Três universidades federais do Pará participam de pesquisa inédita sobre desafios da saúde mental
O estudo, de abrangência nacional, tem como foco estudantes e servidores de 50 universidades públicas de todo o país

Três universidades do Pará foram contempladas para participação no Estudo Nacional de Saúde Mental nas Universidades (Enasam-U), realizado pela Rede Nacional de Saúde Mental (Renasam), de forma inédita no Brasil. A Universidade Federal do Pará (UFPA), a Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) farão parte da pesquisa, que permite estimar a prevalência de transtornos de saúde mental nos diferentes segmentos das universidades. O objetivo é direcionar esforços na construção de uma universidade mais acolhedora, inclusiva e produtiva.
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O projeto, de abrangência nacional, traz o lema “Por uma comunidade acadêmica saudável”. Ele será realizado em 50 universidades públicas, com a expectativa de participação de 15 mil voluntários, entre estudantes e servidores de 50 universidades públicas de todo o Brasil, com idades entre 18 e 75 anos. No primeiro momento, haverá envio de um questionário on-line para estudantes e servidores selecionados por sorteio aleatório.
Já na segunda etapa, haverá um momento de entrevistas diagnósticas por telessaúde para avaliação da saúde mental. Os resultados obtidos, além de permitirem estimar a prevalência de transtornos de saúde mental, terá etapa posterior na população geral, subsidiando o planejamento, a formulação e a avaliação de políticas públicas voltadas à saúde mental.
A investigação é coordenada pelo pró-reitor de pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Flávio Kapczinski, que enfatiza a importância de compreender a realidade da saúde mental nas universidades. “Conhecer esse cenário nos permitirá ter um panorama representativo da realidade brasileira, o que certamente apoiará no redirecionamento de políticas públicas no campo da Saúde Mental, em âmbito regional e nacional”, explica.
A pesquisa conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e é coordenada por pesquisadores da UFRGS e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Na região norte, foram sorteadas sete universidades públicas, que representarão toda a comunidade universitária. São elas: Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Fundação Universidade Federal de Rondônia (Unir), Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e Universidade Federal do Acre (Ufac).
Critérios éticos
A pesquisa segue todos os critérios éticos e garante a privacidade e confidencialidade dos participantes, e se iniciará, em cada localidade, após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. Para viabilizar o rastreamento em todo território brasileiro, foi consolidada a Rede Nacional de Saúde Mental (Renasam), que irá articular grupos de pesquisa para o desenvolvimento e inovação em Saúde Mental. Além disso, a Rede visa conduzir estudos inovadores e disseminar informações atualizadas para aumentar a conscientização sobre o tema e romper o estigma associado.
Rede Nacional de Saúde Mental (Renasam)
A Renasam é uma rede de pesquisa, que tem como objetivo desenvolver, articular, multiplicar e disseminar conhecimento científico e tecnológico em Saúde Mental. Lançada em maio de 2024, a Rede conta com 50 pesquisadores de todas as macrorregiões brasileiras. Nos próximos dois anos serão realizados dois grandes projetos: o Enasam-U e o Enasam.
O segundo estudo será o primeiro a avaliar a frequência de diagnósticos de saúde mental em todo o território nacional. Serão realizadas oito mil entrevistas de triagem presencial conduzidas em domicílios selecionados aleatoriamente. Em seguida, será realizada uma entrevista on-line síncrona conduzida em uma sub-amostra aleatória de indivíduos que responderam à triagem.
*Estagiária de Jornalismo, sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do Núcleo de Atualidades
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