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Pará lidera ranking de estados com maior número de divórcios em 2021

Em 2021, os cartórios brasileiros oficializaram 80.573 separações – maior número registrado desde 2015

Laís Santana
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Os casais paraenses são os que mais se divorciaram no Brasil em 2021. O levantamento do portal Metrópoles com base nos dados da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), mostra que para cada 100 casamentos registrados em cartórios no estado, 36 outros casais resolveram que a relação já não tinha mais como seguir, e solicitaram o divórcio. A média é quatro vezes maior que a média nacional, de nove a cada 100 matrimônios. 

De acordo com o balanço, em 2021, o Brasil o maior número de divórcios desde 2015, com 80.573 separações oficializadas em cartórios, o que corresponde a um aumento de 3,95% em relação a 2020, quando esses registros chegaram a 77.509, e de 16,8% em comparação com os 69.001 formalizados há sete anos.

Para a presidente do Colégio Notarial do Brasil – Seção Pará (CNB/PA), Larissa Rocha, o número alto de divórcios no estado está diretamente relacionado aos “amores de pandemia”. Rocha avalia que muitas pessoas que se casaram precocemente em 2020 acabaram se arrependendo da união no ano seguinte.

A representante da CNB explica ainda que, com o abrandamento da pandemia, muitos casais que já estavam apartados fisicamente procuraram cartórios para oficializar a separação. “Com a pandemia, as pessoas passaram a ter medo e, então, começaram a procurar solucionar muitas pendências”, diz Rocha. Sem conseguirem resolver as diferenças, entretanto, os casais acabaram se separando.

Segundo a Larissa Rocha, o Pará se destaca por se tratar de um estado com um grande fluxo de pessoas de fora – que muitas vezes se casam com paraenses, mas acabam retornando aos seus estados de origem. A análise é empírica. Não há um estudo que tenha se debruçado sobre as razões para esse índice tão elevado nessa unidade federativa.

Isolamento social segue sendo apontado como principal causa dos divórcios 

A educadora sexual Mônica Moura, que assina a coluna "Rapidinha com a Dra. Mônica", publicada todo sábado, no jornal O LIBERA, avalia que as restrições do isolamento social estão entre as causas para o fim dos relacionamentos.

"O isolamento aumentou exponencialmente o número de doenças mentais. Quando estamos dentro de um cenário com muitas doenças mentais, toda emoção fica à flor da pele. Todo sentimento de incômodo e desconforto acaba ficando exacerbado. Eu acredito que essa é uma das maiores causas de divórcio nesse período [pandemia]. É a falta de tolerância com as peculiaridades do outro", disse.

Nesse contexto, a especialista reforça que a busca pelo autoconhecimento é o principal caminho para se chegar a uma relação sadia. "Nesse momento em que as pessoas estão dando tanta atenção para a sua saúde mental, o autoconhecimento, que é consequência de quando as pessoas começam a fazer terapia. Esse momento de olhar mais para si, de entender mais quais são as suas necessidades e respeitar as necessidades dos outros, temos um momento de reviravolta".

Moura defende que a partir deste passo as relações vão se formar mais sólida e verdadeira. "Um momento pós-terapia onde as pessoas vão se ouvir mais. O diálogo vai ser mais facilitado. E isso é o que assegura ou traz uma possibilidade de um relacionamento muito mais saudável e mais feliz. Espero que, nesse momento, todos consigam olhar para si, especialmente com a ajuda de um psicólogo, porque esse olhar terapêutico é fundamental, tanto para nossos pares como para nós mesmos", pontua.

Para quem está em crise conjungal, Mônica orienta: “Olhae para si”. “Porque é muito fácil a gente julgar o outro. Eu não estou feliz porque o meu marido não faz sexo do jeito que eu gosto, porque a minha casa está ruim. A gente está sempre olhando para fora. E a gente está sempre criticando o que está ao nosso redor. Poucas vezes a gente olha pra gente. Então a orientação é olhar para si. O que eu quero? O que eu espero para o meu relacionamento ser feliz? Se eu dou para o outro o que estou querendo”, enfatiza. Ela destaca que as principais queixas são sexuais, e, então, as pessoas buscam tratamento, ajuda, conselhos, buscam na internet; mas, não vão a um sexólogo. “Tudo pode ser resolvido, desde que você esteja disposto e outro também esteja”, frisa.

Casamentos 

Em contrapartida aos divórcios, os matrimônios apresentaram crescimento, mas ainda não se recuperaram da queda sofrida no primeiro ano da pandemia. Em 2020, o número de uniões caiu 25,62%; em 2021, subiu 23,01%. Os 890.152 matrimônios de 2021, entretanto, ainda são menores que os 972.915 registrados em 2019, segundo a Arpen. 

 

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