Envelhecimento da pele exige cuidados redobrados na terceira idade

O geriatra Karlo Moreira, de Belém, lista as principais recomendações nessa fase da vida e os sinais de alerta que requerem maior atenção

Dilson Pimentel e Gabriel Pires

A preocupação com a pele na terceira idade é um tema que desperta atenção, sobretudo quando se fala da exposição solar. O geriatra Karlo Moreira, de Belém, explica que o envelhecimento causa adelgaçamento e diminuição do turgor da pele, deixando-a mais fina, flácida e com maior elasticidade. Por isso, é essencial reforçar os cuidados nas pessoas mais velhas. E essa rotina de bem-estar deve ser constante.

Algumas dessas fragilidades, de acordo com o médico, predispõe a traumas, equimoses e o surgimento de manchas escuras. Ele compara esse processo ao clareamento, queda e rareamento de cabelos e pelos. “Tudo isso é provocado pelo envelhecimento e tem questões genéticas envolvidas, mas o maior responsável pelo envelhecimento são os efeitos externos, o meio em que você vive, entre eles o efeito da radiação solar e o efeito de poluições ambientais”, explica.

“Pessoas que vivem em ambientes muito poluídos, com exposição a poeira de cimento, a agrotóxicos, a gases tóxicos, ou mesmo em ambientes extremamente poluídos, provocados por fumaças de carros e de outras indústrias, por exemplo, vão ter um envelhecimento mais acelerado da pele. Pessoas que estão mais expostas ao sol também vão gerar um envelhecimento mais acelerado”, afirma o médico.

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E para evitar qualquer risco com a saúde, é essencial redobrar o cuidado com a pele nesta fase da vida, sobretudo com protetores solares, como alerta Karlo. “A fotoproteção, feita principalmente através do uso de filtros e protetores solares, é fundamental ao longo de toda a vida. Não só para prevenir o câncer de pele, que é muito incidente na nossa região, mas também para prevenir esses efeitos Mas outras medidas são necessárias também, especialmente quando a pessoa já está mais velha”, comenta o especialista.

Hidratação

O médico ainda recomenda que a hidratação da pele seja uma das medidas para evitar lesões, ressecamento e coceira em idosos. Ele enfatiza que, como a pele do idoso é mais ressecada, o uso de hidratantes deve ser frequente, sendo preferíveis aqueles que contêm ceramidas, ureia e ácido hialurônico, devido ao seu poder de hidratação superior. O médico aconselha aplicar o hidratante pelo menos duas vezes ao dia, idealmente após o banho, com a pele ainda úmida, para aumentar a retenção de água.

A hidratação oral também é essencial no dia a dia, segundo o geriatra. Mas, para além disso, alguns erros que podem desgastar a pele devem ser evitados: Alguns erros que as pessoas cometem são banhos quentes muito demorados, o que causa maior ressecamento na pele. Outra prática comum é o uso de esponjas abrasivas; não recomendamos essas esfoliações, pois a pele já é mais sensível e frágil, podendo causar lesões e manchas”.

“Ainda é recomendado sabonetes especiais, pois os sabonetes comuns são abrasivos e podem ressecar a pele. Assim como sabonetes com hidratantes, próprios para idosos. E ainda, evitar produtos ou hidratantes com muito perfume. Às vezes, as pessoas compram produtos muito cheirosos, mas esquecem que a pele do idoso é mais sensível e mais sujeita a irritações e alergias devido aos produtos químicos adicionados a esses hidratantes”, indica, também, o geriatra.

Sinais de alerta

Ainda de acordo com o médico, é essencial procurar um especialista se houver sinais de lesões suspeitas, como crescimento anormal, sangramento, coceira, feridas que não cicatrizam, manchas com perda de sensibilidade, ou vermelhidão/secreções entre os dedos, em regiões genitais ou nas axilas. Idosos são mais suscetíveis a doenças devido à baixa imunidade e pele mais fina, além de estarem mais expostos a câncer de pele. E qualquer alteração deve ser avaliada por um profissional.

Cuidados no dia a dia

O empresário do ramo de restaurante José Arcanjo, 73 anos, caminhada sob um sob forte, por volta de 11h30 desta quarta-feira (27), na avenida João Paulo II, no bairro do Marco. Ele admitiu que nem sempre segue à risca as orientações recebidas em casa. “Rapaz, pra ser sincero, a minha esposa sempre reclama. Antes de eu sair, ela mandou eu passar creme, mas, infelizmente, eu não passei mesmo”, disse. “Eu tenho certeza de que, mais tarde a conta vem, não tenho dúvida disso. Mas eu uso esse chapéu, porque cobre essa parte que é mais sensível, e sempre eu tenho um problema assim de ferir. Mas, na verdade, eu sou esquisito demais nisso aí”, afirmou.

image José Arcanjo, 73 anos, fazendo uma caminhada sob um sob forte por volta de 11h30 desta quarta (Foto: Ivan Duarte/O Liberal)

Arcanjo disse que costuma passar protetor solar, mas, desta vez, não o fez. Ele afirmou que não tem problema na pele e, por isso, às vezes, relaxa nos cuidados. “Eu não sinto nada. Talvez, por isso, o cuidado ‘voa’. Dizem que, quando não é pelo amor, é pela dor. Mas não tenho dúvida de que a conta vem. Posso ter problema lá na frente sim. Isso é verdade”, completou.

O contador aposentado José Antonio Furtado, 72 anos, também mantém rotina de atividades físicas. E, na manhã desta terça-feira, pedalava no Parque do Utinga. Ele explicou que seus cuidados com a pele estão relacionados principalmente à alimentação.

“Pela manhã, a primeira alimentação é gordura boa. Sem açúcar, de preferência. Eu tomo a coalhada ou pode ser qualquer probiótico com gordura boa. Só que eu pego a coalhada, que é mais natural, e jogo o abacate. De preferência o abacate com mamão. Aí a pele, não estando caramelizada, os poros com muito açúcar, aí sai a gordura boa quando tu pega esse sol da vitamina D”, disse.

image José Antonio Furtado, 72 anos: “Pela manhã, a primeira alimentação é gordura boa. Sem açúcar, de preferência. Eu tomo a coalhada ou pode ser qualquer probiótico com gordura boa" (Foto: Ivan Duarte/O Liberal)

Segundo ele, essa prática faz diferença: “Eu consumo gordura boa, que é o abacate, e coalhada, com um pouco de açúcar mascavo. Quando eu saio no sol, desse de 11 horas, aí ele puxa a gordura boa. Aí fica com a pele aveludada. Tenho 72 anos e não vejo nenhuma ruga ressecada”, afirmou. José Antonio afirmou que começou a cuidar da pele ainda jovem. “Com 28 anos eu comecei. Protetor solar e eu nunca passei. Porque eu não sabia que ele era cancerígeno”, disse. 

“Mas, como a minha pele era boa para empinar papagaio, aquele negócio todo, e eu já vim saber que o protetor solar é cancerígeno. Aí que eu não passo mesmo. nunca passei”, reforçou. Ele contou que mantém uma rotina ativa de exercícios físicos: “Todo dia eu faço essa atividade aqui. Faço musculação e pedalo no Utinga”, conta.

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