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'Agredida por monstro que se julga dono da lei', diz Conselho de Mulheres sobre violência em barco

Entidade de Breves anunciou que irá tomar 'medidas urgentes e necessárias junto aos órgãos competentes'

Redação integrada de O Liberal
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O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Breves publicou, nesta quinta-feira (17), uma nota de repúdio após uma mulher ser agredida por policiais civis em uma embarcação no Pará. A entidade anunciou que irá tomar "medidas urgentes e necessárias junto aos órgãos competentes diante de tamanha covardia à uma mulher humilde e doente que, com muita dificuldade, faz seu tratamento em Belém".

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O comunicado destaca ainda a violência sofrida pela vítima, que foi alvo de agressões e violências por parte de três policiais civis, durante uma viagem em uma embarcação que faz a linha Portel/Belém. "(...) nesse caso específico, a vítima foi discriminada por uma policial militar e agredida por um monstro que se julga dono da lei. Este órgão sempre defendeu os direitos da violência contra a mulher marajoara e agora mais do que nunca irá se calar diante de tanta indignação", continuou a conselho, que classificou a situação como "um ato covarde por parte daqueles que se acham diferentes" e cujos "papeis são de defender a sociedade e não banalizar uma profissão digna daqueles que realmente  são  bons e otimos profissionais".

image De arma em punho, policial manda mulher se retirar: tapas e puxão de cabelo (reprodução)

O caso


Vídeos que ganharam as redes sociais mostram o momento em que uma mulher é agredido por um policial civil, de prenome Anderson, e coagida por outro, identificado apenas como Rodrigo, em uma embarcação nesta quarta-feira (16). Segundo testemunhas, a agressão ocorreu durante uma discussão iniciada no momento em que a embarcação atracou no porto do município de Breves. 

A vítima é uma mulher que seria paciente do Tratamento Fora do Domicílio (TFD) e teria vindo à capital para uma consulta. A confusão teria tido início quando a vítima havia atado uma rede para descansar. Uma outra passageira, também policial civil, que estava do lado dela, iniciou uma discussão por conta da falta de espaço, e as duas partiram para as agressões. Veja:

Ainda segundo testemunhas, a policial que se envolveu na briga disse que não queria a senhora perto dela e chamou os outros dois policiais para que retirassem a mulher do barco. Em seguida, Anderson começa a gritar com a mulher, dizendo para ela pegar suas malas e deixar a embarcação.

Logo depois, ele parte para cima da vítima e é possível vê-lo dando um tapa em seu rosto. As agressões continuam, com socos, empurrões e até puxão de cabelo. A mulher implora, aos prantos, para que Anderson pare. "Não faz isso, por favor, eu não fiz nada. Eu não roubei, não agredi ninguém", diz a vítima, que em seguida é retirada do local pelos policiais. Outro policial, Rodrigo, também é visto nas imagens empurrando a mulher com uma arma em punho.

image Momento em que mulher é puxada pelos cabelos na embarcação (reprodução)

Autoridades se manifestam


Em nota, a Polícia Civil informou que instaurou um procedimento para apurar o caso e determinou o afastamento e a remoção dos policiais envolvidos do local onde atuam. No Twitter, o governador do Estado, Helder Barbalho, lamentou o ocorrido e informou que a PC irá identificar e responsabilizar os envolvidos.

 

 

Em coletiva de imprensa realizada no final da manhã desta quinta-feira (17), o titular da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), Ualame Machado, definiu o caso como "lamentável", e disse que o governo do Pará repudia a atitude dos policiais agressores. O pronunciamento de Machado se alinhou às declarações dadas mais cedo pelo governador Helder Barbalho e por nota publicada pela Polícia Civil.

 

image Em nota PC disse que "não compactua" com o ocorrido (reprodução)

Vítima disse que foi coagida a pedir desculpa a policiais


Um vídeo que circula nas redes sociais mostra a senhora que foi agredida pelos policiais pedindo desculpas, em uma gravação feito dentro de uma delegacia e organizada pelos policiais ligados ao ocorrido. Ao lado dela está o agressor, Anderson, e os outros policiais que estão envolvidos no caso. Em outro vídeo, ela afirma que foi coagida a pedir desculpas aos agentes, sob ameaça de ser presa.

Sobre o vídeo, o secretário Ualame Machado afirmou que o fato está sendo apurado pela corregedoria regional de Breves. "De fato é um episódio que foge às regras do procedimento. Se houve algum acordo interno na delegacia entre as partes, isso deveria ter ficado registrado, e não em vídeo gravado pelas partes",  concluiu.

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