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Quase 250 kg de skunk foram apreendidos nos dois últimos anos no Pará

Levantamento foi feito pela reportagem de O Liberal com base em matérias publicadas durante 2021 e 2022; o entorpecente, conhecido como "supermaconha", gera mais risco de dependência

Camila Azevedo
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Ao menos 241,95 kg de skunk, conhecido como “supermaconha”, foram apreendidos no Pará nos últimos dois anos pelos órgãos de segurança. Em 2021, estima-se 143,4 kg retirados de circulação entre março e agosto e, em 2022, de junho a dezembro, 98,55 kg. Os números foram obtidos a partir de um levantamento realizado pela reportagem de O Liberal, que teve como base as matérias publicadas nestes períodos. A Divisão Estadual de Narcóticos do Pará (Denarc) aponta que a cada 100 gramas da droga, um valor de R$ 1.000 seja cobrado. Assim, as apreensões deste intervalo devem somar, no mínimo, R$ 241.950.00. A Polícia Civil (PC) e a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) foram demandadas para passar os dados oficiais, mas não retornaram a tempo.

A diferença entre o skunk e a maconha está na composição química usada para o preparo do entorpecente. A base da produção é a folha da cannabis sativa, mas o princípio ativo escolhido para os efeitos acentuados e com alto grau de risco de dependência que o estimulante causa é identificado como delta-9-tetrahidrocanabinol (Δ9-THC) - canabinóide encontrado em ambas as drogas, mas a níveis de concentração desigual, gerando efeitos psicoativos. Portanto, para que o usuário tenha êxito no resultado que espera, não é necessário uma grande quantidade.

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O princípio ativo presente no skunk pode chegar a até sete vezes mais que a concentração observada na maconha. A professora, Luanna Fernandes, da Universidade Estadual do Pará (Uepa), especialista em neuropsicofarmacologia, explica que além das diferenças entre os compostos, um entorpecente oferece mais perigo que o outro a curto prazo. “A maconha não é uma das drogas que gera maior dependência, o efeito pode se dar de forma diferente de um indivíduo para outro, dependendo até da expectativa que ele tem. Não é que não possa causar, é que a frequência que ela pode fazer isso não é tão alta. No entanto, ela é uma porta de entrada. Já o skunk, gera maior risco de dependência”, afirma. 

Os efeitos potencializados encontrados no skunk e a produção dele podem ser uma justificativa para os altos preços. “Pagam mais por um produto que vai garantir melhor o que estão buscando, e isso é um valor realmente muito significativo. Quando fala do skunk, é tudo mais potencializado. Acaba sendo mais expressivo o efeito. No entanto, os problemas são mais visíveis, por exemplo, diminuição da coordenação motora, alteração da memória recente, porque os neurônios acabam inibindo o funcionamento normal e apagando memórias de curta duração”, destaca Luanna.

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Alucinações, ilusões, paranóias e, até mesmo, despersonalização da pessoa - quando a personalidade do indivíduo muda completamente -, são resultados vistos com o consumo do skunk. “Sob efeito, não permanentemente, mas de forma a longo prazo o que pode acontecer é ter alteração no sistema pulmonar, cardiovascular, a pessoa pode ter mais risco de desenvolver um câncer de pulmão, infecções, etc”, 

Pará é receptor da droga

As grandes produções de skunk não ficam no Pará, conforme ressalta a professora. Guiana Francesa e Colômbia estão entre os países que mais comercializam a droga, que tem entrada facilitada na região Norte, por conta da fronteira. “Pode ser feita a produção de forma mais fácil, não preciso de grande quantidade de terra, consigo fazer um sistema e produzir em um volume muito maior em um espaço menor. Então, essa característica acaba favorecendo o volume maior de produção”, finaliza. 

Levantamento de apreensões de skunk feito pelo jornal O Liberal em 2021 e 2022

→ 2021: 
Março - 22 kg
Abril - 20 kg
Junho - 12,3 kg
Agosto - 89,1 kg

→ 2022:
Junho - 31,05 kg
Julho - 5,5 kg
Setembro - 21 kg
Outubro - 20 kg
Dezembro - 21 kg

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