Defesa diz que fala de Paulo Sérgio sobre urnas foi "infeliz", mas não indica ação golpista
Advogado nega que general tenha atuado contra o sistema eleitoral ou atrasado relatório das Forças Armadas.

Durante o segundo dia do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe de Estado, o advogado Andrew Fernandes Farias, que representa o general Paulo Sérgio Nogueira, minimizou declarações passadas de seu cliente sobre o sistema eleitoral e rejeitou qualquer associação entre o ex-ministro da Defesa e atos golpistas.
Segundo Farias, a fala de Paulo Sérgio de que a fiscalização das urnas eletrônicas era "para inglês ver" foi "infeliz", mas não comprova qualquer intenção de deslegitimar o processo eleitoral. O advogado afirmou que a relação entre o Ministério da Defesa e a Justiça Eleitoral foi, ao longo do tempo, positiva e colaborativa, resultando em ações como o teste de integridade com biometria.
“O general foi se acostumando com a vida civil”, comentou Farias, ressaltando que esse episódio não sustenta a acusação de que Paulo Sérgio teria atuado contra a Justiça Eleitoral.
A defesa também rejeitou a tese de que o general teria atrasado propositalmente a entrega do relatório das Forças Armadas sobre a segurança das urnas eletrônicas.
“Quando o relatório das Forças Armadas foi divulgado, algumas pessoas passaram a associá-lo à ideia de fraude. Mas o trabalho era apenas de fiscalização”, explicou o advogado.
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Sessão segue com sustentações orais das defesas
A sessão foi retomada às 9h desta quarta-feira (3/9), com as defesas de Jair Bolsonaro e de outros três réus. O ex-presidente não compareceu ao plenário. Segundo seu advogado, Celso Vilardi, Bolsonaro está bem, mas não foi ao Supremo por motivos de saúde.
No primeiro dia do julgamento, o ministro Alexandre de Moraes destacou a importância da defesa da ordem constitucional e da democracia. Já o procurador-geral da República, Paulo Gonet, acusou os réus de participarem de um plano para tentar anular o resultado das eleições de 2022.
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