Atriz Débora Ozório destaca versatilidade na carreira com Celeste em 'Garota do Momento'

Vivendo a personagem Celeste na novela Garota do Momento, da TV Globo, a atriz Débora Ozório, de 28 anos, adiciona mais um trabalho ao seu currículo extenso e de papéis diversos. Ela estreou na televisão em 2016, com uma breve participação como versão jovem de Gilda na novela Totalmente Demais. Desde então, vem construindo uma trajetória marcada por personagens de destaque: interpretou a versão jovem Alzira em Tempo de Amar (2017); Patrícia em Espelho da Vida (2018); Olívia - que mais tarde se descobre como Clara - em Além da Ilusão; e Petra em Terra e Paixão. Atualmente, dá vida a uma adolescente de 17 anos em uma “novela de época”.

Em entrevista exclusiva ao Grupo Liberal, a atriz contou que começar em um novo trabalho é sempre uma experiência imersiva e de muito aprendizado. Para ela, a construção de cada personagem é a sua parte preferida: “É uma delícia. É a parte que eu mais gosto, que eu mais me divirto, que é esse momento de preparação, de construção [do personagem]. Eu pesquiso muito; eu estudo muito. Eu vim do teatro, então acho que o teatro também me dá uma bagagem de composição por inteiro com o corpo, com a entrega.”.

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Um dos papéis de maior destaque na carreira de Débora foi o de Petra, uma jovem que lida com traumas profundos recorrendo ao uso de medicamentos controlados - entre eles, o abuso sexual que sofreu na infância. Sua personagem mais recente ainda em exibição, Celeste, trata-se de uma doce e ingênua adolescente de 17 anos, vivida em 1958, que enfrenta questões complexas como um relacionamento abusivo, gravidez precoce e o controle excessivo do pai. A diferença entre as personagens, tanto na abordagem quanto na faixa etária - Celeste é dez anos mais jovem que Débora - representa, segundo a atriz, uma grande oportunidade de demonstrar sua versatilidade artística.

“A Petra era uma outra proposta; a gente tem as mudanças até físicas mesmo, como o próprio cabelo. A caracterização soma com tudo isso para a gente contar essa história. E a Celeste é uma composição de uma personagem 10 anos mais nova que eu, Débora, uma idade diferente da Petra também”, diz a atriz. “Me interessou muito quando surgiu a possibilidade da novela [Garota do Momento]; de ser oportuno mostrar essa versatilidade. São duas personagens que são muito especiais. A Petra foi um marco realmente para mim, eu me entreguei muito e foi uma delícia. Foi um projeto muito gostoso. A gente utilizou temas de utilidade pública, e fica mais gostoso ainda a gente poder usar do nosso trabalho para dar voz a coisas importantes, que precisam de visibilidade e debate. Eu sou bem feliz com a minha trajetória, com o que eu estou construindo”, destaca Débora.

Construção da Celeste e aprendizados 

A atriz comentou ainda que a construção de Celeste foi influenciada por diversas referências — desde suas próprias vivências sociais e a personalidade da personagem até as orientações do núcleo criativo da novela.

“A gente sempre empresta um pouco da gente para o personagem, mas com certeza é uma composição maior que isso. Eu pesquiso muito; eu assisto muito. Assim que eu pego um personagem, eu vou desenhando muitas coisas, eu não tenho apenas uma referência. Meu primeiro encontro com a Celeste foi através dos livros que ela cita [na novela]. Reli alguns que eu já tinha lido; li vários que eu não tinha lido ainda. Dali tomei um ponto de partida para ir pensando e buscando outras coisas. Eu sempre me inspiro em muitas referências. Troco muito [raciocínio] com o diretor e com o que eu entendi sobre o que o autor pede”, compartilhou a atriz.

“Novela é uma obra aberta; as coisas não podem ser tão definidas para sempre, tem que ter possibilidades, assim como é na vida”, analisou a atriz.

Celeste em "Garota do Momento", da TV Globo (Foto / Reprodução / TV Globo)

Personagem adolescente em 'novela de época' 

Ao iniciar os trabalhos como Celeste, ela considerou um desafio instigante, já que vinha de uma personagem mais velha e com um perfil completamente diferente: “Quando surgiu essa possibilidade da novela, eu me interessei muito em fazer uma personagem 10 anos mais nova, principalmente vindo da Petra, porque eu acreditei, desde o início, que seria muito interessante essa diferença.”

Ainda segundo Débora, atuar em uma “novela de época” é uma experiência profundamente imersiva e enriquecedora para sua trajetória profissional e pessoal, já que exige transitar por um universo completamente diferente do seu cotidiano.

“Essa composição de outra época, de outra linguagem, de outro momento da vida me ensinou muito, porque a gente pensa fazer de forma crível, sensível e honesta para as pessoas se identificarem. Toda cena eu saio uma atriz melhor. Essa experiência é muito aprendizado para dentro e fora de cena, porque a gente acaba usando isso na vida”, destaca a intérprete de Celeste.

Próximos projetos

Sobre próximos projetos, Débora diz que ainda não pode revelar nada, mas dá uma dica: palco de teatro. “São muitas coisas vindo. O teatro é uma coisa que está muito viva dentro de mim nesse momento. Sinto muita falta dos palcos. A gente acaba emendando os trabalhos no audiovisual e o tempo vai ficando apertado para fazer teatro. Eu quero sempre fazer teatro. Isso é só uma dica, mas tem muita coisa para vir”, finaliza a atriz, em tom de entusiasmo.