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Projeto registra mais de 200 interações entre insetos e plantas no Parque do Utinga

iniciativa desenvolvida desde 2018 pelo Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), em parceria com o Instituto de Ideflor-Bio), nas Unidades de Conservação (UCs) da Região Metropolitana de Belém (RMB).

Laís Santana

A rede de interações entre plantas e insetos que ocorre no Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna já registrou 98 espécies de plantas, visitadas por 65 espécies de insetos, resultando em 223 interações inseto-plantas, algumas altamente especializadas. Os dados são da pesquisa “Flora do Utinga”, iniciativa desenvolvida desde 2018 pelo Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio), nas Unidades de Conservação (UCs) da Região Metropolitana de Belém (RMB).

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Interações 

Ferreira ressalta ainda que uma das áreas mais importantes do Parque do Utinga para o registro da interação inseto-planta é o corredor de vegetação nas margens do lago Água Preta, onde já foram registradas mais quase 100 espécies de plantas, que são a base de alimentação para quase uma centena de espécies de insetos que promovem a polinização.

A pesquisadora Juliana Amorim, explica que o estudo coleta e identifica insetos que visitam as flores, além de registrar, sem coleta, os vertebrados visitantes. As coletas dos visitantes foram realizadas a cada dois dias, de 6 às 10 horas. Cada planta visitada foi fotografada, coletada e identificada. Os visitantes foram fotografados e coletados com rede entomológica, também conhecida como puçá ou rede de pegar borboletas. As identificações foram feitas por taxonomistas, responsável pela organização e classificação dos organismos encontrados e encaminhados à coleção entomológica da Universidade Federal do Pará (UFPA), área que estuda os insetos sob todos os seus aspectos e relações com o homem, as plantas, os animais e o meio ambiente.

"As plantas foram classificadas em oito formas de vida, em que as espécies arbóreas, arbustivas e epífitas foram as mais frequentes. A maioria das espécies de plantas foi visitada por poucas espécies de insetos, com exceção de Sphagneticola trilobata (Asteraceae), Senna latifolia (Fabaceae), Mandevilla hirtusa (Apocynaceae) e Varronia multispicata (Boraginaceae) que totalizam 18% do total de visitantes. As 65 espécies de insetos foram divididas em sete grupos biológicos, com destaque para as abelhas, borboletas e moscas", destacou Juliana.

Os insetos mais freqüentes nas flores foram as abelhas Apis mellifera, Euglossa sp., Trigona guianae e T. pallens (Apidae) e as moscas Ornidia obesa e Palpada vinetorum (Chloropidae) que totalizaram mais de 65% do total de visitas. Esse estudo registrou algumas espécies de plantas, tais como, a liana Centrosema brasilianum (Fabaceae) e algumas espécies de orquídeas, que dependem exclusivamente de abelhas de grande porte, tais como, Epicharis umbraculata, Eulaema nigrita, Xylocopa frontalis e Euglossa sp.

Belém