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Stand up paddle é a nova onda do Curuçambá

Equipes de praticantes de caiaque e SUP passaram a utilizar as belezas do rio Maguari que corta o bairro de Ananindeua.

Igor Wilson

Poucos sabem, mas o bairro do Curuçambá, em Ananindeua é serpenteado pelos furos do Rio Maguari. O verde da mata, o colorido da fauna ainda preservada e as águas calmas sempre estiveram por lá, mas parece que, de alguns anos para cá, alguns olhos voltaram-se para os potenciais do local. O que antes era uma região de bares e portos clandestinos, atualmente está se tornando a ‘queridinha’ dos amantes de esportes aquáticos como o caiaque e o stand up paddle, conhecido também como SUP. Nos finais de semana, o colorido das canoas e das pranchas junta-se a beleza da natureza, formando um cenário paradísiaco

image Equipe de iniciantes no SUP se reúne mensalmente para praticar nos furos do rio Maguari que cortam o bairro do Curuçambá (Ruy Montalvão/SuperAção)

Desde 2014 as marinas do Curuçambá passaram a fazer parte do roteiro de praticantes destes esportes de todo o estado, mas principalmente vindos da região metropolitana de Belém. O movimento de esportistas passou a ser grande principalmente durante os finais de semana. São pessoas de todos os níveis, dos mais iniciantes aos mais experientes. As condições naturais do local ajudam. As águas tranquilas são consideradas ideiais para os praticantes iniciantes. E são eles que mais tem movimentado o espaço. O número de interessados na prática destes esportes aumentou consideravelmente em Ananindeua desde o início das atividades na marina. Uma rede de turismo em torno da preservação ambiental está sendo fortalecida. 

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“O nosso propósito é fomentar o turismo de base comunitária e a contemplação da natureza e preservação ambiental por meio do que é uma ferramenta fantástica para se conhecer esse lado ribeirinho da região. Ananindeua é uma região insular e infelizmente nós não temos essa consciência, não temos consciência dessa nossa ancestralidade insular amazônida. Desde 2014 essa área foi, digamos assim, descoberta pelos amantes do esporte. Está sendo uma reconexão do homem com a natureza”, diz Rui Montalvão, jornalista e instrutor de stand up paddle que criou uma equipe de praticantes que roda por diversos locais. 

image Praticantes descansam em cima das pranchas. (Ruy Montalvão/SuperAção)

STANDUP PADDLE 

O nome da equipe criada por Rui é Superação. Só o nome já diz muito. A maioria dos membros são iniciantes em busca de descobrir uma nova atividade física. O SUP tem sido um dos mais procurados. E não apenas no Pará. O número de praticantes dessa modalidade vem aumentando exponencialmente em todo o Brasil nos últimos anos. A simplicidade e o dinamismo do esporte atraem. É preciso ficar de pé sobre uma prancha e com um remo nas mãos para se deslocar sobre as águas e ondas.  

“Estava em busca de uma atividade física em que estivesse conectado com a natureza e ao mesmo tempo me adaptasse bem. O standup foi perfeito, pois não é tão difícil para aprender, você consegue resultados em pouco tempo de prática e isso vai motivando as pessoas. Sempre que posso me junto ao pessoal para descobrirmos um local. Essa marina no Curuçambá é um tesouro ainda a ser descoberto”, diz Walcyr, professor da rede pública e praticante de stand up paddle. 

A prática do SUP pode ocorrer em diversos ambientes. O começo foi no mar, talvez até mesmo antes de Jesus Cristo. Porém, foi na década de 1940, no Havaí, que virou moda mundial. Instrutores de surf utilizavam grandes pranchas de madeira e o remo para facilitar a navegação em grandes distâncias. Nas últimas décadas o SUP se espalhou para rios, lagos, corredeiras e até mesmo em represas. No Brasil, houve uma explosão de interessados. A região norte foi talvez onde o esporte mais se popularizou nos últimos anos. No Pará, a malha fluvial atrai milhares de novos adeptos. 

image Área está se tornando a preferida de muitos iniciantes do esporte. Belezas naturais e a proximidade da cidade são vantagens. (Rui Montalvão/SuperAção)

ESPORTE E PODER PÚBLICO 

Assim como no surf, o tempo fez com que o material evoluísse. Na atualidade as pranchas são produzidas com fibra de vidro e resina. O tamanho médio de uma prancha costuma ser de 10 pés de comprimento com 80 centímetros de largura, o que pode variar. O preço dos equipamentos é a maior dificuldade para quem deseja se lançar no esporte. Uma prancha custa em média R$ 3 mil. Mas para quem não tem condições de adquirir, existe a opção de aluguel. Uma diária custa em torno de R$ 60 e tem sido a opção de muitos interessados que aparecem na marina do Curuçambá. Para Rui, o poder público precisa entrar para possibilitar a inclusão. 

“Estamos tentando fomentar um esporte completamente ligado a preservação e educação ambiental da área. E não só aos membros do grupo. Sabemos que precisamos incluir os moradores dessa região. Antes essa era uma área de alto índice de criminalidade, os moradores hoje estão se acostumando, se interessando, alguns até mesmo estão gerando renda com estabelecimentos. Mas é preciso que o poder público fomente o esporte com políticas que possam trazer essa gente também. Muitas vezes o cara quer participar, mas não tem condições, isso tem que mudar”, diz Rui, que termina a entrevista contando sobre sua mais nova ideia. 

“Hoje nós trabalhamos com alguns ribeirinhos. Quando vamos passar o final de semana em algum lugar, já ligamos para alguma família que trabalhe com refeições e encomendamos. Mas a ideia é que essa população tenha uma capacitação, por exemplo, com a produção de pranchas. Atualmente encomendamos de outros estados, mas se uma pessoa tiver a capacitação, consegue fazer utilizando material reciclável ou outro que seja abundante aqui na nossa região. Isso com certeza seria a solução financeira para muitos jovens e famílias daqui. A descoberta de uma profissão. Vamos seguindo”, diz o instrutor, antes de seguir para mais uma aventura com sua equipe.  

image (Divulgação/Rui Montalvão/SuperAção)
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