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Artesão produz máscaras para os principais bois de máscaras do carnaval de São Caetano de Odivelas

Antônio José Monteiro, mais conhecido como “Cação”, também confecciona esses acessórios para Belém e até para os Estados Unidos

Dilson Pimentel
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O artesão Antônio José Monteiro, mais conhecido como “Cação”, de 44 anos, produz máscaras para os principais bois de máscaras do carnaval de São Caetano de Odivelas, município no nordeste paraense. Reunindo elementos juninos e de carnaval, esses bois são o diferencial no carnaval daquele município.

E “Cação” é o responsável por fazer as máscaras para os brincantes. Ele também faz esses acessórios para Belém. E, há poucos dias, recebeu uma encomenda de máscaras para enviar para os Estados Unidos. O artesão trabalha, sozinho, em sua casa, onde também conserta bicicleta. “Produzo as máscaras de quase todos os bois daqui”, disse.

Em São Caetano de Odivelas, há 33 bois de máscaras, dos quais 30 estão em atividade. Cação contou que começou a produzir máscaras no começo da década de 1990. “Eu aprendi com o mestre Lúcio (que faleceu recentemente). Ele foi o meu professor”, lembrou. “Eu ia para a casa dele às 8 da manhã e saía duas, três horas da tarde”, lembrou.

No começo, o artesão só produzia as máscaras para o mês de junho, quando há apresentação dos bois de máscaras em São Caetano de Odivelas, e para o Carnaval, quando esses bois também ganham as ruas da cidade, juntamente bom os blocos tradicionais da folia. “Até 2015 eu fazia as máscaras só para essas datas. A partir daí, passei a fazer para o ano todo”, contou.

No momento, também está confeccionando máscaras para mandá-las para os EUA. “Primeiro, ele (a pessoa que entrou em contato com ele) encomendou 10. Gostou e, agora, mandou fazer 20”, contou.

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Para fazer as máscaras, ele leva pelo menos dois dias. É um trabalho que requer habilidade e muito cuidado com cada detalhe, como, por exemplo, os olhos da máscara. Para a produção, ele usa papel machê. Depois, goma (tapioca). E, assim, vai fazendo o nariz, os olhos. As máscaras que são colocadas nos rostos dos brincantes são menores. Já aquelas que são usadas para alegorias são maiores.

O trabalho dura o dia todo praticamente - de 8 às 18 horas. “A minha oficina tá aqui aberta pra qualquer um. Quem quiser aprender, vem pra cá”, disse. Em média, a pessoa leva uma semana para aprender a fazer essa máscara.

Por dia, Cação faz 10 máscaras: 5 de manhã e 5 à tarde. “São 5 formas que eu tenho”, explicou. Mas, dependendo da demanda, já chegou a produzir, em um determinado período de tempo, até 100 máscaras. As máscaras ficam no sol o dia todo. São colocadas de manhã e retiradas à noite.

image O artesão Cação também sai no carnaval fantasiado de “pirrô” mascarado (Thiago Gomes/O Liberal)

Artesão também sai no carnaval fantasiado de “pirrô mascarado”

A produção dele ainda não é voltada para feiras ou para outros eventos. Basicamente essa produção é destinada para São Caetano de Odivelas. Cação participa do carnaval como artesão e, ainda, como brincante. Ele sai no carnaval fantasiado de “pirrô” mascarado.

Usa-se muito o carnaval veneziano para fazer um paralelo, mas ele não tem uma relação direta. Personagem com uma roupa espalhafatosa, com listras verticais multicoloridas. Um outro adereço icônico do “pirrô” mascarado de São Caetano é sua máscara com nariz pontiagudo. “Concilio diversão com trabalho”, disse. O apelido é porque ele gostava de tomar banho de rio. Cação é um pequeno tubarão.

 

 

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