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Após críticar Belém, chanceler alemão gera polêmica com declaração sobre Angola

Friedrich Merz esteve em Luanda para participar da cúpula entre a União Europeia e a União Africana

Thaline Silva*
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Dias após ser criticado por declarações negativas sobre Belém durante a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), o chanceler alemão, Friedrich Merz, voltou a provocar repercussão internacional ao afirmar que não encontrou “um pedaço de pão decente” em Luanda, capital de Angola. A fala ocorreu durante a visita a uma padaria em Hamburgo, no norte da Alemanha, onde Merz comentou que viagens ao exterior o fazem valorizar ainda mais o pão produzido em seu país.

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O chanceler esteve em Luanda para participar da cúpula entre a União Europeia e a União Africana, encontro voltado a temas como segurança, governança e cooperação entre os continentes. “Ontem de manhã, no buffet do café da manhã, procurei um pedaço de pão decente e não encontrei”, disse, dirigindo-se ao padeiro que o recebia no estabelecimento alemão.

A declaração ocorre em meio a uma sequência de episódios que têm gerado desconforto diplomático e críticas internas. Após deixar Belém, onde participou da COP 30, Merz afirmou, em discurso no Congresso Alemão do Comércio, que jornalistas que o acompanharam na viagem “ficaram contentes por ter retornado” à Alemanha, o que foi interpretado como uma comparação depreciativa entre os dois países. A fala foi rebatida por autoridades brasileiras e criticada pela oposição alemã.

Histórico de polêmicas

O histórico de controvérsias inclui declarações recentes de Merz sobre imigração, classificadas como xenófobas por adversários políticos. Em outubro, ele disse que imigrantes representavam um “problema de paisagem urbana” na Alemanha. Questionado posteriormente por uma jornalista sobre a declaração, respondeu que ela deveria perguntar às “suas filhas”, o que ampliou as acusações de racismo e preconceito.

Em outra ocasião, Merz foi criticado por afirmar que Israel faz o “trabalho sujo” para o Ocidente ao confrontar o programa nuclear iraniano, comentário considerado inadequado por parlamentares alemães e analistas internacionais.

A repercussão de suas falas tem sido associada ao avanço da extrema-direita no país, cenário que pressiona partidos de centro-direita, como o CDU, ao qual Merz pertence. Analistas consideram que declarações desse tipo podem ser uma tentativa de dialogar com setores mais conservadores do eleitorado.

Após a polêmica envolvendo Belém, o chanceler encontrou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião bilateral no G20. Segundo o governo brasileiro, Merz afirmou não ter intenção de ofender os brasileiros, mas não chegou a pedir desculpas. Lula respondeu sugerindo que o chanceler deveria conhecer mais a cultura local, “dançar e provar a culinária paraense”.

O governo alemão, por meio do porta-voz Steffan Kornelius, minimizou o impacto das declarações e afirmou que não houve prejuízo nas relações bilaterais. Kornelius disse que a fala sobre Belém foi “tirada de contexto”, atribuindo-a ao cansaço da delegação após uma agenda extensa.

Nesta semana, Merz afirmou que pretende retornar a Belém e conhecer melhor a cidade. Em publicação nas redes sociais, disse que espera explorar “a gastronomia, a cultura e a floresta tropical”, além de reforçar o compromisso de manter relações de “parceria e amizade” com o Brasil.

*Thaline Silva, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do núcleo de Política e Economia

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