Brasil tem 12 candidatos à Presidência, mas dois podem sair da disputa; entenda
Durante as convenções, partidos confirmaram nome de 12 candidatos ao cargo de presidente. Porém, pelo menos duas candidaturas devem ser questionadas na Justiça
A corrida eleitoral deste ano tem 12 nomes na disputa à Presidência da República, mas dois deles já enfrentam alguma resistência no partido ou questionamentos jurídicos antes mesmo da largada e a candidatura pode não ser confirmada.
Até as 13h desta segunta-feira, sete pretensos candidatos haviam apresentado o seu pedido de registro de candidatura ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), conforme informações disponíveis no sistema Divulgacand. Os demais podem apresentar até o dia 15 deste mês, fim do prazo estabelecido no Calendário Eleitoral.
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Inicialmente, 13 nomes chegaram a ser divulgados como possíveis candidatos, durante o período de convenções, que encerrou na última sexta-feira (5). Porém, na quinta, o deputado André Janones (MG), do Avante, confirmou a desistência para apoiar o candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Veja quem são os candidatos à Presidência da República
Jair Bolsonaro (PL): foi eleito presidente da República em 2018, com 57,8 milhões de votos, pelo PSL, no segundo turno. Ele deixou o partido em novembro de 2019, e, após dois anos, filiou-se ao PL em novembro passado. Capitão reformado do Exército, foi deputado federal pelo Rio de Janeiro por sete mandatos, de 1991 a 2018. No dia 24 de julho, a convenção do PL no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, oficializou a candidatura à reeleição, com o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, general Braga Netto, como candidato a vice.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT): Lula governou o país entre 2003 e 2010 e enfrentou 20 processos judiciais. Em 2021, o STF anulou as condenações contra ele, por entender que o caso não cabia à Justiça Federal do Paraná. Ele é candidato pela Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB), e tem como vice, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), de 69 anos.
Ciro Gomes (PDT): Nascido em Pindamonhangaba, interior de São Paulo, foi governador do Ceará, ministro da Fazenda no governo Itamar Franco e ministro da Integração Nacional no governo Lula. Disputou as eleições presidenciais de 1998 e 2002 pelo PPS e de 2018 pelo PDT, ficando em 3º lugar. Esta é a quarta vez que Ciro Gomes é candidato à Presidência da República.
Simone Tebet (MDB): 52 anos, é natural de Três Lagoas (MS) e formou-se em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fez carreira como advogada e professora. Em 2002, foi eleita deputada estadual. Ganhou notoriedade na CPI da Covid, participando pela bancada feminina, da qual é líder.
Leonardo Péricles (UP - Unidade Popular): 40 anos, mineiro, de Belo Horizonte (MG). Ele começou a militância política nos anos 2000, tendo sido eleito diretor da União Nacional dos Estudantes (UNE), pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A UP é o partido mais novo do Brasil, e pela primeira vez participará da eleição à Presidência.
Vera Lúcia (PSTU): Pernambucana, natural do município de Inajá (PE), Vera Lúcia, de 54 anos, é socióloga pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Ela começou a militância ao trabalhar em uma fábrica de calçados, aos 19 anos. A indígena Kunã Yporã, ou Raquel Tremembé, do PSTU, é da tribo Tremembé e é vice na chapa 100% feminina de Vera Lúcia (PSTU).
Soraya Thronicke (União Brasil): Senadora pelo Mato Grosso do Sul (MS), desde o ano de 2018, Soraya Vieira Thronicke tem 49 anos. Ela é formada em Direito pelo Centro Universitário de Campo Grande (UNAES) e tem MBA em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). A senadora presidiu a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal (CRA) de 2019 a 2021..
Luiz Felipe d’Avila (Novo): Nascido em São Paulo, Luiz Felipe D’Ávila tem 58 anos, é formado em Ciência Política com mestrado em Administração Pública, fundou o Centro de Lideranças Públicas, voltado às boas práticas de gestão, e o VirtùNews, plataforma de jornalismo de dados sobre política e economia. Os livros dele defendem uma agenda liberal. Ele nunca exerceu cargo eletivo.
Sofia Manzano (PCB): A doutora em História Econômica pela Universidade de São Paulo (USP), Sofia Manzano, de 51 anos, é paulista e candidata do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Além de economista, ela é professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Em 2014, ela disputou a vice-presidência pelo PCB.
Eymael (Democracia Cristã, DC): José Maria Eymael, 82 anos, é natural de Porto Alegre (RS). Ele é graduado em Filosofia e Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Eymael fez carreira como advogado, empresário no ramo de marketing e comunicação. Esta é a 6ª vez que Eymael será candidato a presidente da República. Ele nunca foi para o segundo turno.
Candidaturas que podem ser questionadas:
Pablo Marçal (Pros): O coach, empresário, investidor e escritor que teve o seu nome aprovado em convenção, mas enfrenta a guerra interna do seu partido. A candidatura de Marçal foi aprovada pela direção comandada por Marcus Holanda. Porém, na semana passada, uma decisão do ministro Jorge Mussi, vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), devolveu o comando do Pros ao ex-presidente da sigla, Eurípedes Júnior, que havia sido afastado do cargo depois que uma decisão da Justiça de Brasília validou uma convenção, em março deste ano, que deu o cargo a Marcus Holanda. Eurípedes defende o apoio do PROS ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Roberto Jefferson (PTB): O ex-deputado Roberto Jefferson, tecnicamente, está inelegível porque foi condenado no escândalo do mensalão e ainda não cumpriu o prazo de oito anos de suspensão dos direitos eleitorais após o cumprimento da pena. Porém, ele argumenta que pode se candidatar, por ter recebido indulto presidencial em 2016. A questão deve ser avaliada pela Justiça Eleitoral.
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