Projeto da UFPA promove prevenção cardiovascular em comunidade quilombola de Abaetetuba
A expectativa é atender cerca de 100 pessoas da localidade Baixo Itacuruçá

A Universidade Federal do Pará (UFPA) realizará, nesta sexta-feira (12) e no sábado (13), uma ação de pesquisa em saúde cardiovascular na comunidade quilombola Baixo Itacuruçá, região do município de Abaetetuba. A iniciativa integra o projeto “Comportamento do Risco para Doença Aterosclerótica Coronária em Amazônidas”, desenvolvido pela Faculdade de Medicina e coordenado pelo professor titular de Cardiologia, Eduardo Augusto da Silva Costa.
As atividades ocorrerão no Barracão 3 Amigos, localizado atrás do campo do Santa Rosa. Nesta sexta-feira (12), a programação começa com a saída da equipe de Belém, seguida, à noite, por uma palestra educativa para a comunidade. No sábado (13), durante a manhã, serão feitos atendimentos com exames físicos, laboratoriais, eletrocardiogramas, aplicação de questionários e vacinação. A expectativa é atender cerca de 100 pessoas da localidade.
Segundo o professor Eduardo Costa, o projeto tem se consolidado ao longo dos anos como um marco no estudo da saúde cardiovascular na região amazônica. “O projeto é um trabalho já antigo, em que a gente vai nas cidades, nas comunidades, coletamos sangue, fazemos eletrocardiograma, examinamos e tratamos os doentes. Os casos mais graves nós encaminhamos para o Hospital Barros Barreto”, explicou.
Um dos destaques da pesquisa tem sido a relação entre a alimentação regional e a prevenção de doenças. “Conseguimos mostrar a importância do consumo do açaí e da dieta à base de peixe. Existe um estudo da Finlândia, dos anos 80, que apontava que os esquimós da Groenlândia tinham colesterol baixo porque só comiam peixe. Eu repeti esse trabalho em Cotijuba e nossos resultados foram ainda melhores”, relatou Costa.
Para o pesquisador, mais importante do que os exames é o trabalho educativo feito antes da coleta. “Todo participante precisa assistir à palestra que a gente faz na véspera. Ela não tem texto, só figuras, justamente para que até analfabetos possam compreender como prevenir doenças do coração e derrames. Falamos sobre fatores como idade, herança genética, cigarro, diabetes, pressão alta, colesterol, peso, falta de exercício e estresse”, destacou.
O impacto da iniciativa já pode ser medido em outras cidades. “Conseguimos reduzir em até 50% a prevalência de infartos e derrames em localidades como Igarapé-Miri, Castanhal, Soure e Abaetetuba. O foco do projeto é ensinar as pessoas a não adoecerem”, afirmou o professor.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA