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Após declarações em evento em Altamira, bailarina Clara Pinto se pronuncia

As falas da bailarina ditas em um evento repercutiram negativamente no cenário da dança em Belém

Painah Silva
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A bailarina Clara Pinto, proprietária da escola de dança de mesmo nome, teve seu nome bastante comentado nos últimos dias após algumas declarações em um evento que participou em Altamira, sudoeste do Pará. A repercussão gerou até carta aberta rebatendo os comentários da empresária. A transmissão do evento recebeu bastante comentários, muitos direcionados à Clara.

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A reportagem de OLiberal.com entrou em contato com a bailarina Clara Pinto e ela disse que não tem nada a falar sobre a repercussão dos vídeos, uma vez que estava no evento recebendo uma homenagem e que as pessoas interpretam da forma como querem. "Não disse nada. Não tenho nada a falar. Só fala sobre arte, pois é o que venho fazendo há 50 anos", destaca a bailarina.

"Eu abro a porta pra todo mundo. Todos que estão dando aula em Belém, tudo saiu de lá da [avenida] 16 de Novembro. Não sabiam nada, porcaria nenhuma. Aprenderam tudo na escola Clara Pinto e depois vão dizer: 'Eu saí de lá porque lá não dão oportunidade'. Eu abri os horizontes para todo mundo", enfatiza a dançarina.

"Só querem saber o quê? [Querem] Políticas públicas, porque não fazem nada. Só querem que tenha lei Aldir Blanc, Lei Paulo não sei o que, só! Pra viverem só disso. Eu não vivo disso, você não vive disso. 'Ah, porque tem que ter as políticas públicas'. Eu trabalho pelo coletivo há 50 anos, querido", disse ela em outro momento.

Resposta da comunidade artística

A bailarina Brigitte Liberté usou suas redes sociais para comentar sobre as falas de Clara Pinto. Em uma publicação intitulada como "Carta Aberta à professora Clara Pinto", a dançarina fala sobre as leis de incentivo à cultura, as quais foram criticadas pela empresária, e também sobre o trabalho com o coletivo. 

"Trabalhar pelo coletivo não é ter uma escola elitizada e promover um festival onde as pessoas pagam caro pra dançar, pra você realizar o sonho das pessoas de dançar no Theatro da Paz. Trabalhar pelo coletivo é lutar por condições dignas de trabalho, por oportunidades de crescimento pessoal e profissional de uma classe trabalhadora; é sim, exigir políticas públicas que são obrigação do governo, que tanto desvaloriza a cultura, principalmente a cultura periférica, para que as pessoas possam, por exemplo, ter recursos para levar os seus próprios trabalhos para o Theatro da Paz, sendo devidamente remuneradas", começou Brigitte. 

"É por isso que as leis de incentivo à cultura, como Aldir Blanc e Paulo Gustavo, que estão vetadas por esse desgoverno genocida, são tão importantes pra gente, porque foi a partir delas, que muitas artistas conseguiram colocar comida na sua mesa, pagar seus aluguéis e ter acessos à saúde e lazer; foi a partir delas, que várias artistas conseguiram migrar, de ambientes de trabalho exploratórios, para o trabalho autônomo com a sua arte, onde puderam crescer, ganhar mais experiências, maior reconhecimento e ascender profissionalmente; foi a partir delas, que tantas produções de altíssimo nível puderam ser realizadas, oportunizando empregabilidade para grupos minoritários, como pessoas negras, periféricas, mulheres, lgbtqia+, fomentando a cadeia econômica artística nesse estado", continuou a dançarina. 

(Estagiária Painah Silva, sob supervisão da Coordenadora de Conteúdo de Cultura, Sonia Ferro)

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