Ao menos 15 paraenses estão entre os mortos na megaoperação no Rio de Janeiro; saiba quem são
Cerca de 32 mandados judiciais cumpridos na operação foram resultado de investigações conduzidas pela Polícia Civil do Pará contra 'alvos paraenses'
A megaoperação policial deflagrada nesta terça-feira (28/10) no Rio de Janeiro resultou na morte de 120 pessoas. Entre elas, pelo menos 15 investigados naturais do Pará morreram na ação, e outros cinco foram presos. Segundo as autoridades, parte do grupo possuía histórico de envolvimento em facções criminosas com atuação tanto em território paraense quanto em outras regiões do país. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), 32 mandados judiciais cumpridos na operação foram resultado de investigações conduzidas pela Polícia Civil paraense contra “alvos” que haviam se deslocado para o RJ, mas continuavam articulando ações criminosas no estado de origem.
Durante a ação realizada nos complexos da Penha e Alemão, dos mandados judiciais expedidos pela Justiça do Pará, ocorreu um confronto com os agentes de segurança, que resultou nas mortes dos 15 suspeitos. Entre os paraenses, estão pesssoas investigadas por envolvimento em crimes como tráfico de drogas, organização criminosa, homicídios, extorsão, roubos e ataques contra agentes e viaturas de segurança.
De acordo com informações apuradas pelo jornalista Wesley Costa, alguns dos paraenses mortos na ação foram identificados como Lucas da Silva Lima (“LK”), Jhonata de Lima Albuquerque (“Turista”), Gilberto Nascimento (“Bigodinho”), Nailson Miranda (“Mujuzinho”), Ednelson da Silva Abreu (“Caboco”) e Wesley Martins e Silva, todos já com passagem pelo sistema de segurança pública do Pará. Outros cinco paraenses presos durante a operação — Rodrigo de Jesus Coelho (“RD”), Joelison de Jesus Barbosa (“Fuzuê”), Damilson Lopes (“DAM”), Helison Cauã Oliveira e Flávio Henrique dos Santos — devem responder por crimes como tráfico de drogas, homicídio e associação criminosa.
Segundo o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do Pará, Ualame Machado, o trabalho investigativo aprofundado e a troca de informações entre os Estados é fundamental para a identificação e localização de investigados que se deslocam do Pará para se refugiar em outros Estados, como é o caso do Rio de Janeiro.
“A operação policial ocorrida no Rio de Janeiro é uma operação necessária, inclusive para nós localizarmos investigados do Pará, tendo em vista que dos quase 100 alvos, 32 eram decorrentes de investigações feitas pela Polícia Civil do Pará, com mandados deferidos pelo poder judiciário. Nós temos o balanço atualizado até a tarde desta quarta-feira (29), que aponta cinco paraenses envolvidos em crime presos no Rio de Janeiro. Outros 15 confrontaram com a polícia e vieram a óbito, ou seja, 20 paraenses envolvidos até o momento, que foram localizados durante a ação. É importante lembrar que a gente está atualizando esses dados a cada momento em que a Polícia Civil do Rio de Janeiro nos encaminha essas informações. Todos os alvos que foram identificados e localizados são pessoas de alta relevância na organização criminosa, e que realmente determinavam a extorsão de comerciantes, ataques a viaturas policiais, inclusive recentemente foi feito um ataque aqui na Grande Belém, a mando de uma das pessoas que veio a óbito em confronto com a polícia do Rio de Janeiro. Além disso, eles são envolvidos em vários ataques a agentes de segurança pública, tráfico de drogas, roubos e crimes violentos. Portanto, seguiremos trabalhando com uma forte investigação para que todos os alvos sejam localizados", afirmou o titular da Segup.
Colaboração
Em conversa por telefone com Wesley Costa, o delegado-geral da Polícia Civil do Pará, Raimundo Benassuly, confirmou que equipes da inteligência da PCPA estiveram recentemente no Rio de Janeiro colaborando com informações que auxiliaram no mapeamento de foragidos paraenses com mandados de prisão decretados pela Justiça do Pará.
“Recentemente, nossos policiais civis da inteligência estiveram no Rio de Janeiro colaborando com informações com o objetivo de prender faccionados foragidos do Pará, pois têm mandados de prisão decretados contra eles pela Justiça paraense. Muitos desses faccionados são responsáveis por emitir ordens para praticar extorsões contra comerciantes no Pará, bem como mandar atacar agentes de segurança pública. Eles fogem para o RJ porque praticam crimes aqui no Pará, mas são identificados nos inquéritos da Polícia Civil, e nesses inquéritos solicitamos as prisões preventivas, que são decretadas pela Justiça com parecer favorável do Ministério Público”, afirmou o delegado.
As autoridades cariocas informaram que a operação teve como objetivo desarticular uma aliança interestadual de grupos armados, que usavam o Rio como base logística. No Pará, a Polícia Civil monitora as repercussões e apura se há conexões diretas entre os mortos e crimes recentes registrados na Região Metropolitana de Belém.
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