Seminário de Segurança da Amazônia Oriental conta com a participação do ex-ministro da Defesa
O evento marcou o início de uma série de debates ligados ao tema com ênfase na COP 30, que devem se intensificar nos próximos meses

Os desafios ligados à segurança na Amazônia ganham protagonismo nos debates nacionais. Nesta terça-feira (6), o Comando Militar do Norte (CMN), em parceria com instituições de ensino superior públicas e privadas, promoveu o “I Seminário de Segurança e Defesa da Amazônia Oriental no contexto da COP 30”, realizado no teatro Maria Sylvia Nunes, da Estação das Docas, em Belém.
O evento reuniu autoridades militares, acadêmicos, estudantes e representantes da sociedade civil para discutir a complexa relação entre defesa, meio ambiente e desenvolvimento sustentável na região amazônica. Entre os participantes esteve o ex-ministro da Defesa e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, que abordou o contexto geopolítico da Amazônia.
Para ele, a escolha de Belém como sede da COP 30 é estratégica e vai além da beleza natural ou da história da cidade. “A Amazônia está no centro da geopolítica mundial, não apenas pelo meio ambiente, mas porque ela é a maior fronteira mineral, a maior reserva de água doce e de biodiversidade do planeta. Ela possui os recursos que o mundo deseja, ambiciona ou necessita”, afirmou.
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Rebelo criticou a imagem distorcida da Amazônia divulgada por organizações internacionais e destacou a exclusão histórica da população amazônida dos projetos nacionais. “A verdadeira Amazônia está apagada. O Brasil mais pobre está aqui. É aqui que estão os piores indicadores sociais do país. Não se pode defender apenas a floresta e esquecer a vida dos trinta milhões de brasileiros que vivem aqui”, pontuou.
Ao defender um novo equilíbrio entre proteção ambiental e desenvolvimento, o ex-ministro propôs um modelo que promova uma preservação com melhorias nas condições de vida locais. “Não se pode renunciar ao meio ambiente em nome do desenvolvimento, nem ao desenvolvimento em nome do meio ambiente. É preciso buscar o equilíbrio. É sobre isso que também escrevi no meu livro 'Amazônia: A Maldição de Quinhentos Anos de Cobiça Internacional'”, concluiu.
O seminário marcou o início de uma série de discussões estratégicas que devem se intensificar nos próximos meses, na medida em que a capital paraense se prepara para sediar o principal evento ambiental do planeta.
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