Após ser assaltado 9 vezes, servidor dos Correios ganha R$ 80 mil; entenda
Trabalhador dos Correios afirma que ficou com sequelas psiquiátricas graves após as ocorrências

A Justiça do Trabalho condenou os Correios a pagar uma indenização no valor de R$ 80 mil por danos morais a um trabalhador que foi vítima de nove assaltos armados enquanto exercia suas atividades. Ele afirma que adquiriu sequelas psiquiátricas graves após as ocorrências, como síndromes de estresse pós-traumático e de ansiedade generalizada.
A decisão foi tomada pela Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho e confirmada na terça-feira (19), mas cabe recurso. A vítima, de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, alega que sofreu vários roubos de cargas transportadas em veículo de trabalho ao longo de quatro anos. Devido às sequelas, o trabalhador ficou afastado das atividades por auxílio-doença por acidente de trabalho, situação que persistia em 2016, na época do ajuizamento da ação.
O colegiado avaliou que o valor fixado nas instâncias anteriores, de R$ 30 mil, não refletia adequadamente a gravidade do dano e a responsabilidade da empresa. O juiz da 47ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro reconheceu o direito do carteiro à indenização por danos materiais e morais e fixou a segunda em R$ 30 mil, considerando que as doenças constatadas pela perícia médica decorreram dos assaltos sofridos no trabalho.
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O trabalhador declarou que a empresa teve conhecimento dos assaltos, mas não tomou nenhuma providência para promover a sua segurança. O relator do caso entendeu que os fatos registrados levaram à incapacidade laboral e ao afastamento, além da falha da empresa em prover meios de proteção.
Em nota, os Correios informou que foram realizados investimentos em segurança e parceria com órgãos estaduais de segurança e com a Polícia Federal para prevenir crimes.
“"Em 2023, foram R$ 200 milhões investidos em medidas como contratação de escolta, rastreamento de carga e aquisição de equipamentos de segurança. Os Correios ainda adotam parceria com órgãos estaduais de segurança e com a Polícia Federal para prevenir crimes — esses parceiros trabalham nas dependências da empresa na prevenção e investigação de roubos, identificando quadrilhas que atuam contra os trabalhadores da empresa e contra o patrimônio público”, diz trecho do posicionamento enviado ao G1.
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