Na Alemanha, paraense vende latinhas e garrafas PET para arrecadar fundos e ajudar seus conterrâneos

Tamilhes de Paula, natural de Vigia, encontrou na simplicidade do cotidiano uma forma de ajudar quem mora na terra natal dela

Gabriel Pires
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Morando na Alemanha, a paraense Tamilhes de Paula, de 36 anos, que é natural de Vigia, encontrou na simplicidade do cotidiano uma forma de ajudar quem mora na terra natal dela. Mesmo estando a quilômetros de distância, ela transforma pequenos gestos em grandes impactos arrecadando fundos ao juntar e vender latinhas e garrafas PET na cidade onde mora. Evidenciando que para a solidariedade não existem barreiras, Tamilhes conta que se sente feliz em ajudar quem mais precisa.

Com isso, Tamilhes, que mora em Husum, na região norte da Alemanha , e trabalha em um quartel como serviços gerais, conta que se sente conectada com os paraenses a partir da ação. Durante todo esse período, a paraense estima que já arrecadou em torno de três mil reais somente arrecadando os materiais, mesmo tendo começado com a iniciativa há pouco meses. Para ela, o resultado tem sido muito significativo e, por meio disso, não apenas é possível promover a sustentabilidade e ajudar a manter o local onde mora mais limpo, mas também levar esperança a quem precisa, no estado onde nasceu.

“Tudo começou quando, há cinco meses, quando eu comecei a trabalhar num quartel. Eu faço faxina. No percurso de casa, para pegar o trem, sempre eu acho latinhas na rua, sempre vejo jogada, porque as pessoas não amassam aqui. Elas deixam um cantinho para quem passar, que cata latinha, possa pegar. Todo dia eu levo uma sacola e vou juntando. E no quartel onde eu trabalho, tem os contêineres. Em dia, eu tirei só de um container cerca de 22 euros, só de latinha”, relata Tamilhes.

Motivação

Sabendo da necessidade de muitos, Tamilhes se sentiu motivada em contribuir para ajudar a melhorar a vida de outras pessoas. Ela conta que já ajudou uma moça do Pará que junta latinhas com cerca de 150 reais e já está se preparando para ajudar um time de futebol. “Como eu tenho meu trabalho aqui, eu tinha muita vontade de ajudar as pessoas da minha cidade, de Vigia, ou do estado do Pará. Eu ajudo, também, um time de futsal, em Vigia. Já ajudei com 700 reais só das latinhas. Fui acumulando, guardando e transferi, para comprarem uniformes, porque eles vão participar de um campeonato”, conta.

“É um sentimento de gratidão que fica. Meu coração fica tão feliz quando eu junto, quando eu vejo uma latinha e tem bastante que eu possa vender, que eu sei que vou poder ajudar pessoas que estão precisando. No estado e em Vigia tem muita gente que precisa de uma comida, de um pão. Se eu vim do meu Pará para outro país, podendo dar uma vida melhor para a minha família e para as pessoas que precisam, então, eu não posso querer isso somente para mim”, diz Tamilhes, emocionada.

No dia a dia, durante a missão de recolher as latinhas, Tamilhes conta que não tem vergonha e se sente comprometida com a ação: “Com isso, eu sinto que eu estou sempre conectada com os paraenses e que estou fazendo uma enorme diferença para as pessoas da minha cidade, como esses jovens que querem ter um futuro, querem mostrar o que eles sabem fazer, não querem viver num mundo de drogas”.

“Se eu posso ajudar, posso dar mais de mim um pouquinho e acordar mais cedo, eu vou fazer. E eu não tenho vergonha, porque de onde eu vim, meus pais sempre me ensinaram a não ter vergonha de nada. E tudo que eu estou fazendo é a coisa certa. E ajudar, ver um sorriso em cada rosto das pessoas na minha cidade é tão gratificante. E receber as mensagens deles agradecendo é muito bom”, frisa a moça, lembrando que todos os dias, durante a ida para o trabalho, recolhe as latinhas e as garrafas PET.

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