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Naufrágio na ilha de Cotijuba: Tipificação de homicídio doloso é para compensar a dor, diz defesa

O advogado Dorivaldo Belém disse, ainda, que o comandante da embarcação "Dona Lourdes II" lutou pela própria vida

O Liberal
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O advogado criminalista Dorivaldo Belém, que atua na defesa de Marcos de Souza Oliveira, 34 anos, comandante da lancha “Dona Lourdes II”, disse em entrevista à reportagem de O Liberal, neste domingo (11), que a tipificação do naufrágio que matou 22 pessoas e está sendo investigado como homicídio doloso, com agravante de outros crimes, como omissão de socorro, é para “compensar a dor”.

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Sobre o fato de Marcos ter deixado o local do naufrágio, logo após ser resgatado por um pescador, e a acusação de omissão de socorro, Dorivaldo Belém argumentou que o comandante da lancha “lutou pela própria vida”. “E, depois, entrou em pânico, em choro, dor, porque as pessoas são conhecidas, amigas, passageiros. São pessoas do seu círculo de amizade. Ele (Marcos) é morador da localidade. É uma dor tremenda, ao saber depois, da quantidade de mortos”, afirmou o advogado.

“Não é omissão de socorro, porque um barco naufragando, todo mundo caindo, num estado de necessidade, cada um quer chegar na beira (do rio). Isso é normal em qualquer lugar. E a lei diz que isso não é crime”, defendeu Dorivaldo Belém.

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Para ele, a tipificação do crime é uma questão de atender ao clamor da sociedade. “Diante de uma comoção dessa, de um acidente pavoroso, muitas mortes, é evidente. Isso é para compensar a dor, para dar uma resposta, para aliviar, mostrar que estão sendo tomadas providências. Mas, depois que baixar a poeira, tenho certeza que não vão mais pensar assim. Quem é que sai de casa, pega setenta passageiros para matar? Ele está dentro do barco, a mulher dele está lá. Ele sai de lá para fazer transporte, para ganhar dinheiro. É o dinheiro que sustenta a sua família”, afirmou o advogado.

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