Manifestação 'Levante Mulheres Vivas' cobra enfrentamento ao feminicídio em Belém
A programação segue diretrizes nacionais padronizadas, com elementos visuais de luto nas cores lilás e preto, palavras de ordem como “Mulheres! Vivas!” e a realização de atos simbólicos em rememoração às vidas perdidas
A mobilização nacional “Levante Mulheres Vivas” realizou na manhã deste sábado (6/12) um ato em prol do combate ao feminicídio e a todas as formas de violência de gênero pelas ruas de Belém. Os participantes se concentraram logo cedo, por volta das 8h, no Boulevard da Gastronomia, bairro Campina. Embora o ato de hoje esteja alinhado ao movimento que ocorre em outros estados, a capital paraense foi uma das que aderiu à manifestação no sábado, em vez do domingo, como estava previsto, para não comprometer à realização da prova do Enem, que ocorre no mesmo dia.
O ato iniciou a caminhada a partir das 9h30, em direção ao centro comercial de Belém. Estavam reunidos nesse momento diferentes movimentos e coletivos sociais que pautam a luta pelo direito e a defesa das mulheres de maneira direta ou indireta, além de civis que apoiam a causa. As colocações de parlamentares presentes e as palavras de ordem em cartazes repetiam pedidos de proteção, respeito e menos violência.
A programação segue diretrizes nacionais padronizadas, com elementos visuais de luto nas cores lilás e preto, palavras de ordem como “Mulheres! Vivas!” e a realização de atos simbólicos em rememoração às vidas perdidas. No Pará, além da capital, outros municípios como, por exemplo, Castanhal, Marabá e Santarém, também terão atos neste sábado.
Em Belém, a programação foi encabeçada também pela vereadora, Vivi Reis (Psol), que menciona uma onda casos recentes de feminicídio, com um dos fatores que levaram ao ato deste sábado. “Diante dos recentes casos de feminicídio, inclusive aqueles em que os agressores demonstram não aceitar a posição da mulher na sociedade, resultando em ataques à sua vida, decidimos, no Pará, nos mobilizar e ocupar as ruas”, afirma a parlamentar.
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O chamado começou na terça-feira (2), através de um grupo nas redes sociais que, até o momento do ato, contava com cerca de quatrocentos participantes. Reis reforça que a organização é “suprapartidária” e que foi “impulsionada pela indignação das mulheres”, diante dos casos que menciona e da sensação de insegurança. “Não há um partido ou organização específica à frente. Trata-se de uma construção coletiva”, enfatiza.
Jaqueline Damasceno, da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), é uma das representantes de organizações que se somaram ao Levante para a manifestação. Ela explica que pauta de gênero é essencial dentro das ações do MAB, pois consideram que no processo de construção de grandes empreendimentos com impactos sobre o ambiente, as mulheres são um dos grupos mais vulneráveis a esses efeitos.
“Acreditamos que as mulheres são as mais impactadas nos processos de construção de grandes empreendimentos. Além disso, as mulheres são frequentemente tratadas como mercadorias e sofrem violência, tanto no âmbito doméstico quanto no político. É preciso mudar esse cenário. Defendemos que mulheres, água e energia não são mercadorias”, enfatiza a coordenadora.
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