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Malhação de Judas: evento reúne tradição e brincadeiras no bairro da Cremação em Belém

A programação ocorre durante a Semana Santa e inicia nesta sexta (29) com o "velório" dos bonecos

Eva Pires

No bairro da Cremação, em Belém, uma forte tradição é mantida no Sábado de Aleluia: a Malhação de Judas. No contexto da Semana Santa, é uma tradição vigente em diversas comunidades católicas e ortodoxas, simbolizando a morte de Judas Iscariotes. A programação popular começa com o velório dos bonecos nesta sexta-feira (29), das 19h às 1h e vai até o sábado (30), quando serão realizadas as brincadeiras com as crianças do bairro.

O evento consiste em surrar um boneco do tamanho de um homem, forrado de serragem, trapos ou jornal, pelas ruas de um bairro e atear fogo a ele, normalmente ao meio-dia. O boneco é espancado pelos participantes da festa popular até não restar nada. Com o passar do tempo, essa figura passou a incorporar temas que desagradam à sociedade, chegando até mesmo a pessoas que, por diferentes motivos, são alvo da sentença de "tomar uma peia" por meio do boneco.

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A festividade toma conta da rua Engenheiro Fernando Guilhon há 65 anos. "Hoje, há a participação de vários grupos. É um momento importante de realizarmos um grande evento com palco, som e bandas. Liberamos o espaço para os ambulantes e grupos juninos realizarem vendas de comidas típicas, cervejas, entre outros", informa José Ricardo Nascimento, coordenador Associação dos Malhadores de Judas Cheiro Cheiroso.

Temas são críticas sociais

image (Foto: Ivan Duarte | O Liberal)

A apresentação das associações de malhadores de Judas enfatizam temáticas sociais, como críticas a políticos, combate a preconceitos e outras questões. Os temas deste ano são guerra, desmatamento e garimpo ilegal. A organização é iniciada no começo do ano com a escolha do tema e é seguida pelos processos de pedidos para prefeitura de palco, som e iluminação, segundo José Nascimento. "Teremos seis bonecos neste ano, que são produzidos de materiais reciclados, como miriti, papel picado e goma. As roupas são doadas ou compradas em brechó", conclui.

Haroldo Cardoso de Alburqueque, de 76 anos, já realiza a Malhação de Judas há 50 anos. “Eu comecei a confeccionar os bonecos e nunca mais parei, porque há uma lenda de que quem para, morre, e eu não quero morrer, não”, disse, sorrindo.

Eva Pires (estagiária sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade)

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