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Naufrágio na ilha de Cotijuba: ‘Te amo’, disse universitária a familiares antes de morrer

Os corpos da estudante de engenharia florestal Ananda Luiza Barreto da Silva, de 18 anos, e do pai dela José Luís Rodrigues da Silva, mais conhecido como “Zé Luís”, de 63 anos, foram localizados no último sábado (10), presos dentro dentro da lancha “Dona Lourdes II”

O Liberal
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“Te amo”. Essa foi a última mensagem enviada pela universitária Ananda Luiza Barreto da Silva, de 18 anos, antes de morrer no naufrágio da lancha “Dona Lourdes II”, na última quinta-feira (8), nas proximidades da ilha de Cotijuba, em Belém. Os corpos da jovem e do pai dela, José Luís Rodrigues da Silva, mais conhecido como “Zé Luís”, de 63 anos, foram localizados no último sábado (10). Os cadáveres estavam presos dentro da embarcação.

De acordo com pessoas próximas de Ananda, os corpos da jovem caloura de engenharia florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e o do pai foram liberados pelo Instituto Médicos Legal (IML) e enterrados, na manhã deste domingo (11), em Salvaterra, na ilha do Marajó. Na data do acidente, a estudante teria um compromisso inadiável na universidade, enquanto “Zé Luís” estaria com uma consulta marcada.

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Ainda segundo fontes próximas da universitária, outros familiares também estavam se deslocando para Belém, onde participariam da formatura do irmão da jovem. Esses familiares estavam viajando em lanchas de outras empresas que também fazem o trajeto Marajó/Belém.

Na quinta-feira, quando a lancha parou no meio do rio, Ananda teria avisado uma prima dela sobre o problema“Tô com medo. Lancha parou. No meio da baía. E tá ventando muito. Eu não quero me desesperar, mas não estou conseguindo. Tá horrível aqui. Tá afundando. É sério. Te amo”, despediu-se Ananda, exatamente às 7h47.

Em outra conversa, às 7h34, também com familiares, “Zé Luís” avisou: “Franciele, a lancha quebrou a hélice. Estamos à deriva”, informou. A mulher com quem o pai de Ananda falava perguntou: “Mas estão todos bem?”. Ela não teve retorno. Às 8h, portanto, 24 minutos depois da primeira mensagem, a mulher tenta novamente se comunicar com “Zé Luís”, que não recebeu nem respondeu mais a mensagem.

image Mensagens trocadas entre Ananda e o pai dela, "Zé Luís|", com familiares. (Reprodução/ Redes sociais)

Durante o acidente, “Zé Luís” ainda teria conseguido colocar o colete em Ananda e pediu aos demais passageiros para não a deixarem morrer. “Pelo o que nos foi repassado por uma jovem que estava na embarcação e presenciou isso, ela falou que o ‘Zé Luís’ colocou o colete na Ananda, deu um abraço nela e pediu para que não deixassem ela morrer, para salvarem ela. A jovem chamou a Ananda para sair, para pular. A Ananda ia sair e, quando ela olhou para trás, voltou para ficar com o pai dela. Não sei o que tinha acontecido para ela voltar, mas ela voltou para ficar com o pai dela”, detalhou.

Nota de pesar

Por meio de nota publicada no site da instituição, a Universidade Federal Rural da Amazônia se manifestou sobre a morte de Ananda e “Zé Luís”. “É com imenso pesar que comunicamos o falecimento da estudante desta instituição, Ananda Luiza Barreto da Silva, que encontrava-se desaparecida, juntamente com seu pai, desde a última quinta-feira, 08 de setembro, quando uma embarcação naufragou próximo à Ilha de Cotijuba, em Belém - PA. Ananda era caloura do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) - campus Belém”, lamentou a instituição.

“A professora Herdjania Veras de Lima, Reitora da Ufra, em nome de toda a comunidade acadêmica, se solidariza aos familiares, amigos e colegas de Ananda neste momento de profunda dor e tristeza. A reitora também estende sua solidariedade aos familiares e amigos das demais vítimas do naufrágio”, finalizou.

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