Estudantes da Escola Bosque confrontam prefeito Igor Normando: 'nas redes diz que escuta os alunos'

Chefe do Executivo municipal esteve na unidade para assinar a Ordem de Serviço (OS) que autoriza o início das obras de requalificação estrutural da unidade

O Liberal
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O prefeito de Belém, Igor Normando, foi confrontado por estudantes durante visita à Fundação Escola Bosque (Funbosque), no distrito de Outeiro, na manhã desta terça-feira (15). O chefe do Executivo municipal esteve na unidade para assinar a Ordem de Serviço (OS) que autoriza o início das obras de requalificação estrutural da unidade, que é referência na região e está há 30 anos sem passar por reformas completas. 

O momento foi de cobrança por parte da comunidade escolar. O episódio foi gravado por pessoas presentes no local e os vídeos passaram a circular nas redes sociais, repercutindo a fala de uma estudante, que questionou a transparência da gestão municipal e criticou o projeto de intervenção na estrutura da escola. Além disso, a jovem falou sobre a extinção da Funbosque, com reforma administrativa proposta pelo prefeito Igor Normando - que foi votada e aprovada na Câmara Municipal de Belém (CMB) em fevereiro deste ano.

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Durante a visita, Normando detalhou aos alunos as mudanças na escola: “Vamos colocar uma sala linda para vocês. Vamos dar material escolar e vamos dar os uniformes. Tá certo? A escola também vai ser bilíngue, ou seja, vocês irão aprender uma nova língua”. Vamos corrigir tudo, fazer tudo que é necessário e climatizar a sala”, disse o prefeito em outro trecho do vídeo.

“Mas não é fácil a população toda ver isso e não somente a elite ver? Isso porque vocês colocam essas imagens e 'discursinhos' falsos. Eu estou fazendo uma pergunta. Cadê a resposta?”, disparou uma jovem se direcionando ao prefeito.

O prefeito disse ainda, em outro momento: "Sabe por que eu parei para ouvir vocês?" A aluna retruca: "Porque o senhor quer gravar e colocar nas redes sociais que o senhor escuta os alunos".

Ela também criticou a proposta de climatização das salas de aula, apontando que a medida contraria a proposta pedagógica e ambiental da Escola Bosque.

“O senhor quer climatizar uma escola ambiental? O senhor sabe qual era o projeto da escola logo no início? Sabe por que as salas do fundamental são abertas para entrar ventilação?”, afirma a estudante. 

“Porque logo no começo da escola, as primeiras pesquisas feitas com os ar-condicionado apontavam que eles eram poluentes. Então, as salas eram abertas para o ar [natural] ventilar, principalmente, para crianças, pais e professores terem conexão com a natureza”, explica a jovem.

Outra preocupação levantada foi sobre o andamento das aulas durante as intervenções: “Vocês estão tentando implementar um modelo que não se adequa à nossa escola. Com as obras, como ficam as nossas aulas?”, questionou a aluna. Em meio aos questionamentos, Igor Normando tentou se posicionar e afirmou que a escola continuará funcionando: “A escola não acabou”, declara o prefeito.

Em nota, a Prefeitura de Belém esclareceu que não houve confronto entre Normando e os estudantes. "Inclusive, é importante destacar que a Escola Bosque será bilíngue e terá climatização e Starlinks, além de receber a maior obra estrutural em 29 anos de existência, bem como reforço na alimentação e no transporte escolar noturno. São investimentos que vão beneficiar mais de 1,3 mil estudantes", diz o comunicado da gestão municipal.

Entenda a extinção da Funbosque

A Câmara Municipal de Belém aprovou, no dia 28 de fevereiro, o Projeto de Lei 10.143/2025, que trata da nova organização administrativa do município. A medida prevê a redução de cargos comissionados, a fusão de secretarias e a extinção de alguns órgãos, entre eles a Fundação Escola Bosque (Funbosque), que foi incorporada à Secretaria Municipal de Educação (Semec).

A votação ocorreu durante uma sessão extraordinária que durou sete horas, com a participação de 26 dos 35 vereadores. De acordo com a prefeitura, a reforma tem como objetivo cortar gastos públicos, reduzindo em 600 os cargos comissionados (de 2.800 para 2.200) e diminuindo o número de secretarias de 36 para 32. Antes de ser extinta, a Funbosque possuía autonomia orçamentária e atuava na educação ambiental e no atendimento a comunidades ribeirinhas e agroextrativistas das ilhas de Belém.

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