir, não queria que eu estivesse tocando e nem que estivesse no local. As pessoas (outros clientes) se levantaram para intervir, não deixaram ele se aproximar e ele foi embora sem pagar a conta”, relata o cantor.

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“Foi uma das piores situações que passei enquanto racismo. A gente pensa que vai ter uma reação, mas quando acontece com a gente acaba não acreditando que está acontecendo. A minha ficha caiu depois. Eu parei um pouco no show para tentar me recompor. Fui até o banheiro e chorei”, acrescenta.

Em outra ocasião, em que tocava em um ambiente de classe alta, Afonso Cappelo contou que a mãe dele, que trabalha como sua produtora, foi retirada da cadeira em que estava ao lado do palco e, em seguida, convidada a aguardar o término do show na cozinha. “Disseram que ela ia ficar mais à vontade lá. Eu estava tocando, não tinha entendido. Ela (mãe) só me contou depois o que tinha ocorrido”, recorda.

No Brasil, o racismo é crime. A Lei 7716/89 fixa pena de reclusão de um a três anos e também multa para quem praticar discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Mesmo assim, os crimes de racismo continuam acontecendo.

Racismo velado 

A cantora paraense Mariza Black, expoente do samba paraense, diz que o racismo costuma ocorrer de forma velada, mas que, certa vez, foi abordada no banheiro de um clube elitista por uma mulher que “cheirou” o cabelo dela, que estava ornamentado com tranças afro. “Vieram cheirar o meu cabelo pra ver se estava fedendo”, conta.

“As pessoas de cabelo afro que usam tranças são discriminadas. Eu respondi pra ela que o meu cabelo era normal, que eu faço a minha higiene pessoal. Foi uma situação bem delicada. Relato dessa forma porque já faz um tempo (que aconteceu)”, declara Mariza, sinalizando que ficou impactada com a atitude da mulher. “As pessoas querem banalizar, dizer que não existe (racismo). Infelizmente, não está sendo algo velado na atual conjuntura em que o país se encontra. Tem pessoas agressivas e racistas que se revelaram porque se sentem apoiadas e incentivadas”, observa.

Outra cantora e compositora paraense, Joelma Klaudia, recorda que sofreu racismo desde a infância, na família e na escola. “Falavam que o meu cabelo era ruim, era pixain, cabelo de bombril. Por muitos anos usei o cabelo preso. Me libertei com a música. O racismo afeta a autoestima, é uma violência. Precisamos ir superando isso cada vez mais, expondo os crimes e os criminosos e apoiando as vítimas, até as pessoas entenderem que isso não pode acontecer.”

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