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Paraense morre atropelado por caminhão no Rio Grande do Sul durante cicloviagem ao Uruguai

Casemiro Nunes de Sousa Filho, 62 anos, realizava a última cicloviagem que seria para cruzar o sul do país. ele havia percorrido, bicicleta, as regiões norte, nordeste e centro-oeste do Brasil

Saul Anjos

O ciclista paraense Casemiro Nunes de Sousa Filho, 62 anos, morreu após ser atropelado por um caminhão no início da tarde de quarta-feira (21) na rodovia BR-116, na altura do quilômetro 344, em Barra do Ribeiro, na Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Segundo a família, que conversou com a redação integrada de O Liberal nesta quinta-feira (22), a vítima realizava uma cicloviagem de Belém até o Uruguai, quando foi atropelada. Casemiro pedalava com mais um amigo, identificado como Orlando Miranda, com quem dividia as estradas com a bicicleta em, pelo menos, nove anos. O parceiro de ciclismo da vítima disse à polícia que estavam no acostamento da via, no momento do acidente. 


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Casemiro, que morava no bairro do Telégrafo e era natural do município de Alenquer, saiu de Belém no dia 6 de dezembro deste ano com destino a cidade de Fortaleza. Apenas na semana seguinte, no dia 14, o paraense deixou o estado do Ceará rumo a Florianópolis, capital de Santa Catarina.

Nas redes sociais, o “especialista em ciclismo”, como se autointitula, expõe a somatória de mais de 10.000 quilômetros rodados com a bicicleta ao redor do país.

 A última foto dele no Instagram, publicada na quarta-feira (21), dia em que morreu, informa que ele se dirigia até Uruguai. “Acabou a folga. Partimos na proa do Uruguai com algumas escalas. Bom dia, mundo”, disse a vítima na publicação, que conta com mais de 40 comentários de seguidores de várias partes do Brasil. 

Supostamente duas pessoas estavam do veículo que atropelou Casemiro. Ambas não se feriram após o impacto da colisão. O caminhão era de distribuidora de Camaquã. Orlando chegou a ser atingido pelo veículo, enquanto andava de bicicleta com a vítima, e fraturou um dos braços, além de sofrer outros ferimentos leves.

Motivo da viagem de Casemiro

Érika Cristina, de 39 anos, a filha mais velha de Casemiro, contou que a viagem do pai sempre foi um sonho dele desde que ele entrou no mundo do ciclismo. Ela afirmou que, por conta dele ter atuado como aeroportuário pela e ser aposentado Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), sempre viajou ao redor dos 26 estados brasileiros, mas nunca tinha sido a lazer. 

Casemiro determinou que iria percorrer o país, mas de um jeito diferente: apenas com a bicicleta.  A primogênita revelou que o pai havia conseguido completar as cicloviagens nas regiões norte, nordeste, centro-oeste e que a última, seria no sul do Brasil. Ele morreu a morreu atropelado a cerca de 764 quilômetros de distância, do rumo final. 

 “Ele conheceu o esporte através de uma namorada. Depois disso, ele só se apaixonou cada vez mais pelo ciclismo. Foi então que ele falava das cicloviagens. Ele trabalhava no Aeroporto Internacional de Belém e é aposentado pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária). Então, o meu pai já viajou o país todo, mas nunca a passeio. Ele decidiu que iria fazer isso de bicicleta. Muitos brasileiros acompanharam a história dele e demonstraram interesse de fazer aquilo que ele estava fazendo: as cicloviagens. O meu pai havia tentando viajar paro o Paraguai no ano passado, mas, por conta das características climáticas, ele não completou a viagem. Por isso, ele comentou conosco que a viagem para o sul seria a última dele. Muitas pessoas foram e vão continuar sendo inspiradas pela história do meu pai. Ele (Casemiro) estava atrás do amigo dele quando foi atropelado pelo caminhão. Ele sempre nos contava que essa atitude que tinha de ir na retaguarda dos outros era como uma forma de proteger os demais”, explicou Érika. 

Traslado do corpo de Casemiro e enterro

Ainda segundo Érika, um dos outros seis filhos de Casemiro, se deslocou ao Rio Grande do Sul para cuidar do traslado do corpo do pai. Porém, um problema na documentação, fez com que o corpo da vítima ainda não fosse liberado do Departamento Médico-Legal (DML). 

A família não soube precisar as datas e os locais do velório e o enterro de Casemiro, por conta no atraso do traslado do corpo. Ela também comentou que o caminhão da empresa responsável pelo acidente está ajudando nas despesas.

“Meu irmão está no Rio Grande do Sul cuidando do traslado do meu pai, só um problema na documentação não liberou o corpo. Estamos aguardando a liberação para podermos realizar o velório e o enterro. A empresa do caminhão entrou em contato com a gente e está auxiliando nas pesas e as outras questões do traslado”, relatou. 

Um grupo de ao menos 39 pessoas aguarda a chegada do corpo Casemiro na capital paraense, para realizar uma homenagem. Eles vão pedalar do Aeroporto Internacional de Velório até o local em que a vítima será velada. 

A reportagem tenta contato com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul para saber quais procedimentos estão sendo adotado no caso e se há alguma previsão de liberação do corpo. 

 

Polícia