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‘Se em um barco cheio já fizeram isso, imagina numa rua deserta’, desabafa vítima de agressão

Em um vídeo, ela denunciou que foi coagida a pedir desculpas aos policiais na delegacia sob pena de ficar presa

Redação integrada de O LIberal

A mulher agredida por policiais em um barco no Porto de Breves contou em um vídeo detalhes da violência sofrida. O caso ocorreu na quarta-feira (16), em uma embarcação da linha Portel/Belém. Ela afirmou que foi coagida a pedir desculpas aos agentes sob pena de prisão.

No vídeo, ela conta que embarcou rumo a um tratamento de saúde em Belém, com um quadro de hemorragia, junto de sua irmã e uma sobrinha. No barco, ela tentou atar sua rede, mas, ao pedir licença para uma mulher, ela teria começado a gritar e acionado os policiais. Eles chegaram e anunciaram que a vítima tinha que se retirar do barco e que estava presa. Veja:

“Mas eu falei ‘eu não fiz nada, por que eu vou ser presa? Se eu não fiz nada’, aí nessa hora vem outro e me segura, me puxando, aí eu falei que tinha que pegar minhas coisas e que eu não tinha feito nada para estar acontecendo aqui. Aí que eu fui engasgada, totalmente agredida”, narrou.

Após isso, ela foi levada para a delegacia, de onde gravou um vídeo ao lado de seus agressores pedindo desculpas aos policiais. “Ele me coagiu. Eu fui ouvida pelo delegado, que disse que não ia dar em nada, que eu ia me cansar, porque os dois são policiais. (...) Se eu não fizesse um vídeo dentro da delegacia, eu ia ficar presa”, declarou.

“É por isso que muita gente morre; se um barco estando cheio, eu já passei por tudo isso, imagina se estivesse numa rua deserta só eu e a minha sobrinha. O que seria de mim? Eu, fraca, passando mal, fui agredida por dois homens e ele ainda tem coragem de dizer que eu fui a agressora”, completou indignada.

Além dela, a sobrinha e a irmã também foram agredidas. “Não foi só eu. Outras duas mulheres foram agredidas. Minha irmã está com o braço fora do lugar em Breves”, denuncia.

A Polícia Civil informou que instaurou um procedimento para apurar o caso e determinou o afastamento e a remoção dos policiais envolvidos do local onde atuam. No Twitter, o governador do Estado, Helder Barbalho, lamentou o ocorrido e informou que a PC irá identificar e responsabilizar os envolvidos.

 

 

Polícia Civil diz que apura o caso


A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) concedeu coletiva à imprensa na manhã desta quinta (17) para atualizar as informações sobre o ocorrido.

Na entrevista à imprensa, o titular da Segup, Ualame Machado classificou o episódio como "lamentável", e reafirmou que o caso está sendo apurado pela Corregedoria da Polícia Civil. Machado disse também que o governo do Pará repudia a atitude dos policiais agressores. Os três membros da Polícia Civil envolvidos no episódio tiveram suas armas e distintivos retirados e estão afastados de atividades enquanto ocorre a apuração. Eles foram levados  à Delegacia Geral em Belém para prestar depoimentos.

Sobre o vídeo que circula nas redes sociais, mostrando a senhora que foi agredida pelos policiais pedindo desculpas, dentro de uma delegacia, e ao lado do agressor e de outros policiais que estão envolvidos no caso, o secretário Ualame Machado afirmou que o fato está sendo apurado pela corregedoria regional de Breves. Veja:

Ualame Machado afirmou ainda que, "de fato é um episódio que foge às regras do procedimento".

O titular da Segup diz que, "se houve algum acordo interno na delegacia entre as partes, isso deveria ter ficado registrado, e não em vídeo gravado pelas partes".

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