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Assalto com reféns termina com cabo da aeronáutica assassinado dentro de ônibus

Cabo da Aeronáutica, Jax Coelho Garcia, de 39 anos, foi morto com dois tiros, um deles na cabeça

Valéria Nascimento

Dois ônibus com dezenas de passageiros tomados como reféns; o cabo da Aeronáutica, Jax Coelho Garcia, de 39 anos, assassinado; trânsito engarrafado; medo e apreensão marcaram o final da noite desta sexta-feira (13), na Grande Belém.

Tudo começou perto das 21h, quando os jovens Anderson e Ivanilson anunciaram o assalto ao coletivo Marituba-Ver-o-Peso, que fazia sua terceira e última viagem no sentido Marituba/Doca/Ver-o-Peso.

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image Cabo da aeronáutica reage a assalto e é morto dentro de ônibus; bandidos são presos
Segundo a Polícia Civil, os criminosos fugiram do primeiro coletivo tomado de assalto e, pouco depois, fizeram reféns os passageiros de outro ônibus na BR-316

Os dois entraram no ônibus na altura do Entroncamento e ficaram na parte traseira do carro, eles só se manifestaram quando o veículo estava na avenida Pedro Álvares Cabral próximo à Tavares Bastos.

O cabo da Aeronáutica reagiu, sacou a arma e imobilizou um dos homens, mas o outro veio por trás, deu um tiro que atingiu a coxa do militar e, em seguida, o disparo fatal na cabeça, matando Jax, instantaneamente.

O cobrador Ramon de Jesus, 31 anos, viu de perto a agonia da vítima. "Quando eu ouvi aquele burburinho eu me virei, eu vi o elemento com a arma na mão, pensei caramba é um assalto, ainda tentei guardar os meus pertences. E quando eu tentava isso foi que aconteceu. A vítima se atracou com o primeiro, mas aí o segundo veio por trás e deu um tiro nele", contou Ramon.

"Ele estava em pé segurando o assaltante, mas caiu. Deitado no chão ainda implorou para que não o matassem'', recordou Ramon, lamentando a morte do militar, que minutos antes de morrer, disse ter dois filhos.

Ramon de Jesus lamentou que este é o quinto assalto que ele sofre dentro do coletivo, disse que estava nervoso, mas teve de enfrentar o batente. "E amanhã (este sábado) vou pegar serviço à tarde. Tenho um filho de 8 anos", afirmou o rodoviário, acrescentando que não pode parar de trabalhar porque é o esteio da família.

A delegada da Seccional da Sacramenta, Janice Aguiar, informou que os passageiros do primeiro ônibus contaram que os dois suspeitos, ao descer do ônibus, tomaram uma moto de uma pessoa, andaram com esta moto certo trecho e, após, largaram o veículo e já, na da saída de Belém, perto do Entroncamento, subiram em outro coletivo. Desta vez, um ônibus Aurá/Ananindeua

Passageiros com medo e BR-316 interditada

Estudante do curso de teatro da UFPA, Giovane Brito, 22 anos, voltava para casa no Aurá/Ananindeua e viu quando os jovens entraram correndo no coletivo, dizendo que estavam se protegendo da polícia porque haviam matado um homem.

Em geral, os passageiros do segundo ônibus contaram que eles tentaram acalmar os dois assaltantes. O coletivo foi cercado pelas viaturas da polícia. Diversos PMs dos 30º e 27º Batalhões Militares compareceram ao local em que o ônibus parou no meio da BR.

"As pessoas começaram a dizer para eles que ia ficar tudo bem, e eles disseram para gente que não nos fariam nada. Eles estavam ali só para a proteção deles, como se a gente fosse um escudo. Um deles estava bem próximo de mim, eu falei calma, calma'', contou Kelly Samara Ferreira, passageira que havia pego o coletivo, após sair do shopping.

Negociação e rendição com a entrega de três armas

"Eles vão para a Delegacia de Homicídio porque estão ligados ao assassinato do cabo da Aeronáutica'', disse o 1º Tenente PM do 27º BPM, Uanderson Alves, que por quase duas horas negociou os dois homens a liberação de cerca de 20 pessoas e a própria rendição deles.

O oficial informou que foram recolhidas três armas com os dois homens. Uma delas roubada do militar assassinado por eles. O tenente falou sobre a estratégia adotada de conversar com os assaltantes para passar confiança e estabelecer um acordo a ser cumprido.

"Criamos um vínculo com o Anderson e o Ivanilson, negociamos a presença da imprensa, de familiares, de água para os reféns, fechamos um acordo que quando cumpríssemos os pedidos, eles começariam a liberar as pessoas. Eles estavam com medo de sofrerem um baleamento, tive a ajuda do major Rocha, do Bope, que ajudou nos procedimentos adotados, sobre o posicionamento do armamento no chão para que não ocorra um disparo acidental e atinja um inocente", observou o tenente Uanderson Alves.

"Deu tudo certo a ocorrência se encerrou com todos os passageiros intactos e os elementos também. Infelizmente, houve a morte do cabo", disse o oficial da PM.

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