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Outubro Rosa: fatores genéticos estão relacionados ao aparecimento de câncer de mama

De acordo com a Sespa, número de casos registrados no Pará já passa dos 330; autoexame é determinante para o sucesso do diagnóstico precoce

Camila Azevedo

O Pará já registrou 339 casos de câncer de mama de janeiro a setembro de 2022. Os dados são da Secretaria de Saúde Pública (Sespa) com balanço divulgado dia 27 de setembro. Os números são preocupantes e, por isso, este mês é marcado pela campanha Outubro Rosa, que visa compartilhar informações e promover conscientização sobre a doença.

Em entrevista concedida ao jornal O Liberal, o doutor Ilcioni Pereira, mastologista, destacou os métodos de prevenção e a importância do autoexame para a detecção de possíveis tumores. 

Como prevenir o câncer de mama?

A prevenção inicia com o autoexame e depois os exames complementares, onde tem a mamografia, ultrassonografia e também os exames que são as abordagens minimamente invasivas, como a mamotomia, as punções e os agulhamentos. A alimentação é super importante, uma das questões que a gente recomenda é a vida regrada. As mulheres que têm a vida regrada, uma boa alimentação, muita fruta, verdura, cereais, evitando gorduras e industrializados podem prevenir o câncer de mama a longo prazo.

Quais os maiores desafios encontrados para essa prevenção?

Principalmente a parte da educação. A mulher precisa ter consciência dos exames de prevenção, quando iniciar e fazer os preventivos. E, também, acessibilidade: o sistema de saúde público e privado tem que oferecer essa oportunidade para que as mulheres possam ter facilidade de chegar aos métodos de diagnóstico precoce.

Qual a importância do autoexame?

É o início do conhecimento do corpo da mulher, então logo que surge a mama, geralmente na puberdade, deve ter o conhecimento. A melhor maneira de fazer é nos primeiros dias após a menstrução, entre o 7º e o 10º dia do ciclo, é perfeito. E ele deve obedecer uma regra, durante o banho, com a mama e a mão ensaboada, ou no momento de uma hidratação com o creme oleoso que facilite o deslizamento dos dedos sobre as mamas e a percepção de algumas nodulações.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico inicia com a história clínica bem detalhada, o exame físico da mama em que a gente faz a palpação, e depois a gente utiliza os métodos diagnósticos: ultrassonografia e a mamografia, são os métodos de excelência, podem ser isolados ou combinado, o mais adequado é que use os dois juntos. Lembrando que a ultrassonografia pode ser feita em qualquer idade, já na mamografia existe uma data específica. Encontrada alteração anormal na mama, essa lesão será biopsiada.

Há algum fator genético envolvido?

É o fator de risco mais importante no diagnóstico, por isso que na história clínica a gente já pergunta. São três cânceres que estão muito relacionados: mama, próstata e ovários. Eles estão sempre juntos. Na família que tem um homem com câncer de pontos, as mulheres tem que estar vigilante com a mama e com os ovários. São geneticamente "primos", eu diria assim.

A partir de quantos anos as pessoas devem procurar fazer os exames de rotina?

Eles devem ser feitos a partir do momento que ela sinta alguma coisa e, se ela não sente nada, pelo menos as consultas clínicas a partir dos 25 anos são recomendadas. Os exames vão de acordo com o que for encontrado nessa consulta, então, até os 35 anos pode fazer a ultrassonografia, que vai mostrar se tem alguma nodulação, e devem ser biopsiados. De rotina, a gente recomenda que a partir dos dessa idade seja feita uma mamografia basal associada a ultrassom. Se ela estiver normal, ela passa a ser feita de rotina a partir dos 40 anos inicialmente de 2 em 2 anos. Se tiver alteração na primeira mamografia, ela deve entrar no protocolo de controle.

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