Dirigente da Amar Brasil decide permanecer em silêncio durante CPMI do INSS

Estadão Conteúdo

O dirigente da Amar Brasil, Felipe Macedo Gomes, disse que iria se aproveitar do habeas corpus concedido pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), e permaneceria em silêncio durante a CPMI do INSS nesta segunda-feira, 20. A defesa de Gomes o orientou a não responder às perguntas dos integrantes da CPMI.

"Eu orientei Felipe a não responder nenhuma pergunta porque não tive acesso a nada", afirmou o advogado Levy Magno, que manifestou descontentamento em não obter informações sobre a investigação contra o seu cliente. "Qualquer palavra que ele traga, por via de consequência, é potencialmente incriminatória."

Gomes é apontar pelo relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), como o responsável por quatro entidades que, juntas, receberam cerca de R$ 700 milhões dos descontos associativos entre 2022 e 2025. A Amar Brasil, dirigida por ele, recebeu a maior fatia neste período - cerca de R$ 300 milhões.

Tanto o relator como o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG) voltaram a se queixar dos habeas corpus cedidos pelo Supremo. Ambos alegam que o recurso é cedido apenas aos "poderosos" para se blindarem de eventual incriminação ou até prisão por falso testemunho.

O governo aposta no depoimento de Gomes para tentar reforçar a ligação do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com o esquema fraudulento de descontos associativos em aposentadoria.

O líder do governo na CPMI, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), é um dos que pretendem pressionar Gomes com mais intensidade na CPMI - isso porque o diretor da Amar Brasil fez uma doação de R$ 60 mil para a campanha de Onyx Lorenzoni para o governo Rio Grande do Sul, em 2022.

Onyx, além de adversário estadual de Pimenta, foi ministro da Previdência durante o governo Bolsonaro.

O relator perguntou se esse dinheiro doado poderia ser propina. "Vou permanecer em silêncio", respondeu Gomes.

Este foi o segundo depoimento da CPMI nesta segunda-feira. Mais cedo, a comissão ouviu advogada Tonia Galleti, ex-integrante do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) e coordenadora do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi).

Nessa oitiva, Gaspar mostrou que a família de Galleti recebeu cerca de R$ 20 milhões num período de cinco anos. A advogada negou participação em qualquer esquema criminoso e disse que não é ladra.

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