Pará tem redução de 20% nos casos de hepatites virais no primeiro semestre de 2022
Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan); o mês de julho é voltado para o combate e conscientização sobre a doença

Somente no primeiro semestre deste ano de 2022, o Pará registrou uma redução de 20% nos casos de hepatites virais. De janeiro a junho de 2021, foram registrados 308 casos de hepatites, enquanto no mesmo período de 2022 esse número caiu para 245. Os dados são do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), vinculado ao Ministério da Saúde (MS). Nesta quinta-feira (28), é celebrado o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, que visa educar e alertar sobre a incidência das doenças, além de promover ações de combate.
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Os dados ainda mostram que no primeiro semestre de 2021, o tipo de hepatite com maior incidência foi a B, com 162 casos; hepatite C, 140 casos; hepatite A, 3 casos; e hepatite D, também com 3 confirmações. Já neste ano de 2022, o panorama foi o seguinte: 6 casos de hepatite A, 144 casos de hepatite B, 95 casos de hepatite C e nenhum caso de hepatite D.
Origem do Dia Mundial da Luta contra as Hepatites Virais
A data foi instituída pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2010, para alertar sobre a importância da prevenção e do controle dessas doenças que causam cerca de 1,4 milhão de mortes por ano em todo o mundo.
Ações de combate às doenças no Pará
No Pará, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) atua com ações para combater a doença. Neste mês de julho, durante a Operação Verão 2022, estão sendo disponibilizados testes rápidos de hepatites virais, vacina contra a hepatite B e orientações sobre medidas preventivas nos principais balneários paraenses.
As vacinas estão disponíveis nas Unidades de Saúde e os testes rápidos nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) e Unidades de Saúde. A Sespa ainda lembra que o tratamento para as hepatites está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
Marília Magalhães, coordenadora estadual de Hepatites Virais, alerta que as enfermidades ainda são um problema de saúde pública, sendo necessário alertar e conscientizar a população sobre o assunto. “É uma infecção silenciosa e que se não tratada precocemente pode evoluir para problemas crônicos do fígado e levar ao óbito”, explicou.
A coordenadora da Sespa enfatiza que o órgão tem atuado a favor da descentralização e ampliação do acesso ao diagnóstico e tratamento das hepatites virais. “Temos trabalhado pelo fortalecimento da vacinação contra as hepatites A e B; capacitação dos profissionais da Rede Básica e Especializada à Saúde na Reorganização do Fluxo de Atendimento e Tratamento das Hepatites Virais”.
Ela informou, ainda, que o atendimento inicial é feito em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS) e Centros de Testagem e Aconselhamento, para o diagnóstico e acompanhamento inicial do paciente. E, em seguida, nos Serviços de Atendimento Especializado (SAE), com a oferta do tratamento e acompanhamento do paciente.
O que são as hepatites e quais os sintomas?
As hepatites virais são inflamações do fígado causadas por cinco diferentes tipos de vírus: A, B, C, D e E. As hepatites B, C e D são transmitidas por sangue contaminado, relação sexual desprotegida e da mãe infectada para o filho na hora do parto. No caso das hepatites B e C, elas são consideradas as mais graves porque podem evoluir para cirrose ou câncer de fígado, sendo que a hepatite D só ocorre em quem tem hepatite B. Já as hepatites A e E são transmitidas por água ou alimentos contaminados por fezes com os vírus, sendo que a hepatite A pode ser transmitida também por sexo oral sem preservativo.
Por serem doenças silenciosas, na maioria das vezes, não apresentam sinais e sintomas. Ao se manifestar, o indivíduo pode apresentar fadiga, falta de apetite, enjoo, vômitos, urina escura e fezes esbranquiçadas, Além disso, pele e olhos amarelados (icterícia), dor no estômago e diarreia também são apresentados como sintomas.
Medidas preventivas
Para atenuar a doença, existe vacina contra a hepatite B disponível nos postos de saúde para as pessoas de todas as idades. E ainda, imunizante contra a hepatite A para as crianças de 12 meses até cinco anos de idade. Quem recebe a imunização contra a hepatite B fica protegido com a hepatite D. Até o momento, ainda não existe vacina contra a hepatite C.
As principais medidas preventivas contra as hepatites B, C e D são: evitar contato com sangue, não compartilhar objetos perfurocortantes; usar material individual e esterilizado em tatuagens, piercings e serviços de manicure; usar preservativo em todas as relações sexuais; e as gestantes também devem fazer o teste no pré-natal e tomar as três doses de vacina para hepatite B se nunca foram vacinadas.
Para evitar as hepatites A e E, as principais medidas preventivas são: lavar as mãos após ir ao banheiro, trocar fraldas, antes de comer ou preparar alimentos; lavar frutas e verduras com água tratada, clorada ou fervida; cozinhar bem os alimentos, principalmente mariscos e carne de porco; não tomar banho ou brincar em valões, riachos, enchentes ou perto de onde haja esgoto a céu aberto
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