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Teor proteico da farinha de castanha-do-Pará é 60% maior que o da de trigo, aponta Embrapa

Os estudos iniciaram há cerca de dois anos na Embrapa, com o objetivo de desenvolver produtos a partir da castanha-do-Pará (ou castanha-do-Brasil) e seus resíduos

Ayla Ferreira*

A farinha da castanha-do-Pará, subproduto da oleaginosa típica da Amazônia, que é rica em substâncias benéficas para a saúde, superou a farinha de trigo em teor proteico. Um novo estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) constatou que 100 gramas de farinha de castanha apresentam quase 33 gramas de proteína, valor 60% maior que o de trigo. Em 100 gramas de farinha de trigo integral, por exemplo, estão cerca de 13 gramas de proteína, uma quantidade um pouco maior que na tradicional farinha de trigo branca.

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Os estudos iniciaram há cerca de dois anos na Embrapa, com o objetivo de desenvolver produtos a partir da castanha-do-Pará (ou castanha-do-Brasil) e seus resíduos, utilizando castanhas com padrão para comercialização in natura e também as quebradas ou em pedaços. 

“Foram desenvolvidos dois produtos a partir da castanha in natura, a farinha parcialmente desengordurada e o concentrado proteico de castanha-do-Brasil. A partir desses dois produtos, houve a aplicação desse concentrado e da farinha em produtos finais, sendo eles: hambúrguer, quibe e texturizado de proteína”, explica Ana Vânia Carvalho, pesquisadora da Embrapa, em entrevista para a redação integrada de O Liberal.

Para a produção do texturizado de proteína, os pesquisadores recorreram à técnica de extrusão de alimentos, uma forma de cocção rápida, contínua e homogênea. Esse processo é aplicado para processamento de cereais e proteínas destinados à alimentação humana e também animal. Segundo a pesquisadora, o uso da tecnologia de extrusão possibilitou a criação do texturizado de proteína, que é similar a carne de soja. 

“É uma carne de proteína de castanha-do-Brasil. Também produzimos um snack proteico. Todos esses produtos, a característica principal deles é o alto teor de proteína”, diz Ana.

Um dos principais destaques da castanha-do-Pará, quando comparada a outros produtos proteicos do mercado, é o alto teor de selênio. O mineral é associado à atividade antioxidante do organismo e reduz o risco de doenças causadas por danos advindos da oxidação no corpo humano, além de proteger as células e fortalecer o sistema imunológico.

Aproveitamento sustentável da castanha

A partir da farinha da oleaginosa, os pesquisadores da Embrapa produziram o concentrado proteico que obteve até 56% de proteína. O concentrado e a farinha foram testados na formulação de produtos para o consumidor final. Os pesquisadores também criaram um ingrediente texturizado proteico vegetal à base de castanha-do-Pará e soja, com cerca de 56% de proteína, um valor similar à tradicional proteína texturizada de soja.

Em entrevista para a CNN Brasil, a pesquisadora Melicia Galdeano, da Embrapa, afirma que o resultado materializa um dos principais objetivos do projeto: desenvolver ingredientes proteicos alternativos a partir de matéria-prima nacional, promovendo a diversificação das fontes proteicas vegetais no Brasil para o mercado plant-based brasileiro.

“Atualmente, predominam no mercado de proteínas vegetais opções como a soja e a ervilha. Esse trabalho caminha para o aproveitamento sustentável da castanha, incentivando seu plantio e beneficiando comunidades locais”, destaca Melicia Galdeano, pesquisadora da Embrapa.

A pesquisadora Ana Vânia Carvalho, da Embrapa, reforça, em entrevista para O Liberal, que os novos produtos já estão disponíveis para o mercado alimentício. “Eles já estão disponíveis, só está faltando ampliar para uma escala maior industrial. Eles estão à disposição para as empresas que se interessarem”, pontua.

*Com informações da CNN

*Ayla Ferreira, estagiária de Jornalismo, sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do Núcleo de Atualidades

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