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Ufra apresenta plano para reduzir riscos de erosão e inundação em Belém e nas ilhas

Plano Municipal de Redução de Riscos foi apresentado em audiência pública nesta quarta-feira (18)

Gabriel Pires e Andréia Santana / Especial para O Liberal
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Com o objetivo de minimizar os impactos em 301 áreas com risco de inundação e 88 com risco de erosão na capital paraense e nas ilhas do distrito administrativo, a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) apresentou, nesta quarta-feira (18), o Plano Municipal de Redução de Riscos (PMRR). A iniciativa, sob a coordenação-geral do Ministério das Cidades, foi detalhada durante uma audiência pública realizada na instituição.

A prefeitura de Belém foi convidada a participar da apresentação do projeto e atuou como parceira no desenvolvimento dele. A secretária municipal de Meio Ambiente e Clima (Semmac), Juliana Nobre, destaca como o documento vai contribuir para o desenvolvimento de soluções voltadas à prevenção e redução de inundações e erosões em áreas de risco, especialmente em bairros de Belém e nas ilhas de Outeiro, Mosqueiro, Combu e Cotijuba.

“É um documento norteador para nós, que tem um diagnóstico muito preciso, com participação da população que vive a realidade desses locais. A partir disso, estamos desenvolvendo alguns programas, como: o ‘Belém Verde’, que visa aumentar o índice de arborização da cidade, para trazer conforto térmico e diminuir as inundações, ajudando a absorver parte da água superficial; o ‘Belém Limpa’, que já tem feito a limpeza de canais, das macrodrenagens que existem nos canais, e a coleta de resíduos sólidos; o ‘Canteiro Verde’, que vai transformar essas áreas de descarte irregular de resíduos em áreas verdes, com revitalizações, jardins e urbanismo tático, transformando esses espaços; além da instalação de novos ecopontos na cidade, para redirecionar esses resíduos, já que sabemos que contribuem para entupir canais, aumentando o risco de inundação”, explicou.

imagePMRR foi apresentado nesta quarta-feira (18), na Ufra (Gabriel Pires / Especial para O Liberal)

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Ainda segundo a secretária, o orçamento para a realização das obras e programas ainda não foi definido, o que deve ocorrer em breve, com participação do Ministério das Cidades, que está apoiando o projeto. Ao todo, 37 bairros foram listados como prioritários para a execução das obras estruturais de redução de riscos, entre eles: Tapanã, Terra Firme, Curió-Utinga, Paracuri e São João do Outeiro (bairro da ilha de Outeiro).

“Temos um projeto com o governo do estado para arborizar a cidade com a plantação de 200 mil mudas, que está sendo orçado em 40 milhões. Só essa área verde vai levar esse investimento. Então, o investimento para esses outros programas deve ser maior, e não consigo te dizer um número exato”, contou.

Resultado dos estudos

O PMRR de Belém integra os 20 planos que estão sendo desenvolvidos em todo o Brasil, com coordenação geral do Ministério das Cidades, em parceria com secretarias e universidades de todo o país. No Norte, somente Belém e Manaus estão desenvolvendo o projeto.

A coordenadora do PMRR de Belém e professora da Ufra, Milena Andrade, falou sobre os principais resultados dos estudos realizados para a criação do plano de prevenção.

“O principal resultado do mapeamento foi que chegamos a 389 setores de risco, sendo 301 relacionados à ameaça de inundação e 88 relacionados à erosão costeira. O mapeamento dividiu os setores em três graus de risco: médio, alto e muito alto. Isso variou conforme a intensidade de dano do processo e a tipologia de infraestrutura da área”, explicou.

"Enquanto em Belém o principal risco foi a inundação, nas ilhas, foram mapeadas áreas principalmente atingidas pelo processo de erosão costeira, o que a gente chama de erosão marinha, onde você vai ter o recuo dessas construções que estão localizadas muito na margem dessas áreas, tendo o risco de caírem sem a contenção devida”, continuou. 

imageMilena Andrade, coordenadora do PMRR (Gabriel Pires / Especial para O Liberal)

Integrante dos estudos para a formação do plano e professor da Ufra, Rafael Flores contribuiu com o estudo técnico que identificou as principais causas das inundações e erosões. Segundo ele, aspectos naturais do território, somados a aspectos da infraestrutura urbana em algumas regiões, agravam a situação.

“Isso se deve principalmente à topografia da região, que favorece o acúmulo de água tanto das chuvas quanto das cheias dos rios. Entre as medidas propostas no estudo, estão a conservação de canais e galerias que não foram devidamente dragados, para ampliar sua capacidade hidráulica, além da construção de redes de drenagem e canalizações em áreas que ainda não contam com esse tipo de infraestrutura”, contou.

 

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