Envelhecimento da pele exige cuidados redobrados na terceira idade
O geriatra Karlo Moreira, de Belém, lista as principais recomendações nessa fase da vida e os sinais de alerta que requerem maior atenção
A preocupação com a pele na terceira idade é um tema que desperta atenção, sobretudo quando se fala da exposição solar. O geriatra Karlo Moreira, de Belém, explica que o envelhecimento causa adelgaçamento e diminuição do turgor da pele, deixando-a mais fina, flácida e com maior elasticidade. Por isso, é essencial reforçar os cuidados nas pessoas mais velhas. E essa rotina de bem-estar deve ser constante.
Algumas dessas fragilidades, de acordo com o médico, predispõe a traumas, equimoses e o surgimento de manchas escuras. Ele compara esse processo ao clareamento, queda e rareamento de cabelos e pelos. “Tudo isso é provocado pelo envelhecimento e tem questões genéticas envolvidas, mas o maior responsável pelo envelhecimento são os efeitos externos, o meio em que você vive, entre eles o efeito da radiação solar e o efeito de poluições ambientais”, explica.
“Pessoas que vivem em ambientes muito poluídos, com exposição a poeira de cimento, a agrotóxicos, a gases tóxicos, ou mesmo em ambientes extremamente poluídos, provocados por fumaças de carros e de outras indústrias, por exemplo, vão ter um envelhecimento mais acelerado da pele. Pessoas que estão mais expostas ao sol também vão gerar um envelhecimento mais acelerado”, afirma o médico.
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E para evitar qualquer risco com a saúde, é essencial redobrar o cuidado com a pele nesta fase da vida, sobretudo com protetores solares, como alerta Karlo. “A fotoproteção, feita principalmente através do uso de filtros e protetores solares, é fundamental ao longo de toda a vida. Não só para prevenir o câncer de pele, que é muito incidente na nossa região, mas também para prevenir esses efeitos Mas outras medidas são necessárias também, especialmente quando a pessoa já está mais velha”, comenta o especialista.
Hidratação
O médico ainda recomenda que a hidratação da pele seja uma das medidas para evitar lesões, ressecamento e coceira em idosos. Ele enfatiza que, como a pele do idoso é mais ressecada, o uso de hidratantes deve ser frequente, sendo preferíveis aqueles que contêm ceramidas, ureia e ácido hialurônico, devido ao seu poder de hidratação superior. O médico aconselha aplicar o hidratante pelo menos duas vezes ao dia, idealmente após o banho, com a pele ainda úmida, para aumentar a retenção de água.
A hidratação oral também é essencial no dia a dia, segundo o geriatra. Mas, para além disso, alguns erros que podem desgastar a pele devem ser evitados: Alguns erros que as pessoas cometem são banhos quentes muito demorados, o que causa maior ressecamento na pele. Outra prática comum é o uso de esponjas abrasivas; não recomendamos essas esfoliações, pois a pele já é mais sensível e frágil, podendo causar lesões e manchas”.
“Ainda é recomendado sabonetes especiais, pois os sabonetes comuns são abrasivos e podem ressecar a pele. Assim como sabonetes com hidratantes, próprios para idosos. E ainda, evitar produtos ou hidratantes com muito perfume. Às vezes, as pessoas compram produtos muito cheirosos, mas esquecem que a pele do idoso é mais sensível e mais sujeita a irritações e alergias devido aos produtos químicos adicionados a esses hidratantes”, indica, também, o geriatra.
Sinais de alerta
Ainda de acordo com o médico, é essencial procurar um especialista se houver sinais de lesões suspeitas, como crescimento anormal, sangramento, coceira, feridas que não cicatrizam, manchas com perda de sensibilidade, ou vermelhidão/secreções entre os dedos, em regiões genitais ou nas axilas. Idosos são mais suscetíveis a doenças devido à baixa imunidade e pele mais fina, além de estarem mais expostos a câncer de pele. E qualquer alteração deve ser avaliada por um profissional.
Cuidados no dia a dia
O empresário do ramo de restaurante José Arcanjo, 73 anos, caminhada sob um sob forte, por volta de 11h30 desta quarta-feira (27), na avenida João Paulo II, no bairro do Marco. Ele admitiu que nem sempre segue à risca as orientações recebidas em casa. “Rapaz, pra ser sincero, a minha esposa sempre reclama. Antes de eu sair, ela mandou eu passar creme, mas, infelizmente, eu não passei mesmo”, disse. “Eu tenho certeza de que, mais tarde a conta vem, não tenho dúvida disso. Mas eu uso esse chapéu, porque cobre essa parte que é mais sensível, e sempre eu tenho um problema assim de ferir. Mas, na verdade, eu sou esquisito demais nisso aí”, afirmou.
Arcanjo disse que costuma passar protetor solar, mas, desta vez, não o fez. Ele afirmou que não tem problema na pele e, por isso, às vezes, relaxa nos cuidados. “Eu não sinto nada. Talvez, por isso, o cuidado ‘voa’. Dizem que, quando não é pelo amor, é pela dor. Mas não tenho dúvida de que a conta vem. Posso ter problema lá na frente sim. Isso é verdade”, completou.
O contador aposentado José Antonio Furtado, 72 anos, também mantém rotina de atividades físicas. E, na manhã desta terça-feira, pedalava no Parque do Utinga. Ele explicou que seus cuidados com a pele estão relacionados principalmente à alimentação.
“Pela manhã, a primeira alimentação é gordura boa. Sem açúcar, de preferência. Eu tomo a coalhada ou pode ser qualquer probiótico com gordura boa. Só que eu pego a coalhada, que é mais natural, e jogo o abacate. De preferência o abacate com mamão. Aí a pele, não estando caramelizada, os poros com muito açúcar, aí sai a gordura boa quando tu pega esse sol da vitamina D”, disse.
Segundo ele, essa prática faz diferença: “Eu consumo gordura boa, que é o abacate, e coalhada, com um pouco de açúcar mascavo. Quando eu saio no sol, desse de 11 horas, aí ele puxa a gordura boa. Aí fica com a pele aveludada. Tenho 72 anos e não vejo nenhuma ruga ressecada”, afirmou. José Antonio afirmou que começou a cuidar da pele ainda jovem. “Com 28 anos eu comecei. Protetor solar e eu nunca passei. Porque eu não sabia que ele era cancerígeno”, disse.
“Mas, como a minha pele era boa para empinar papagaio, aquele negócio todo, e eu já vim saber que o protetor solar é cancerígeno. Aí que eu não passo mesmo. nunca passei”, reforçou. Ele contou que mantém uma rotina ativa de exercícios físicos: “Todo dia eu faço essa atividade aqui. Faço musculação e pedalo no Utinga”, conta.
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