Fazenda da Esperança de Bragança comemora 20 anos de acolhimento e transformação de vidas
A comunidade terapêutica atua na recuperação de pessoas que buscam a libertação dos vícios, principalmente álcool e drogas

A Fazenda da Esperança da cidade de Bragança, na região do Salgado Paraense, completa 20 anos de história em julho deste ano. Para celebrar essa trajetória de acolhimento e recuperação de pessoas em situação de dependência química, será realizada celebração no dia 6 de julho, a partir das 7h30, na sede da entidade.
A comunidade terapêutica, que faz parte da rede Fazenda da Esperança, atua desde 1983 na recuperação de pessoas que buscam a libertação dos vícios, principalmente álcool e drogas. Em Bragança, sua fundação ocorreu em 2025. Seu método de acolhimento é baseado em três pilares: trabalho como processo pedagógico, convivência em família e espiritualidade.
“A Fazenda da Esperança está de portas abertas em todos os estados brasileiros para acolher homens e mulheres fragilizados pelo consumo das drogas, transformando dor em alegria”, afirma Fábio Lemos, responsável operacional pela unidade de Bragança.
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História
A unidade da Fazenda da Esperança em Bragança foi idealizada pelo então bispo da Diocese local, Dom Luiz Ferrando. Ele buscava uma solução para o crescente problema das drogas na cidade e chegou a entrar em contato com grupos religiosos que trabalhavam com dependentes químicos, mas sem sucesso. A iniciativa começou a ganhar forma a partir da parceria com Eliana Souza, cujo esposo havia sido acolhido e recuperado na Fazenda da Esperança do Maranhão. O Padre Afonso, recém-ordenado sacerdote na época, então entrou em contato com Frei Hans Stapel, um dos fundadores da Fazenda da Esperança.
A decisão de abrir a primeira unidade da Fazenda na região Norte foi tomada em uma reunião extraordinária da diretoria, realizada em 1º de fevereiro de 2005. Após vários diálogos, Dom Luiz encontrou um terreno à venda no bairro Vila Sinhá e, com o apoio da Diocese, adquiriu a área para a instalação do projeto. “Dom Luiz saiu à procura de um espaço e encontrou um terreno à venda. Juntou suas economias com um valor também da Diocese e comprou o terreno”, relembra Fábio Lemos.
A inauguração oficial ocorreu em 26 de fevereiro de 2005, com a presença de Dom Luiz Ferrando, Frei Hans Stapel e Nelson Giovanelli Rosendo dos Santos, além de missionários e membros da comunidade. Assim nasceu a Obra Social Nossa Senhora da Glória - Fazenda da Esperança - Dom Eliseu Maria Coroli.
Desafios
Desde sua fundação, a Fazenda da Esperança tem auxiliado diversas pessoas no processo de recuperação contra a dependência química. No entanto, manter a estrutura funcionando é um desafio constante. A unidade sobrevive por meio da venda de produtos produzidos pelos acolhidos, que são comercializados em supermercados da cidade, por delivery aos sábados e em pontos de venda em frente às igrejas Catedral e Perpétuo Socorro. “O maior desafio é manter a obra como um todo. Preparamos uma cesta de produtos que é entregue às famílias para venda, arrecadação de fundos e manutenção da unidade”, explica Fábio Lemos.
Doações
Além da comercialização dos produtos, a Fazenda aceita doações financeiras por meio do pix (braganca.m@fazenda.org.br) e incentiva a participação da comunidade no programa “Padrinhos da Esperança”, no qual voluntários fazem doações mensais para ajudar na manutenção da instituição.
A unidade recebe, em grande parte, moradores de rua e pessoas que perderam o vínculo familiar devido ao uso de drogas. Muitos acolhidos não têm apoio das famílias ou cujos parentes, devido à idade ou problemas de saúde, não conseguem contribuir com a venda das cestas de produtos.
A festa de 20 anos da Fazenda da Esperança - Dom Eliseu Maria Coroli será um momento de confraternização e gratidão pelo trabalho desenvolvido ao longo dessas duas décadas. “Já estamos no calendário das paróquias e também trabalhando para que todos possam participar juntos desta grande festa”, afirma Fábio Lemos.
A programação inclui café da manhã, almoço e lanche da tarde, cujos valores arrecadados serão revertidos para a manutenção da instituição. Para isso, a organização conta com doações de alimentos e brindes para o bingo solidário. “A comunidade pode nos ajudar disponibilizando comidas para o nosso cardápio e também brindes para o bingo. Tudo em prol de arrecadar fundos para a obra”, destaca Fábio.
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