De R$ 120 a R$ 160: preço da castanha-do-pará segue alto no Ver-o-Peso devido a clima e safra

Vendedores esperam manutenção do valor até o final do ano, com a expectativa de que o preço só diminua na próxima safra.

Jéssica Nascimento

O Complexo do Ver-O-Peso, em Belém, continua com o preço elevado da castanha-do-pará, que varia entre R$ 120 e R$ 160 o quilo. Em agosto, o produto já ultrapassava os R$ 170 no mercado. O alto custo tem sido uma constante ao longo de 2025, principalmente após a falta de chuva e a baixa produtividade da safra, que, segundo vendedores ouvidos pelo Grupo Liberal, impactaram diretamente no fornecimento do fruto. A expectativa é que o preço não sofra grandes variações até o final do ano.

image (Foto: Wagner Santana)

Clima desfavorável e safra escassa explicam a alta

Em entrevista à reportagem, Denize Almeida, vendedora de castanha-do-pará no Ver-O-Peso, explica que a alta dos preços se deve principalmente à falta de uma boa safra este ano.

image (Foto: Wagner Santana)

“O começo da castanha começa agora em janeiro até junho. Depois disso, o preço começa a subir. Neste ano, a castanha ficou mais cara por não ter tido safra, não deu castanha, não choveu. Tudo é clima", comenta Denize.

A castanha-do-pará, um dos produtos mais emblemáticos da região, não é colhida manualmente, mas sim aguardando cair das árvores.

“Ela não é colhida, ela tem que cair da árvore para poder ser coletada", explica a vendedora, destacando a dificuldade da produção este ano, o que impactou diretamente o preço.

Apesar do custo elevado, as vendas se mantêm estáveis, principalmente devido à presença de turistas. “Mesmo com o preço alto, eles estão levando, porque se aqui no Pará está esse valor, em outros lugares o preço é mais caro”, observa Denize, que acredita que a demanda de turistas nacionais tem ajudado a manter as vendas.

image Denize Almeida. (Foto: Wagner Santana)

Venda estabilizada, mas a expectativa de queda fica para 2026

João Batista Lopes, outro vendedor do Ver-O-Peso, compartilha uma visão semelhante. Ele confirma que, apesar de o preço se manter alto, a venda para clientes locais tem sido constante.

image João Batista Lopes. (Foto: Wagner Santana)

“Estamos vendendo mais para clientes daqui mesmo. Atendemos muito as casas de grão e as casas de bolo, que estão abastecendo os serviços durante a COP 30”, explica.

Batista também acredita que, com a aproximação da nova safra, o preço pode baixar. “Estamos esperando a safra do ano que vem para ver se o preço vai baixar ou não. Até lá, a tendência é de que se mantenha como está”, afirma. Segundo ele, outubro foi o mês com maior movimentação de vendas, e em novembro a procura tem sido um pouco menor.

image (Foto: Wagner Santana)

Apesar da alta, a presença de turistas durante a COP 30 tem ajudado as vendas a se manterem. Denize Almeida destaca que as vendas durante o evento internacional têm sido melhores do que em datas tradicionais como o Círio de Nazaré. 

“As vendas durante a COP 30 estão melhores do que durante o Círio. Isso porque é mais turista nacional comprando”, observa, destacando que o movimento de turistas no Ver-O-Peso tem sido favorável para o comércio local.

A expectativa de ambos os vendedores é que o preço da castanha-do-pará permaneça inalterado até o final do ano, com a esperança de que a nova safra em 2026 traga preços mais acessíveis para os consumidores.





 

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