Morte de bebê engasgado na amamentação acende alerta; veja os riscos

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, as crianças de um a três anos, estão mais propensas a sofrer engasgos

Andria Almeida

A morte de um bebê de 3 meses em Itaituba, no Pará, possivelmente engasgado com leite, reacendeu um alerta sobre os cuidados com a amamentação. O momento considerado como um ato de amor, principalmente por ser a fonte de alimentação essencial nos primeiros meses de vida, precisa de atenção para evitar engasgo ou a broncoaspiração com o leite materno.

Uma enfermeira especialista em enfermagem obstétrica e um bombeiro militar deram orientações de cuidados e procedimentos para evitar danos maiores.

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Manobra de Heimlich

O bombeiro Júlio Galúcio do 4º Grupamento de Bombeiros Militar de Santarém, explica que após a criança engasgar-se, seja com leite materno ou outro alimento, o procedimento correto é a manobra de Heimlich. Ele detalha que essa manobra consiste em colocar a criança de bruços no antebraço, com o queixo encaixado entre os dedos, deixando a cabeça da criança mais baixa do que o corpo e com a outra mão, em forma de colher, dar tapinhas com um pouco de força nas costas.

Ainda de acordo com o cabo Galucio, após a amamentação, as crianças com 1 ano de vida só podem dormir depois de serem colocados para arrotar. “Para isso, é necessário colocar o bebê no ombro e bater nas costas com a mão em forma de concha. Caso isso não seja feito, a criança vai colocar o alimento para fora e se estiver deitada sem controle dos movimentos tem grandes chances de ocorrer a broncospiração”, relatou.

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Entre os benefícios para o bebê estão a garantia da boa nutrição, construção dos laços de afeto, o estímulo ao crescimento e desenvolvimento saudáveis e o menor risco de adoecimento

O cabo relata que já salvou muitas vidas de crianças nessa situação, mas uma em especial marcou o profissional. Quando um pai chegou no quartel carregando um bebê de 5 dias de vida e gritando por socorro. Nesse momento, os profissionais formaram uma força tarefa para salvar a criança. O bombeiro relata que todas as manobras possíveis começaram a ser realizadas e, mesmo assim, havia pouca reação da criança. “Ele estava muito gripado, e tinha resto de parto, fui tentando de tudo. No hospital foi necessário fazer aspiração e a história teve um desfecho feliz”, concluiu.

Crianças de um a três anos estão mais propensas a engasgos

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, as crianças de um a três anos estão mais propensas a sofrer engasgos porque ainda não possuem controle total da mastigação e deglutição de alimentos. Esse foi o caso de um bebê de apenas 3 meses e 4 dias que se engasgou com leite materno e foi a óbito nesta sexta-feira (13), no município de Itaituba.

A mãe do bebê relatou que, ao acordar de manhã, tirou a criança do berço para amamentar, mas acabou adormecendo. Momentos depois, a mãe acordou e notou que o bebê estava com dificuldades para respirar e apresentava sangramento pelo nariz.

Desesperada, ela conseguiu ajuda para levar o filho até a base do 7º Grupamento Bombeiro Militar (7º GBM). Logo depois, foi para o Hospital Regional, onde houve atendimento médico no setor de reanimação. No entanto, o bebê acabou não resistindo e foi a óbito.

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Como amamentar sem riscos?

A enfermeira Eliene, especialista em enfermagem obstétrica, explica que as mães devem estar em posição confortável, preferencialmente sentada, com as costas apoiadas. Ela orienta que os braços do bebê precisam ser colocados para trás, simulando a metade de um abraço.

“O corpo do bebê precisa estar posicionado junto a barriga da mãe, a famosa posição "barriga com barriga". A mãe coloca a mão em volta da mama em forma de " C" e o bebê, precisa abocanhar a aréola, que é a parte mais escura da mama, em volta do mamilo, simulando a boca de "peixinho", lábios superiores voltados para cima, e os inferiores para baixo”, detalhou.

Eliene ressalta que a amamentação é treino do binômio mãe e bebê, e reforça que quanto mais se prática com as técnicas corretas, melhor eficaz vai ser.  “A descida do leite ocorre de forma gradativa, e a "boa pega" garante esse sucesso.  Embora conheçamos a forma mais clássica de amamentar, existem outras maneiras de amamentar, de acordo com a necessidade de cada mãe e bebê. Nesse momento todo cuidado e atenção com o filho é importante, pois eles não sabem como evitar o engasgo, por exemplo”, finalizou.

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