Agremiações e blocos aguardam pelo Carnaval em 2022
Sinalização da Prefeitura para realizar evento aumenta expectativa de foliões

A sinalização dada pela Prefeitura de Belém na quarta-feira (3), por meio de entrevista do secretário de Saúde, Maurício Bezerra, a O Liberal, de que a capital paraense poderá ter Carnaval em 2022 aumenta a expectativa de dirigentes de escolas de samba e de blocos para que a cidade volte a ter o brilho das agremiações nas ruas. Tudo depende, ainda, do cenário epidemiológico no município até o começo do próximo ano.
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No entanto, as agremiações estão em plena preparação para os desfiles oficiais, e os foliões fazem planos para o ano que vem. Ainda nesta quinta-feira (4), a sede da Escola Rancho Não Posso Me Amofiná, do bairro do Jurunas, teve ensaio de bateria, com os cuidados contra a covid-19. Em 2020, antes da pandemia, houve desfile oficial, mas, neste ano de 2021, não houve programação momesca em Belém.
"Nós vemos com bons olhos essa sinalização da Prefeitura da possibilidade de se ter o Carnaval em 2022", declara o presidente do Rancho, Jackson Pedroso, o Jackson Santarém. Ele lamenta que muitas pessoas foram atingidas pela covid-19, mas se anima ao lembrar que alguns setores iniciaram a retomada das atividades, como é o caso do futebol. Jackson destaca esperar que o indicativo da Prefeitura se concretize, mas "sem risco para a população e brincantes".
Escolas de samba já estão prontas
O diretor de Carnaval da Liga das Escolas de Samba do Grupo Especial de Belém (ESA), Fernando Guga, afirma que "as escolas de samba estão preparadas para participar do Carnaval". "O cenário sanitário sinaliza para que possamos ter Carnaval. Belém está sem ocupação de leitos por pacientes de covid. E as escolas já lançaram enredo e estão agora lançando samba-enredo, ou seja, trabalhando para ir para a avenida", pontua.
A ESA defende que o desfile oficial ocorra na Aldeia Cabana, no bairro da Pedreira. A ESA reúne nove agremiações: Quem São Eles, Bole-Bole, Rancho Não Posso Me Amofiná, Xodó da Nega, Piratas da Batucada, Escola de Samba da Matinha, Os Colibris e Deixa Falar. Ao todo, elas envolvem cerca de 18 mil brincantes.
Além das agremiações da ESA, as escolas do Grupo de Acesso e do 3º Grupo estão vinculadas à Liga Paraense das Agremiações Carnavalescas (Lipac), englobando oito escolas do 2º Grupo (de Acesso) e 12 do 3º Grupo. O presidente da Lipac, Ronaldo Norberto da Silva, também comemora o sinal de que Belém poderá ter Carnaval no ano que se aproxima. "Eu entendo que essa posição da Prefeitura não é oficialmente dizendo que vai ter Carnaval, mas a intenção é promover o evento em 2022, e hoje nós temos um cenário favorável, porque os hospitais de campanha são fechados, Belém tem 65% da população imunizada e, até o fim deste mês, se espera ter 75% já imunizados", afirma Ronaldo Norberto, na expectativa de que até fevereiro perto de 100% da população já esteja devidamente vacinada contra a covid-19.
Blocos
Além dos blocos carnavalescos participantes do desfile oficial da Prefeitura de Belém, a capital paraense recebe blocos de rua. O Chove Chuva sai no sábado que antecede o Sábado Gordo de Carnaval. A primeira vez foi em 2019, com 4 mil brincantes; em 2020, foram 16 mil brincantes. Pedro Matos, da coordenação do bloco, destaca: "Estamos muito ansiosos e confiantes que o Carnaval de rua poderá ser realizado no ano que vem. Temos acompanhado os calendários de vacinação e os boletins da Secretaria de Saúde, e felizes que estamos entrando em uma estabilidade novamente".
Pedro observa ser muito importante o incentivo à vacinação para que no Carnaval uma parte ainda maior da população já possua as duas doses. "Todos nós, da organização, estamos vacinados e fazemos questão de postar em nossas redes sobre a necessidade da vacina para que o Carnaval de rua aconteça", acrescenta.
A população toda ganha com o Carnaval, bem como o próprio estado, pontua Pedro Matos. "Carnaval fala sobre democratização de espaços com cultura, arte, lazer, princípios que acreditamos ser essenciais para todas as pessoas. Além disso há movimento na economia local, turismo, não só na capital, mas também nos interiores. O Carnaval faz parte da alma do brasileiro, e o paraense não fica de fora, temos certeza que todos estão ansiosos para a volta!", argumenta.
Para 2022, o Chove Chuva quer sair pelas ruas de Belém e pretende animar eventos ainda no primeiro trimestre. Mas tudo dependendo do cenário epidemiológico.
Romanos
O bloco de rua Os Romanos pretende celebrar seus 50 anos nas ruas de Belém ainda em dezembro próximo. O bloco completou meio século de folia em 2020 e quer novamente sair em 25 de dezembro. O médico Herlander Andrade, há 27 anos no bloco e há dez na coordenação, na esteira do fundador Taylor Colier, falecido por covid-19 em 2021, acredita que "a Prefeitura vai encaminhar o Carnaval com responsabilidade a partir dos dados epidemiológicos da Sesma e da Sespa".
“Eu espero que possa ter Carnaval, mas somente se os índices sanitários permitirem”, observa Herlander. Em 2019, foram cerca de 70 mil pessoas no bloco, que sai da rua Soares Carneiro com a Municipalidade, no bairro do Telégrafo, e segue até a Doca de Souza Franco.
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