Entenda como começou o embate entre Musk e Moraes e veja os desdobramentos
Bilionário dono do X, antigo Twitter, desafiou ministro do STF e chegou a defender o impeachment de Moraes

As recentes declarações do empresário Elon Musk, dono do X, antigo Twitter, sobre decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, movimentaram o cenário político brasileiro no último final de semana. Seguindo a lógica da polarização, políticos de esquerda e direita reagiram de forma diferente ao posicionamento do bilionário - enquanto apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro compartilharam e manifestaram apoio às declarações de Musk, aliados do governo se posicionaram contra.
O embate começou no sábado (6), quando Elon Musk comentou em um post publicado no dia 11 de janeiro por Moraes. Ele perguntou, em inglês: “Why are you demanding so much censorship in Brasil?”. “Por que você está exigindo tanta censura no Brasil?”, em tradução livre. No mesmo dia, o empresário compartilhou uma sequência de publicações do jornalista norte-americano Michael Shellenberger com o título "Twitter Files Brasil”, que afirma que "o Brasil está envolvido em um caso de ampla repressão da liberdade de expressão" liderada por Moraes.
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O empresário ameaçou ainda retirar todas as restrições de contas no X determinadas pelo Judiciário brasileiro. “Estamos levantando todas as restrições. Esse juiz [Alexandre de Moraes] aplicou multas pesadas, ameaçou prender nossos funcionários e cortou o acesso ao X no Brasil. Como resultado, provavelmente perderemos todas as receitas no Brasil e teremos que fechar nosso escritório lá. Mas os princípios são mais importantes do que o lucro”.
As declarações causaram diferentes reações no Brasil. O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, criticou as falas do empresário no domingo (7) e defendeu a regulamentação "urgente" das redes sociais. O relator do PL (projeto de lei) 2.630 de 2020, conhecido como PL das Fake News, deputado Orlando Silva (PC do B-SP), informou em seu perfil no X que vai sugerir ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que a matéria seja pautada.
Em outra publicação, no domingo, Elon Musk voltou a atacar as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e chega a marcar o perfil oficial de Moraes, na mesma rede social. "Em breve, 𝕏 publicará tudo o que é exigido por @Alexandre e como essas solicitações violam a legislação brasileira", escreveu o empresário dono do X, que defendeu ainda a renúncia ou impeachment do ministro. "Este juiz traiu descaradamente e repetidamente a constituição e o povo do Brasil. Ele deveria renunciar ou sofrer impeachment. Vergonha @Alexandre, vergonha", acrescentou Elon Musk.
Conforme informações apuradas pela CNN, após o embate, a filial brasileira do X está avaliando suas opções jurídicas em resposta às recentes decisões do ministro Alexandre de Moraes, de acordo com fontes próximas à situação.
Além disso, a presidência da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) teria sido contatada para obter informações sobre o processo de remover uma plataforma digital, neste caso a plataforma X, do ar. As principais operadoras de telefonia teriam sido orientadas a estarem preparadas para uma possível ordem judicial para suspender o acesso à plataforma X.
Na noite de domingo, Elon Musk publicou uma mensagem dando uma "dica" aos brasileiros que não querem perder o acesso à rede social. Ele orientou a usarem uma rede privada virtual, VPN em inglês, para acessarem a plataforma que pertence ao empresário. Pelo VPN, um usuário pode navegar em páginas da internet sem que o provedor de acesso consiga rastrear de qual país a conexão está sendo feita.
Em resposta às declarações de Musk, o ministro Alexandre de Moraes o dono do X no inquérito das milícias digitais e determinou a abertura de inquérito para apurar eventual obstrução de justiça por parte do bilionário.
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