Padre pede desculpas após afimar que líder barnabita nutre "ódio mortal" por Dom Alberto Taveira
Áudios mostra padre dizendo que origem do processo contra arcebispo de Belém seria motivado por desavenças com padre José Ramos
O padre João Paulo de Mendonça Dantas emitiu nesta sexta-feira (11) uma nota de retratação. Nela, religioso pede desculpas por, entre outras coisas, acusações feitas em um áudio que gravou em defesa do arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira, que atualmente enfrenta denúncias de assédio sexual. No áudio de whatsapp vazado, ele diz que a origem deste processo seria um "ódio mortal" de José Adelson Ramos das Mercês, líder dos Barnabitas do Pará, por Taveira.
Na nota, ele afirma que errou e fez comentários infelizes baseados em “ideias desprovidas de provas”. Dantas também diz que as acusações foram feitas no âmbito de uma conversa privada e que a própria atitude não condiz com a postura ética e religiosa que os barnabitas testemunham ao longo dos anos. "Daí porque cumpro o meu dever de me retratar diante do presidente da Sociedade Brasiliense de Ação e Cultura, o reverendo superior provincial José Alberto Ramos das Mercês"
Segundo Dantas, no áudio vazado esta semana, ele escuta rumores sobre as denúncias contra Taveira há cinco anos e nove meses. "Desde que cheguei em Belém ouço circular vozes de que existe um processo movido contra o Dom Alberto por alguns ex-seminaristas que passaram muito pouco tempo no seminário e por um sacerdote que nutre um ódio mortal contra ele", disse.
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O padre conta ainda que alguns destes seminaristas, provavelmente os denunciantes cujos nomes seguem em segredo de justiça, continuaram a frequentar outras paróquias por conta da amizade com alguns padres, até cruzarem com Ramos. "E então ele e os seminaristas construíram um discurso para destruir o Dom Alberto e ganhar dinheiro, que é o que jovem quer. Alguns desses padres com quem eles andavam se afastaram da diocese, pois o Dom Alberto começou a não dar paróquias e tratá-los com indiferença", afirmou ele.
No início da semana, o Ministério Público do Estado informou que “recebeu denúncias de possíveis situações de abuso” relacionadas ao arcebispo metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira. As denúncias foram distribuídas aos promotores de Justiça com atribuição na matéria, que requisitaram a abertura de inquéritos policiais que estão sendo acompanhados pelo Ministério Público.
A Polícia Civil também está envolvida na investigação, bem como o Vaticano, que realizou Visita Apostólica na cidade. Antes disso, a existência das investigações foi confirmada pelo próprio Dom Alberto Taveira, em pronunciamento feito nas redes sociais na tarde de sábado (5). "Digo a vocês que recebi com tristeza, há poucos dias, a informação da existência de procedimentos investigativos com graves acusações contra mim, sem que eu tenha sido previamente questionado, ouvido ou tido qualquer oportunidade para esclarecer esses pretensos fatos postos nas acusações", disse ele.
Leia nota de retratação na íntegra:
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