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Belém garante educação a indígenas Warao na rede escolar municipal

Medida é uma das muitas que fez com que a gestão municipal recebesse o selo MigraCidades pela ONU

O Liberal
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Belém abriga cerca de 700 indígenas da etnia Warao. É uma das principais cidades do Brasil a acolher esse e outros povos da Venezuela, que desde 2015 vêm migrando para o país em busca de novas oportunidades de vida. Já são mais de 46 mil venezuelanos em território nacional, como aponta a Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur / ONU). Na capital paraense, uma das medidas de acolhimento é a educação. A rede municipal garante o atendimento com profissionais que falam espanhol. O número de alunos matriculados ainda está em análise.

A educação é uma das principais preocupações desses grupos migrantes, sobretudo a educação das crianças. "Tenho quatro filhos. Nós, venezuelanos, não estávamos conseguindo matricular as crianças na escola. Foi então que falei com várias instituições, porque sem escola muitas crianças iam procurar ajuda na rua", relata a indígena Warao Gardenia Cooper Quiroz, natural de Pedernales, no Delta Amacuro. Em setembro de 2021, ela soube que crianças Warao de 4 a 11 anos iriam para a Escola Municipal Pedro Demo.

Foi em 2021 que a Prefeitura de Belém estabeleceu a Coordenação da Educação Escolar dos Indígenas, Imigrantes e Refugiados (Ceiir), com o compromisso de promover e garantir uma educação integral com dignidade humana e territorial aos refugiados, compreendidos como sujeitos de direito, inicialmente atendendo os Warao. Ela matriculou logo os filhos Rosannys Martha, de 7 anos, e Alcioni Ronaldo, de 9, na Escola Municipal Pedro Demo; e Arlyz Yakeli, 13, e Gardelys Yakelin, 14, na Escola Municipal Helder Fialho.

Entre 22 e 29 de dezembro, a Secretaria Municipal de Educação (Semec) realizou a matrícula para o ano letivo de 2022 de crianças e adolescentes indígenas, imigrantes e refugiados, que serão atendidos nas escolas municipais Professora Maria Heloísa de Castro, Amigos Solidários, Professor Pedro Demo, Monsenhor Azevedo e Helder Fialho, além das Unidades de Educação Infantil (UEIs) Pratinha, no Tapanã, e Itaiteua, no distrito de Outeiro.

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Após estruturar o atendimento na rede municipal de ensino de Belém, o coordenador da Ceiir, professor Kokoixumti Tembé, também conhecido como Wender Tembé, comemora as conquistas de 2021 e planeja o ano letivo de 2022.  “Fizemos uma busca ativa para mapear as crianças Warao e garantir a todos o direito à educação. Fizemos formações continuadas com os docentes para desmistificar conceitos equivocados em relação a este público e oferecer uma base sólida para o trabalho em sala de aula".

Além disso, Wender Tembé conta que o Ceiir buscou manter um constante e necessário diálogo com os pais. "Em 2022 queremos mapear os indígenas de etnia brasileira, outros migrantes, garantir professor de língua espanhola, língua materna para facilitar a comunicação e a recuperação da memória histórica, reafirmando suas identidades culturais. Além de continuar as formações continuadas dos docentes”, disse Kokoixumti.

No próximo ano, a Prefeitura de Belém irá entregar mais uma unidade educativa: a Escola Municipal Amigos Solidários, no Tapanã, que vai receber estudantes que residem em um dos espaços de acolhimento da Fundação Papa XXII (Funpapa), oferecendo educação integral e acesso a atividades extracurriculares que garantam uma formação completa.

A indígena Warao Mariluz Del Valle Mariano Nuñez, artesã e mãe de Jhonniel Jesus, de 7 anos, está satisfeita com o atendimento que o filho recebe na Escola Pedro Demo. “Eu estava com um pouquinho de medo, principalmente pelo idioma. Porém, quando cheguei lá percebi que as pessoas falavam um pouco de espanhol e entendiam o espanhol, então eu comecei a me sentir melhor. O atendimento foi excelente. Primeiro para o meu filho, depois para as outras crianças de lá da escola. Fiquei contente, já que as crianças estavam na escola e outras entrarão em 2022”, afirmou Mariluz. Mãe e filho são naturais de Antônio Diaz, no Delta Amacuro, na Venezuela.

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