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Oficiais são investigados por assédio sexual e abuso de autoridade contra aluna de curso da PM

A Promotoria de Justiça Militar, através do promotor de Justiça Armando Brasil, requisitou à Corregedoria da PM a instauração de um Inquérito Policial Militar para investigar o major Itamar Gaudêncio, o coronel Celso e o major dos Santos

O Liberal
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Oficiais superiores da Academia de Polícia Militar do Pará (APM) Coronel Fontoura, localizada no Instituto de Ensino de Segurança do Pará (Iesp), em Marituba, Região Metropolitana de Belém (RMB), estão sendo investigados por assédio sexual e moral, tortura psicológica e abuso de autoridade contra uma aluna oficial do Curso de Formação de Oficiais da PMPA. A Promotoria de Justiça Militar, através do promotor de Justiça Armando Brasil, requisitou à Corregedoria da PM a instauração de um Inquérito Policial Militar. A mulher estaria sofrendo represálias após ter realizado as denúncias.

Ao MP, a aluna relatou que tudo começou quando ela conheceu o major Itamar Rogério Pereira Gaudêncio, em 2018, então capitão, e os dois trabalhavam juntos no Comando-geral da PMPA. "No começo ele era super solícito, uma pessoa muito prestativa, se oferecia para me ajudar. Mas o tratamento era desigual: para as outras pessoas, ele dava muito trabalho. Para mim, não. Me liberava no horário, às vezes até me liberava mais cedo", contou.

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Segundo ela, pouco tempo depois, ele iniciou as investidas, por meio de mensagens no celular. "Ele começava a falar para eu terminar o meu relacionamento, que não ia dar certo, porque o meu noivo também era militar. Depois começou a se insinuar em mensagens, inclusive outras pessoas viam e diziam que ele estava 'a fim' de mim", disse a aluna. "Só que eu nunca dei nenhuma brecha para ele, nunca correspondi às investidas".

A denunciante afirmou que, cerca de dois anos depois, em novembro de 2020, já estava em uma turma da APM Cel. Fontoura, quando o major Gaudêncio foi promovido a subcomandante da academia. "Nesse período começou um inferno na minha vida, porque ele viu a minha aliança, perguntou se eu tinha casado, e eu falei que sim. Depois eu mandei uma mensagem pra ele sobre um atestado, e ele simplesmente pediu que eu não me dirigisse mais a palavra a ele".

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De acordo com ela, foi quando as represálias iniciaram. A aluna denunciou ao MP que viu sua nota de comportamento cair radicalmente, e começou a ser vítima de uma perseguição. "Eu respondi a vários procedimentos administrativos, porque ele foi vasculhar a minha vida. Ele viu que eu tinha passado por uma cirurgia e abriu um procedimento alegando que eu havia sido reprovada no primeiro ano, sendo que já estávamos passando para o segundo", afirmou.

Ainda de acordo com a denúncia, depois de saber que a aluna ainda tinha o registro das mensagens enviadas pelo major, ele teria pedido afastamento da presidência do processo que instaurou contra ela. "Aí ele não me perseguiu mais diretamente, conseguiu trocar o chefe do corpo de aluno daqui, e colocou um homem que faz tudo que ele quer, que é o major dos Santos, que passou a me perseguir no lugar dele. E o comandante, coronel Celso, resolveu compactuar com toda essa situação, e aceitou tudo", relatou a aluna.

Neste período, segundo a denúncia, os oficiais superiores tentaram reprová-la por diversas ocasiões, mas ela levou os casos para a justiça e foi absolvida, permanecendo no curso. Ela também foi obrigada a frequentar consultas em psicólogos, contra a sua vontade. Teve que responder a procedimentos por ter tirado nota vermelha. Relatou que foi humilhada na frente da tropa, com os superiores dizendo que ela "não era digna de vestir a farda da PM".

A aluna também denunciou que teve sua arma de fogo confiscada e que fazia policiamento com tonfa - cassetete - enquanto seus colegas estavam armados. Diante dos fatos, ela decidiu denunciar o caso ao Ministério Público. Em nota enviada à reportagem, o MPPA informou que vai continuar apurando o caso e que a "Promotoria de Justiça Militar, através do promotor de Justiça Armando Brasil, requisitou à Corregedoria da PM a instauração de Inquérito Policial Militar".

A reportagem também solicitou nota à PMPA, mas até o momento desta publicação, ainda não havia recebido nenhuma resposta.

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