Família realiza missa em homenagem a Flávia Cunha, vítima de seita religiosa em Belém
Cerimônia foi marcada pelo pedido de justiça pela vítima, que completa dois meses de falecimento

O falecimento de Flávia Cunha Costa, de 43 anos, vítima de abusos em uma suposta seita religiosa em Belém, completa dois meses no dia 19 de junho. Para marcar a data, familiares e amigos se reuniram neste sábado (9) na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, no bairro de Fátima, em Belém, para uma missa de homenagem. O momento foi de orações, emoção e um forte apelo por justiça contra os abusos sofridos por Flávia, atribuídos aos líderes do grupo religioso.
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Flávia Cunha foi vítima de maus-tratos e exploração financeira
No dia 18 de junho, Flávia foi deixada em estado grave de desnutrição e maus-tratos no Pronto-Socorro do Guamá, sem documentos e desacompanhada. Os suspeitos disseram à equipe médica que ela era apenas uma vizinha. A contadora faleceu no dia seguinte, mas seu corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) como indigente, já que sua identidade não havia sido confirmada. A família só reconheceu Flávia quase duas semanas depois, quando registrou denúncia na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam).
Amiga próxima relata o sofrimento e manipulação dentro da seita
A amiga e contadora Zíngara Capeloni contou que o afastamento de Flávia do convívio social começou há 11 anos, quando ela entrou para o grupo religioso. “A família e os amigos tentaram intervir, mas ela estava dominada psicologicamente, acreditava na salvação prometida e se afastou totalmente, chegando a morar no loc
al onde sofreu os abusos”, afirmou Zíngara.
Segundo ela, Flávia foi vítima de manipulação, exploração financeira, maus-tratos, fome e sede. “Hoje é um momento de muita emoção. A família agradece pelo tempo que tiveram com ela, mas também clama por justiça. Queremos que a justiça seja feita e que ninguém mais passe por isso”, disse.
Caso segue em investigação sob sigilo, suspeitos estão presos preventivamente
As investigações sobre o caso da suposta seita religiosa em Belém seguem em sigilo. Os principais suspeitos permanecem presos preventivamente. Relatos indicam que outras vítimas, incluindo familiares da líder da seita, também podem ter sofrido abusos semelhantes. “Há acompanhamento direto com essas famílias, que se unem para prestar testemunhos e pedir justiça”, destacou Zíngara.
A missa de homenagem a Flávia foi acompanhada por dezenas de parentes e amigos, que pediram atenção das autoridades para que o caso seja esclarecido e outras possíveis vítimas protegidas.
Relembre o caso: abusos em seita religiosa em Belém
Flávia Cunha Costa, bacharel em secretariado executivo, teve sua vida marcada por uma série de crimes envolvendo abusos psicológicos e exploração financeira em uma suposta seita religiosa que operava em Belém. Por cerca de 11 anos, a vítima esteve ligada ao grupo, que impunha rígido controle emocional e isolamento dos fiéis em relação a familiares e amigos.
No dia 18 de junho, ela foi encontrada no Pronto-Socorro do Guamá em estado grave, desnutrida, desidratada e sem documentos. Sob a alegação de que ela era apenas uma vizinha, os responsáveis a deixaram desacompanhada, e ela faleceu no dia seguinte. Sem identificação, seu corpo foi levado ao IML como indigente.
A família reconheceu a ausência de Flávia e, após investigação, registrou denúncia na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), que descobriu outras vítimas sujeitas a violência psicológica e maus-tratos.
O grupo religioso, liderado por um casal que se autodenominava líder espiritual, exercia controle financeiro e psicológico severo sobre seus seguidores. Os suspeitos foram presos preventivamente e o caso segue sendo apurado pelas autoridades.
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