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Enem de 2023 enfrentará desafios, mas deverá retornar com modelos antigos de questões; entenda

A aposta dos especialistas é que as provas voltem a cobrar um olhar crítico dos candidatos; exame já é considerado uma transição

Camila Azevedo
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Passados os dias principais de realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022, o olhar dos especialistas na prova já foca nos rumos das questões para 2023. Com o Ministério da Educação (MEC) sob nova gestão, as expectativas acerca dos testes é que alguns temas, como os que promovem debates sobre a real situação do Brasil, voltem a ser destaque. Além disso, a próxima edição já é considerada um desafio a mais por anteceder a implantação definitiva do novo ensino médio - prevista para 2024 -, modelo de ensino que promete reformular os vestibulares.

Acerca de áreas como Ciências Humanas e suas Tecnologias, questões que envolvam desmatamento, desigualdade entre as regiões do país, pobreza, combate à fome, secas, aquecimento global e tudo mais que busque uma análise de cunho social são esperados para 2023. Junto a isso, é previsto que haja, ainda, uma modificação no tempo em que o Enem é feito, dado que as reclamações são grandes e a quantidade de questões demanda um bom espaço para a resolução de forma calma. A reclamação é vista na sociedade como um todo e, principalmente, entre os estudantes.

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Leudes Sarges, professor de geografia, explica que para o ano que vem o que será visto é um exame em fase de transição que deverá priorizar as mudanças em termos de estruturas das provas, optando pelo lado mais crítico e interpretativo. “Então, dentro dessa proposta, o Enem vai trazer pra gente uma prova diferente em termos de textos, direcionamento de questões, mas, acima de tudo, uma prova muito responsável. A gente não tem dúvidas que 2023 vai ser chave, porque vai marcar a transição do velho para o novo ensino médio”, pontua.

Nova gestão terá desafios

As dificuldades vão desde as soluções para a criação de um novo banco de questões que atenda a estrutura pensada até a conclusão do processo de implantação do novo formato do ensino médio. “Os alunos que estão no primeiro ano serão os primeiros a fazer o novo Enem, em 2024. Então, o governo vai precisar atender essa demanda, vai ter que criar questões, itens que visem atender a reformulação do Enem. O que existe hoje já é escasso e boa parte das questões não servem pro modelo. Depois, a gente vai ver uma prova mais inteligente e vai buscar valorizar o currículo do aluno”, afirma Leudes. 

O professor destaca que, pelo Enem ser a principal porta de entrada dos alunos para uma universidade, instituições ligadas à educação - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e Conselho Nacional de Educação - têm preocupação com a inserção da matriz do novo modelo de ensino de forma mais rápida. “O MEC vai herdar uma missão que é adequar o Enem à reforma proposta. É importante que essa nova matriz seja o mais rápido construída e delimitada, que ela possa ser implantada para que o exame acompanhe essa grade”, diz. 

Mudanças deverão minimizar desigualdades

Somado a toda a discussão, o formato digital em que o Enem vem sendo oferecido também precisará passar por uma reforma. É necessário, portanto, dar condições iguais para que todos os eixos do país possam competir. “O próprio governo federal, junto com os estaduais, vai precisar de investimentos na área da tecnologia, informática e transmissão de internet para que a gente possa se adequar a uma realidade tecnológica, pois se falou de Enem digital, mas ele ficou colocado de lado”, finaliza Leudes.

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