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Estudante leva mata leão em abordagem policial na Guanabara

Confusão teve spray de pimenta e tiros de borracha nesta segunda (29)

Redação Integrada
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Circula nas redes sociais um vídeo de uma abordagem da Polícia Militar do Pará ocorrida na segunda-feira (29), que mostra agentes de segurança utilizando sprays de pimenta em moradores, assim como o uso do golpe mata leão em cidadãos. 

Nas filmagens, é possível ver que a confusão terminou em gritaria e desespero no bairro da Guanabara. Uma idosa chega a implorar para um policial para que ele não machuque ninguém. Nos vídeos, os policiais também aparecem empurrando duas mulheres.

De acordo com o estudante de direito Denisson William, a ação trata-se de uma perseguição ao primo dele, que foi preso em 2019. Ambos foram detidos e levados para a Seccional da Cidade Nova, sem motivo aparente, segundo o estudante.

"Não é de hoje que a minha família e sobretudo meu primo sofre com perseguição policial. Ele havia sido preso em 2019 pela lei de tóxicos, embora ele fosse usuário, ele foi preso como traficante e hoje responde em liberdade, sendo monitorado. Desde então, ele vem sofrendo ameaças e perseguição. Toda execução de agente de segurança na região metropolitana em Belém é vinculada a imagem dele, que eles espalham no Whatsapp e Facebook", afirma.

Denisson conta que nunca havia presenciado as "visitas" da Polícia Militar na casa da tia dele. Ele estava em uma consulta e recebeu uma ligação da prima para correr de volta para a Avenida Ricardo Borges, onde mora. Ao chegar, se deparou com diversas viaturas e policiais militares concentrados no local onde ele mora com a família. 

"Diferente do que foi veiculado na imprensa, eu não me apresentei como advogado. Eu perguntei a acusação e eles não quiseram responder. Quando eu disse que era estudante de direito do décimo semestre, fizeram chacota de mim e mandaram eu me afastar. Perguntei se tinha flagrante de algo e afirmei que a prisão era ilegal, porque era", lembra ele.

Neste momento, um policial se aproximou de Denisson e aplicou um mata leão, como mostram as imagens, e o xingou, dizendo que "ele era um nada" e que Denisson estava muito exaltado. Ele, o primo e a tia foram encaminhados para a seccional Cidade Nova. Lá, o delegado entendeu que não haveria motivos para o indiciamento dos três familiares.  

Os policiais então partiram para uma segunda tentativa na Divisão de Homicídios de São Brás, segundo Denisson. Uma equipe de uma emissora de TV estava lá e segundo Denisson, entrou ao vivo já o classificando como participante da execução de um guarda municipal. 

"Como os policiais não tinham nada para apresentar contra a gente, somente uma suposta denúncia anônima de que meu primo participou da execução, na divisão de homicídios também não fomos indiciados. Os policiais ainda insistiram em me indiciar por falsidade ideológica dizendo que eu me apresentei como advogado", diz Denisson. 

image Tio de Denisson levou tiro de bala de borracha durante abordagem (Divulgação)

O estudante conta que além das agressões que sofreu junto com o primo e a tia, um tio levou um tiro de bala de borracha na perna e uma prima que estava com a filha foi atingida com spray de pimenta no rosto.

Denisson já foi a corregedoria da Polícia Militar e o processo, segundo ele, foi instaurado. Ele revela, porém, que já encaminhou outros processos por conta da mesma situação e que nenhum nunca foi para a frente. 

Apesar de não ter certeza, ele e outros membros da família acreditam que a insistência da Polícia Militar começou por conta de uma rixa do primo com um policial. Segundo Denisson, o primo não usa mais drogas desde 2019 e nunca foi traficante.

Procurada para prestar mais esclarecimentos sobre o ocorrido, a Polícia Militar ainda não respondeu à reportagem. 
 

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